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Depois da declaração em título – e de não saber exactamente o que é um mandatário, ou mandatária, da juventude e para o que serve – devo dizer-vos o seguinte: também eu gostava que me descascassem os caroços das cerejas! E digo mais: adorava que mas levassem à boca. E sim, estendo o desejo às grainhas das uvas e, já que estou numa de epicurista, que mas livrassem dos taninos da película e da maçada que é olhar para o engaço: meios bagos de uva (moscatel ou outras, tanto faz) servidos em água fria, onde meia dúzia de cubos de gelos tiveram oportunidade de derreter (ir derretendo) no período entre o amuse bouche, a entrada e uns gulosos primeiro e segundo prato... hmmmm.
Ter uma boa empregada (não confundir com uma empregada boa, embora tudo seja uma questão de critérios e, claro, prioridades...) é absolutamente essencial para o trabalhador - e marido - que tenha pretensões a levar uma vida sã (não confundir com uma vida saudável, coisa meio vegetariana, aborrecida e cansativa). Quando regressei de lua-de-mel, há já uns bons aninhos (saí de casa dos meus Pais, com uma breve passagem pelo altar, directo para uma semana nas Maldivas), passei o primeiro fim-de-semana a fazer coisas que sabia que as pessoas faziam, mas que nunca tinha feito: a cama (que, milagre, aparecia sempre feita); aspirar o chão (meus amigos, pêlos e mais pêlos, tenho uma Labrador em casa, Jola de seu nome – petit nom de cervejola porque a criatura é douradinha); lavar a loiça (aqui a coisa ia descambando) e preparar “máquinas de roupa”!
No episódio das abluções ao vestuário o caldo entornou-se mesmo e, em anos de casamento, nunca estive tão perto do divórcio como naquela altura, casadinho de fresco, de apenas meia dúzia de dias! “Era só o que me faltava agora também trabalhar aos fins-de-semana”, murmurava eu, ensimesmado e meio catatónico a cada 2 minutos... E não é um trabalho qualquer, objectivei, porque: a) há lugares na máquina da loiça para os pratos e para os copos e para os talheres, b) uma coisa para daltónicos que chama “roupa branca” (camisas azuis e boxers aos quadradinhos com cores entram nesta categoria, vá-se lá perceber), c) parece que o aspirador tem “filtros” e uma outra infinidade de pormenores e detalhes que fiz por apagar por completo da minha memória (aquele "querido, é preciso lavar a casa-de-banho" ainda me dá "más noites")...
Naquele domingo de Setembro decidi que não ia trocar de carro – um “Golf de 1988 com quatro mudanças, sem ar condicionado, é o melhor carro do mundo”, repeti vezes sem conta de mim para mim –, mas que ia ter, tchanan...: uma empregada! E assim foi, durante um ano, Golf prá frente e pra trás, no fim Golf meio esgotado, eu já quase de transportes, mas o que sobrava era para a senhora que, em casa mas fora do âmbito matrimonial, me mantinha feliz.
Já tive 5 desde então – Lena, Wilma, Sónia, Isabel e agora a Paula, bendita seja –, embora nenhuma me tenha tirado os caroços das cerejas. Mas só porque ainda não me tinha lembrado dessa (e porque as empregadas, ao contrário de mim, sabem o que devem fazer lá em casa, já que eu, um neófito falhado em termos domésticos, que não passou o teste iniciático da esfregona, não tenho a minima noção).
Obrigado, Carolina, pela dica. Como, mas como, te compreendo. As crianças, e eu, agradecemos. A Paula, essa, também, porque estará feliz a fazer, com enorme desvelo, o seu trabalho.
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