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Arma política aos 15 anos

por Tiago Moreira Ramalho, em 21.07.09
Eu, honestamente, não sei há quanto tempo a Maria João Pires não pisa o interior de uma escola. Não sei, também, há quanto tempo não entra numa sala de aula. Para ser franco, também não me importa, que mesmo que lá tivesse entrado ontem, isto não deixaria de ser um disparate sem nada que se lhe compare.
Eu até acredito que haja senhores franceses, ó Maria João, que digam que a retenção é feia. A nossa Ministra da Educação também o diz. Deve ser coisa de sociólogos – é ir ao sindicato. Se quer que lhe diga, não me interessa o que dizem, porque o bom-senso ainda não se aprende nos livros. Há uma criança que não conseguiu obter sucesso a 9 disciplinas e passou de ano. O que é que se espera desse miúdo? Que no 9º ano vá aprender tudo o que não aprendeu até agora e ainda passe com distinção nos exames nacionais (coisa que nem é difícil nos dias de hoje)? O que acontece aos miúdos que são levados ao colo por professores que no fim são considerados bonzinhos é andarem durante anos e anos a fio a coçar o rabo nas cadeiras de madeira das escolas portuguesas, sem qualquer tipo de futuro no horizonte. É que se lhe foi difícil aprender a matéria de 8º ano, só um tolo pode esperar que aprenda com facilidade as matérias dos anos posteriores. Se calhar, para esse miúdo, chumbar não é a melhor solução. Mas certamente que nada para ele seria pior que passar de ano. Os que já foram levados ao colo podem dizê-lo. Esse miúdo daqui a uns anos di-lo-á também. E aqui não há nem partidos nem campanhas. Pessoalmente recusar-me-ia a encobrir uma coisa, nem tenho outro nome, destas para defender o que for.   


3 comentários

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De Daniela Major a 21.07.2009 às 19:49

Isso tentei eu dizer. Mas enfim
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De Susana a 22.07.2009 às 17:33

Não percebo o porquê da perseguição a este aluno em particular...

Julgo que todos nós sabemos que existem muitos alunos a quem, no 3.º período lectivo, são inflacionadas as classificações para que não sejam retidos.
Muitas vezes tratam-se de alunos que perturbam o bom funcionamento das aulas, a aprendizagem dos colegas e martirizam a paciência dos professores. Nestes casos, diz-se, será mais proveitoso transitar este tipo de alunos para que não passem anos e anos a deambular pela escola e a boicotar o trabalho dos colegas e dos professores.

Contudo, o caso do aluno referido é bem diferente: trata-se de um jovem em clara ruptura com o ensino "massificado" e que corre o sério risco de abandono escolar. Passá-lo para o 9.º ano, não obstante a quantidade de negativas que teve, mais não foi do que uma estratégia para que o aluno pudesse, no próximo ano lectivo, ingressar numa turma de ensino "tecnológico" (vulgos cursos CEF, de nível II) que o dotará de competências mais práticas para o desempenho de uma profissão.

Agora digam-me: justifica-se a retenção de um aluno que muito provavelmente não voltaria a colocar os pés na escola, saindo assim para o mercado de trabalho completamente desqualificado e sem a escolaridade mínima?
Ou possibilitar-lhe a frequência de um ano escolar que lhe confira uma certificação profissional, apesar das suas negativas é uma obscenidade?

Obscenidade é transformar negativas em positivas no último período lectivo, apenas para que a escola se veja limpa da corja de rufiões coagida a permanecer neste espaço contra a sua vontade.
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De Tiago Moreira Ramalho a 22.07.2009 às 19:30

A questão que coloca é muito, muito interessante. Eu peguei neste aluno simplesmente porque é uma «amostra» mediatizada. Porque sei perfeitamente essas trafulhices que se fazem.

Mas, desculpe discordar, o argumento de o terem passado para ir para um CEF não colhe. Em primeiro lugar, poderia manter-se no 8º e ir para o CEF de nível 1 e depois avançar para um profissional de qualquer área. Passá-lo para o 9º do regular é que não é correcto...

A verdade é que quando uma escola dá a um aluno o certificado de «passar de ano», ou bem que o faz honestamente e sem rodeios, ou o certificado fica destituído de valor por completo. De que é que me serve alguém dizer-me que tem o 9º ano, o 12º ou até uma licenciatura se eu desconfiar da qualidade da certificação?

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