De Ega a 28.01.2010 às 14:17
Caro Tiago Mouta:
hà anos, por razões profissionais, tive de aturar uma prelecção - vulgo conferência de imprensa - do Eng. Belmiro Azevedo.
A certa altura, o orador, querendo frisar a dedicação e espírito de sacrificio que a Sonae exigia aos seus colaboradores, teceu largas considerações sobre os muitos divórcios que as fumções ali distribuidas já tinham causado.
Quer dizer: o homem até dizia que o pessoal era bem pago. Mas a vida profissional ficava sempre acima da familiar. Se esta não aguentasse... paciência! Aquela é que teria de permanecer intocável.
Será preciso acrescentar algo?
Apesar de ttudo, não creio que Cavaco se afine por este diapasão.
Caro Ega:
Belmiro é um dos maiores escravizadores de pessoas deste País, mesmo quando se pensava que a mesma já tinha sido abolida...
Cavaco não afina pelo mesmo, mas os recados que vai dando, evidenciando um "olha para o que digo e não para o que faço..." também têm muito que se lhe diga!
No outro dia vi em rodapé num telejornal(são todos muito iguais!!!) qualquer coisa do género "... Presidente da Républica preocupado com descrédito da Justiça..."!!!
Descrédito da Justiça? Da República? Ou do próprio Presidente?
De Ega a 28.01.2010 às 19:34
O meu amigo dirá, de acordo com as suas convicções.
Do meu ponto de vista, descrédito total. Mas o personagem Cavaco - de per si - é o menos mau, em meu entender.
Nasceu num meio simples e com dificuldades. Acreditoque saiba dar valor a certas questões de índole social.
Salvo melhor opinião, é claro...
Esquecia-me: e gosta de bolo-rei!
Caro Ega
Gostar de Bolo Rei e ser oriundo de familias humildes, não transforma ninguém em melhor ou pior pessoa...
Mas Cavaco não deixa de ser um ditador na forma como tem manipulado o PSD e o seu "efeito tampão" na AR, como oposição!
Elaborou os programas, deixou passar o orçamento, tudo em prol da sua reeleição... O verdadeiro "puppet master" e o PSD segue no culto do líder, não é ditadura como a conhecemos, mas não anda lá longe...
De NunoFCouto a 28.01.2010 às 12:03
Caro Crull, o homem diz bem mais que isso e carregado de razão para mal dos nossos pecados.
Se meteu o Barreto na rua foi por o Engº nunca se ter verdadeiramente separado pelos interesses que detinha nas celulósicas, foi Alvaro Barreto que semeou Portugal com eucaliptos, na altura chamava-lhes de "ouro verde" Cavaco sabia que a figura de um ministro é nacional e não podia andar a reboque de "interesses ocultos" o mesmo se aplica a Cadilhe e à banca !
São realmente figuras de grande relevo no panorama nacional os ministros que Cavaco despediu, homens dotados de um intelecto superior e com provas dadas, mas numa Social Democracia reformista, à imagem de Sá Carneiro e de Cavaco Silva, o objectivo um terá sempre de ser o país.
Cavaco foi homem para impor isso aos seus, outros houveram para nosso infortúnio, que tivessem governado ao sabor dos lobbys numa espécie de política por encomenda.
Quando saiu Cavaco do governo pensei eu à altura, ainda vamos chorar muito pela ausência do homem...
Parece que não me enganei muito...
O motivo próximo da saída de Barreto foi ter dito que estava a perder dinheiro no Governo em relação à sua carreira no sector privado.
Nesse tempo, os ministros tinham uma carreira atrás antes de o serem.
Nesse tempo, uma frase de descaso sobre a missão de serviço público era mais grave que uns cornos na Assembleia.
Nesse tempo, o Primeiro-Ministro considerava a governação um assunto grave.
De E também... a 28.01.2010 às 14:49
O Barreto não era um dado mais ao golfe que a outra coisa?
PS - Não, não estou confundir com o Deus.
De Velho da floresta a 30.01.2010 às 20:40
Há já bastante tempo (1979) um amigo meu acabado de tirar uma licenciatura em gestão, entrou para a SONAE onde ficou durante alguns anos, recordo-me perfeitamente de em casa dele mostrar-me um dossier com o titulo "O Homem SONAE", onde estavam as orientações que definiam o comportamento de um quadro da empresa e que realmente para serem obedecidas, deixavam pouco tempo fora da actividade profissional para uma vida familiar, era porém o preço a pagar para progredir na estrutura em franco crescimento da SONAE. É evidente que só quem queria é que seguia essas orientações, mas quem não quisesse também não tinha lugar na SONAE.