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O Luís criou aqui uma polémica interna
e eu não posso deixar de responder, principalmente por haver tantas perguntas.Eu também penso que a Maria João Pires tem de ser respeitada. Não por ser uma grande pianista, apenas porque é alguém - digamos assim. O respeito que lhe devo não tem nada a ver com as suas qualidades artísticas. Julgo que não era isso que o Luís queria transmitir, mas é sempre bom deixar isto claro.
Eu não tenho nenhum preconceito em relação à cultura, Luís. Aliás, acho mesmo que um sistema de ensino miserável tem feito com que a «malta jovem» não ligue peva ao teatro, à ópera, às orquestras e tudo mais. Tudo isto é terrível, que agora só a pop tem importância.
Quanto à relação das escolhas e imposições, darei um exemplo paralelo: em Portugal há pouca investigação na área da Filosofia. Se eu, Tiago, acho que a Filosofia tem de ser apoiada, então apoio-a. Contribuo, por exemplo, financeiramente ou até posso arranjar um grupo de pessoas e crio uma instituição. Chama-se iniciativa. No entanto, penso que a minha vontade pessoal de haver mais estudo de Filosofia em Portugal não tem de ser imposta aos outros. Normalmente, a «sociedade civil», em vez de fazer isto de criar um grupo de pessoas para apoiar aquilo que acha que deve ser apoiado, faz o mais fácil: mete uma petição online e espera que o governo pegue no dinheiro de todos e satisfaça o desejo daqueles tantos.
Quanto ao fim da cultura que o Luís prevê caso deixe de haver apoios. Bom, Luís, isso significa então que os portugueses não gostam assim tanto das coisas que enuncia. E se os portugueses não estariam dispostos a pagar directamente para ir ao teatro, por que raio devem ser obrigados a pagar via impostos? É que é pago, não há almoços grátis.
Em relação às restantes benesses que se enunciam, como os apoios à banca, penso que também deveriam acabar, obviamente. Aliás, se estou a pedir para que acabem os subsídios à cultura seria estupidamente incoerente defender os apoios à banca. E sim, todo o resto das coisas que enuncia são imposições da vontade de alguns - mesmo que seja a maioria - aos outros. E sim, vejo todo o sentido que quem se oponha a tais coisas se bata pela causa, tal como me bato por esta.
Penso que não se pode chamar aos alunos das escolas públicas parasitas pelo que já escrevi no post anterior: «O sistema de ensino público implica que todos os portugueses paguem com os seus impostos a existência de escolas, o pagamento de salários – alguns deles quase imorais nos últimos escalões –, e até o funcionamento do próprio Ministério da Educação e os salários dos boys e burocratas do costume. Significa isto que quando uma pessoa estuda no público, está apenas a usufruir de um serviço que foi obrigada a pagar, via impostos.»
E não, Luís, eu não quero viver num país sem cultura. Que triste seria. Mas dou aos outros a possibilidade de querer. Afinal, não é isso a liberdade?
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