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Emoções básicas (61)

por Luís Naves, em 21.07.09

Sobre a irrelevância

Cinco dias de visita a um conflito a sério e ao chegar descubro que os temas do debate nacional foram a ideia de proibir o comunismo e qualquer coisa sobre sangue e homossexualidade cuja importância nem entendi bem. De resto, a futebolândia e a respectiva discussão de irrelevâncias. Também sei que o país está a banhos e isso dá desculpa, mas no fundo parece que os portugueses, quando se queixam, não avaliam até que ponto têm a felicidade de viver num país sem autênticos problemas.

Não é caso de locais desse vasto mundo onde ainda se travam conflitos esquecidos, como o de Chipre (na imagem), que envolve democracias europeias e, mesmo assim, não sai da cepa torta; mas podia citar casos como Macedónia, Kosovo, Israel, entre muitos outros, nos quais sociedades desenvolvidas conseguem estilhaçar-se, devido aos ódios das diferentes comunidades.

Nesta viagem fiz um amigo, jornalista e filósofo, que me contou como o seu país, a Macedónia, ficou condenado ao isolamento devido ao nome que criou para se identificar. A Macedónia terá de mudar de nome ou ficará condenada pela comunidade internacional à simples pobreza. É um bom exemplo da duplicidade de critérios. Ali decorre também uma limpeza étnica subtil, porque os albaneses pretendem criar um enclave etnicamente puro, um futuro Kosovo. Com angústia na voz, o meu amigo contou-me como (então cidadão jugoslavo) passeou sem dificuldade pela Europa aos 15 anos, algo que o seu filho de 21 não poderá fazer sem se sentir um pária.

Esta crónica não é sobre Chipre ou sobre a Macedónia, mas sobre a intolerância. Que esta nunca se instale num país como o nosso, onde os nadas que acontecem são como pequenos ingénuos momentos. É para isso que vivemos, para os inocentes momentos felizes. Mesmo nos dias em que não sabemos avaliar até que ponto somos afortunados. 

 


3 comentários

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De Manuel Leão a 22.07.2009 às 09:04

Luís Naves:

A U.E. e o governo português (aqui há que fazer justiça à posição do Presidente) assinaram um cheque em branco, aos albaneses, na questão do Kosovo. Infelizmente parece inevitável que iremos ouvir falar de kosovos num próximo futuro. Se há coisa que naquela região existe é "memória". E se há ensinamentos que deveriam ser levados a sério é o facto daquele canto do mundo ser muito dada a erupções. É o que faz confiar os destinos dos povos a políticos que também não sabem nada história.

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