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Ideologia e cultura
Este post de Palmira F. Silva, em Simplex e Jugular, pega num dos mitos mais interessantes da “esquerda” portuguesa: segundo essa ideia, a direita não é apenas ignorante, mas também anti-intelectual, demagoga e populista.
A autora, obviamente, nem se apercebe da arrogância intelectual do seu texto ou do desprezo que lança sobre os adversários. Aparentemente, estas são reflexões sobre um livro de Sinclair Lewis, Babbitt, e um segundo romance do mesmo autor (que desconheço) mas o objectivo do texto está nas últimas linhas: a vitória do PSD nas legislativas seria equivalente a uma espécie de fascismo ou ao triunfo da classe média analfabeta, gananciosa e sem horizontes. Estaríamos a escolher entre um partido descerebrado, de gente inculta, e outro que nos trará brilhantes políticas do pensamento.
Não vale a pena gastar muitas palavras a comentar esta curiosa concepção de democracia. Para mim, isto é elitismo disfarçado. É dizer que os intelectuais é que sabem e que o povo se deixa manipular com facilidade. Palmira F. Silva esquece o contexto da época de Lewis, onde as lutas ideológicas eram mais intensas e o realismo social fazia sentido. No nosso tempo a cultura não serve ideologias. É interessante verificar que quando se deu o choque ideológico entre fascismo, comunismo e democracia liberal, com os dois últimos a derrotarem o primeiro, cada beligerante reivindicava para si a superioridade e a pureza. Mas agora as ideologias esbateram-se e a cultura está fragmentada. Convivem milhares de espécies e nenhuma domina. Muitas vivem em nichos quase invisíveis. Não me parece que haja cultura de esquerda ou de direita ou que um dos lados da política local possa reivindicar superioridade. Aliás, o que trouxe de novo este mandato? Alguma coisa melhorou no património, na ópera, nos teatros, nos museus, no cinema, nas artes plásticas ou na literatura? Ao lermos esta autora, até parece que sim, que houve notáveis mudanças.
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