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A propósito da condenação de 150 anos aplicada a Bernard Madoff, de 71, dou por mim a pensar se será justo. Provavelmente encher-me-ão a caixa de comentários com palavrões e as neoliberalices costumeiras, mas aqui não se trata disso. Aqui tanto falo de Madoff como de qualquer outro, apenas o timming me leva a usar o nome.
Suponho, e claro que não sou jurista, mas penso que isso não importa para o caso, que o propósito da justiça não é o de permitir uma vingança coberta pela lei. O propósito da justiça é outro: é o de tentar repor os danos causados e castigar o prevaricador de forma a que, em primeiro lugar, o indivíduo não repita o comportamento e, em segundo lugar, se dissuada outros de o imitar. Penso que só assim será feita justiça, se estes três pontos forem respeitados.
No caso das pessoas que são condenadas a 150 anos, por exemplo, há um dos pontos que não é respeitado: o da não repetição do comportamento. Ou melhor, o comportamento não é repetido, mas não é uma verdadeira reabilitação do criminoso. Não se deposita confiança na possibilidade de quem errou uma vez possa não errar da segunda. E isto, parecendo algo perfeitamente banal, é muito grave. Foi por não permitir a segunda oportunidade e a reabilitação subsequente que a pena de morte foi vista como errada e foi abolida por esse mundo fora, tendo Portugal sido pioneiro. Pergunto-me se há diferenças efectivas entre condenar alguém à morte ou condenar alguém a viver 150 anos numa prisão. O colectivo permite-se condenar alguém a morrer, literal ou metaforicamente, apenas porque se acha no direito de dar a essa pessoa um atestado de imutabilidade. É errado e as pessoas que estavam hoje a gritar à porta do tribunal, bem como as outras que gritam noutros tribunais, noutros países, a propósito de outros casos, deveriam, por um segundo que fosse, pensar: e se fosse eu, acharia justo não ter uma nova chance?
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