Vários governos da União Europeia estão a organizar o auxílio à Grécia, por enquanto com a desconfiança da Alemanha, que considera que quem tem que limpar a casa grega é a Grécia. Grosseiramente: cavaram o buraco, agora tapem-no.
Hábil produtor de compromissos, Durão Barroso disse ao FT qual é o meio caminho: «A melhor maneira de ajudar a Grécia , é a Grécia respeitar as suas obrigações ao abrigo do pacto de estabilidade e crescimento.» Ou seja, a Grécia que se ajude, e nós ajudamo-la.
Mas o que os guardiões da eurozona de facto estão a debater em Bruxelas são empréstimos que resgatem a Grécia, com o envolvimento de consórcios bancários (a ironia tem que ser sublinhada: os bancos que, segundo Sócrates, são os culpados da crise).
Mas – e eis a maior esperança – em compensação o governo socialista em Atenas (e, visto o vazio do OE2010 e a má governação, em breve o governo socialista em Lisboa) teria que aceitar estreitos limites aos gastos públicos, e permitir à Comissão Europeia colocar as finanças gregas sob apertado escrutínio.
E eu que por vezes dava por mim a simpatizar com os euro-cépticos ...