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Se há uns tempos concordei com este tipo de análise, agora, após uma maior reflexão, percebi que é completamente errada.
Claro que quando um mesmo indivíduo se candidata a dois actos, principalmente quando tão próximos, mas mesmo que não estivessem, está a desrespeitar o povo que o elege: afinal, ele está em listas em cargos «elegíveis» e acaba por sacar o tacho à conta das outras figuras que pertencem à mesma lista. E, mais que isso, graças ao simbolozinho da lista.
Outra coisa completamente distinta, caro Tomás, e, já agora, Ana Gomes, é um indivíduo candidatar-se a um acto eleitoral e depois ser convidado a integrar um governo. Os deputados à Assembleia da República são muitas vezes convidados. O próprio Primeiro-Ministro vem da Assembleia da República, não cumprindo o seu mandato para deputado.
Lamento, apenas, que duas oportunistas, que o são e não temo a palavra, tentem criar em todos os casos um caso para tentar limpar a sua imagem. Tentem cobrir os outros com mantos de culpa para que a sua culpa seja menor. Pois que parem com a lamúria, que os dois casos não são nem parecidos.
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