De NunoFCouto a 29.01.2010 às 00:14
Em boa verdade não acredito que haja neste momento partido político em Portugal capaz de formar governo que apresente solução para este imbróglio do défice.
O peso do social no défice é o seu calcanhar de Aquiles, não é possível num país competitivo manter uma Social Democracia no seu sentido lato, é por isso que Admiro Sá Carneiro e Cavaco enquanto governantes.
Ambos sabiam da necessidade de um estado social democrata como sabiam que para equilibrar a social democracia era necessário o liberalismo ou o neo-liberalismo económico.
O truque está em encontrar o fiel da balança; num estado onde os mecanismos para regular a economia não existem, nomeadamente a taxa cambial e os impostos alfandegários para controlar o saldo entre importações e exportações, a única coisa que pode impulsionar a economia são efectivamente as empresas e a sua capacidade de exportar e após a saída de Cavaco não vi mais ninguém preocupado com as empresas nomeadamente as PME.
Ao fazer uma política Keynesiana de investimento público para sustentar a economia, somos obrigados a recorrer ao financiamento externo e das duas uma, ou aumentamos o défice, ou aumentamos o endividamento. Nenhuma dos casos é saudável.
a solução então é controlar a despesa do estado; o problema é que o grosso dessa despesa está no social e não estou a ver ninguém com coragem para privatizar a segurança social ou a cortar em despesas de saúde, educação ou bem pior, no rendimento mínimo de inserção !
É necessário alguém que não tenha medo de enfrentar os bairros, os falsos pobres que vivem debaixo do guarda chuva do estado mantidos numa miséria financiada que lhes permita levar uma vida de sostrice; é por isso que acredito em Rui Rio pois teve coragem para enfrentar a "besta" nomeadamente nos bairros de S João de Deus e Aleixo no Porto, e impôs um rigor financeiro na câmara contra uma oposição populista, agarrada ao futebol e aos lobbies da construção civil.
Se querem salvar o país têm de manter um sistema social que seja justo e viável o resto são fait divers como a estupidez de taxar à parte prémios da banca ou congelar salários a ministros, isso é de um populismo do mais básico que há.
Quando aparecer alguém que não tenha medo dos assobios, pode ser que até faça campanha lado a lado com ele até lá resta-me esperar que nada que seja feito por estes governos neo-jacobinos que não seja irreversível.