por José Mendonça da Cruz, em 29.01.10



Quanto mais o primeiro-ministro Sócrates anda desaparecido, mais o ministro Teixeira Santos se parece com ele.
Como Sócrates, também Teixeira Santos nunca deixa cair os braços e trabalha 24 horas e de noite.
Como Sócrates, Teixeira Santos revela uma interessante combinação de voluntarismo com sintomas de paranóia: não é só o Mundo inteiro estar errado e eles certos, é o Mundo inteiro, ainda por cima, persegui-los.
E como o seu superior, por fim, já revela Teixeira Santos, além de uma aversão a tudo o que é privado, sinais evidentes de deriva autoritária. Quando todos os que nos criticam são velhos do Restelo, derrotistas, pessimistas, gente com agendas secretas – como as agências de rating que não se iludiram com o vazio do OE10 e, logo, «obedecem a interesses comerciais» – desperta bem viva a memória do ditador. Para quem qualquer crítico estava «ao serviço sabe-se lá de que interesses e com que intenções inconfessáveis».