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ou seja, inflacções

por Rui Crull Tabosa, em 01.02.10

 

Estava agora a folhear a Teoria Geral do Estado, de Zippelius, uma edição da Gulbenkian de 1984, que comprei em Março de 1987 por 500$00, ou seja, por € 2,5!

Hoje, a mesma obra está à venda por €19,95, ou seja, por um valor 8 vezes superior. Acontece que um trabalhador que, em 2010, ganha o salário mínimo (€ 475), levava para casa, em 1987, um ordenado de 25.200$00, o equivalente a € 126 na moeda actual.

E assim se conclui que, enquanto o preço desse livro encareceu oito vezes (!) entre 1987 e 2010, no mesmo período o salário mínimo nem sequer se valorizou quatro, ou seja, menos de metade.

Este exercício pode não incidir sobre o cabaz das compras, mas lá que dá que pensar, dá...


9 comentários

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De NunoFCouto a 02.02.2010 às 00:14

Caro Crull.

Leio pelo menos um livro por semana, normalmente ensaios, posso-lhe garantir que os últimos 20 que comprei foram numa feira do livro no outlet de Vila do Conde que visito regularmente quando venho de Braga para o Porto.

É preciso gostar mesmo muito de ler ou melhor, de aprender e de saber, para comprar diariamente um jornal e um ou dois livros por semana !

Eu diria que é um golpe Orwelliano de manter a população ignorante enquanto a banda passa...
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De Velho da floresta a 02.02.2010 às 00:48

Como podemos constatar em 23 anos, os preços tiveram realmente uma evolução notável, porém quando esses mesmos preços, tiveram um salto exponencial foi na transição do escudo para o euro, como exemplo todos se recordam de quanto custava uma bica em escudos e quanto passou a custar em euros. Lamentavelmente os salários não tiveram correspondência, pelo menos para uma grande parte da população.
Prefiro o Kelsen...
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De Réspublica a 02.02.2010 às 15:34

Tem toda a razão, Kelsen é melhor... tenho todas as suas obras, em particular várias edições da Teoria Pura do Direito e da Justiça e o Direito Natural, mas também gosto de um von Mises ou de um von Hayeck...
Em Itália um Giorgio Pallieri ou um Vitta, em França um Jean Rivero e na Alemanha um Hans Wolf e Otto Bachof ou um, sempre imortal, Otto Mayer.
Em Portugal obviamente o clássico o Direito Público e a Sociedade Técnica, de Rogério Ehrhardt Soares ou os Estudos de Direito Público de Afonso Rodrigues Queiró...
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De Velho da floresta a 02.02.2010 às 18:58

Tanto o Von Mises como o Haieck são autores de referencia, se bem que defensores de modelos politicos que não aprecio muito. Dos nossos Queiró é um colosso, mas também Caetano o é e com todo o mérito.
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De Réspublica a 02.02.2010 às 19:23

Eu pelo contrário sou um pleno discípulo da escola austríaca , mas digo-lhe caro amigo leia o Socialism : An Economic and Sociological Analysis em http://mises.org/books/socialism/contents.aspx, que se calhar muda de opinião...
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De Velho da floresta a 02.02.2010 às 23:56

Caro Réspublica agradeço-lhe a atenção, mas sabe que burro velho não aprende truques novos, cresci de um lado da barricada e olhe, por cá fico.
Tenho uma edição francesa (antiga) do governo omnipotente do Von Mises e é uma interessante leitura, mas aprecio ler outros já caídos no esquecimento como, Spirito, Manoilesco, Daudet, Maurras e alguns mais, também antigos.
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De Réspublica a 03.02.2010 às 10:27

Tem aí uma preciosidade, mas dispensava-se os integralistas e corporativistas... desses só li o próprio Primo de Rivero...
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De Tiago Mouta a 02.02.2010 às 11:24

Caro Rui

Parabéns, com este simples exercício, consegue verificar a perda sucessiva de poder de compra dos Portugueses nos últimos 20 anos, todos vendem mais caro, mas ninguém paga mais a quem trabalha, alegando a insustentabilidade de carros de luxo e condominios fechados...

P.S- Tenho que perder a minha mania de "mariocrespar", é um novo verbo que faz parte do novo acordo ortográfico...
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De Réspublica a 02.02.2010 às 15:38

De facto é algo que já tinha reparado, os livros de Direito da década de 70 e 80 custava (por exemplo a colecção Clássicos Coimbra Editora) 45$00, hoje custa cerca de €25 a €50 (edições Nacionais, as edições estrangeiras podem chegar aos €200), trata-se um aumento do custo de materiais de estudo e de trabalho extremamente alto, que nem todos os cidadãos podem custear...
Ainda hoje há que se admire que a elaboração de uma tese de Mestrado ou de Doutoramento rondo os milhares de euros...

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