por Tiago Moreira Ramalho, em 23.08.09
Era assim que, segundo se diz, que pessoalmente nunca ouvi, Salazar se referia aos apoiantes da causa monárquica portugueses. Eu não iria tão longe, mas que o nosso putativo herdeiro do trono é um pobre de espírito, lá isso é.
Vejamos esta entrevista que deu ao jornal i. O
Paulo Pinto Mascarenhas consegue escrever – nem sei se se riu – que o personagem é «sensato». Pois eu não podia discordar mais. O sr. Duarte Pio, que aqui os dons ficam à porta, teve o descaramento de dizer publicamente que as escutas não interessam porque ele não teria nada a esconder. Isto assim nem sabe a nada. Vou mesmo citar: «Não me importo nada que me escutem. Nada tenho a esconder. E também deve ser esse o caso do Presidente da República». E o personagem vai mais longe. Quando lhe perguntam se acha normal que o Palácio de Belém esteja a ser escutado, este senhor que ainda alimenta o sonho de se sentar num trono sem coroa – que já nem isso podem usar – responde com um confrangedor «Depende de quem faça as escutas», porque se for um «serviço de segurança bom e eficiente», não faz mal. Mas o senhor não se fica por aqui: defende o simples nacionalismo numa tirada digna de registo: «Não faz sentido estarmos a pagar impostos para sustentar indústrias noutros países». Por fim, diz que vota nas eleições autárquicas, mas que nas legislativas já não. A diferença, para o senhor, é que nas primeiras não faz mal ser parcial, mas nas segundas já faz. Ele lá saberá.
Definitivamente, um aluado que bem podia poupar-se ao ridículo.