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Sobre a irrelevância
Cinco dias de visita a um conflito a sério e ao chegar descubro que os temas do debate nacional foram a ideia de proibir o comunismo e qualquer coisa sobre sangue e homossexualidade cuja importância nem entendi bem. De resto, a futebolândia e a respectiva discussão de irrelevâncias. Também sei que o país está a banhos e isso dá desculpa, mas no fundo parece que os portugueses, quando se queixam, não avaliam até que ponto têm a felicidade de viver num país sem autênticos problemas.
Não é caso de locais desse vasto mundo onde ainda se travam conflitos esquecidos, como o de Chipre (na imagem), que envolve democracias europeias e, mesmo assim, não sai da cepa torta; mas podia citar casos como Macedónia, Kosovo, Israel, entre muitos outros, nos quais sociedades desenvolvidas conseguem estilhaçar-se, devido aos ódios das diferentes comunidades.
Nesta viagem fiz um amigo, jornalista e filósofo, que me contou como o seu país, a Macedónia, ficou condenado ao isolamento devido ao nome que criou para se identificar. A Macedónia terá de mudar de nome ou ficará condenada pela comunidade internacional à simples pobreza. É um bom exemplo da duplicidade de critérios. Ali decorre também uma limpeza étnica subtil, porque os albaneses pretendem criar um enclave etnicamente puro, um futuro Kosovo. Com angústia na voz, o meu amigo contou-me como (então cidadão jugoslavo) passeou sem dificuldade pela Europa aos 15 anos, algo que o seu filho de 21 não poderá fazer sem se sentir um pária.
Esta crónica não é sobre Chipre ou sobre a Macedónia, mas sobre a intolerância. Que esta nunca se instale num país como o nosso, onde os nadas que acontecem são como pequenos ingénuos momentos. É para isso que vivemos, para os inocentes momentos felizes. Mesmo nos dias em que não sabemos avaliar até que ponto somos afortunados.
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