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A declaração de ontem de Aníbal Cavaco Silva pode ter revelado um dado político adicional e altamente relevante. Cavaco Silva está a dar mostras de que não vai ser candidato - porque não pode? - a um segundo mandato. Vejamos: o actual Presidente está a hostilizar "o partido do Governo", mas parece ter perdido também apoios importantes no seu partido. O PSD não lhe perdoa não ter feito esta declaração mais cedo, antes das eleições legislativas. Pior ainda havendo dois PSDs dentro do mesmo partido. O PSD que gosta e adora Cavaco como um Deus e o PSD que repele Cavaco. Mas aquele que está mais magoado com o Presidente é justamente o PSD de Cavaco.
À animosidade do PSD a Cavaco junta-se agora um CDS forte, liderado por Paulo Portas. E Portas é, por natureza e história de vida profissional e política, um anti-Cavaco. Em 2006 Cavaco foi eleito com os votos e o apoio do PSD de Luís Marques Mendes e do CDS de José Ribeiro e Castro. Hoje a situação é outra, mas em 2010 e em 2011 será ainda pior. Por isso é que Marcelo Rebelo de Sousa está mais activo que nunca. O aparente desnorte de Cavaco pode ser a sua oportunidade de ouro. Com a vantagem de José Manuel Durão Barroso estar em Bruxelas para mais um mandato. Para Marcelo é agora ou nunca.
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