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Seguindo, hoje, pela televisão, o debate do Orçamento na Assembleia da República, olhando o Primeiro-Ministro José Sócrates, olhando depois o ministro Pedro Silva Pereira, a seu lado, dei comigo a afastar-me dali e a considerar como serão os sonhos, as frustações, os sentimentos mais íntimos naqueles momentos a sós destas pessoas que são sempre «o outro» em relação a um protagonista. Podia bem ser: «Estava o Sócrates e o outro, como é que ele se chama?» Não é só aqueles casos em que as pessoas têm parecenças; é o caso de pessoas do mesmo círculo ou que trabalham juntas, e em que um, que será o mais fraco, mima os gestos, a pose, os ademanes de voz, o penteado do outro.
Mas isso não interessa nada. São amigos...
Sim, claro que podem ser amigos, podem ser amigos sincera e genuinamente. Mas não haverá algum momento em que o fraco pensa o que terá sido que lhe faltou, que dom, que esforço suplementar, que opção em que encruzilhada da vida, que talento, que parcela de inteligência ou eloquência tem ele a menos que não faltou ao outro, que chegou onde ele não chega?
É como aqueles grupos de raparigas em que segue, ao meio, a criatura deslumbrante, passo firme, cabelo enérgico, narinas vorazes, olhos francos, corpobonito (uma rapariga daquelas que põe os rapazes ali parados, a balançar de um pé para o outro, a quererem ardentemente dizer alguma coisa, Deus ajuda-me, e que seja interessante, e ela ria). E, ao lado, talvez mesmo de um lado e do outro, seguem duas figuras apagadas. Não são feias, apenas não tão atraentes. Mais que da luz da estrela, beneficiam da sua sombra. E deverão partilhar alguma da atenção que o grupo chama. A situação agrada-lhes, gostam da companhia. E serão amigas, genuínas e sinceras. Mas naqueles momentos a sós, naqueles exames de consciência espontâneos e dolorosos, estas pessoas louvarão a amizade, como vem no catecismo, ou, mais prosaicamente, sentem passar uma nuvem de tristeza?
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