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Os vinte e dois deputados ao Parlamento Europeu estão eleitos e é hora de se fazer algumas considerações. Primeira conclusão: não se acredite nunca mais em sondagens. As sondagens, que tinham uma marca de credibilidade até hoje, falharam redondamente e todos sabemos que as sondagens afectam directamente as intenções de voto. Não é por no dia de reflexão não se apresentar nenhuma que os efeitos das anteriores são apagados da memória dos eleitores. A segunda conclusão a retirar é que nasceu uma nova estrela na política: Paulo Rangel. Surgiu sem ser dos meandros partidários, dos favores e lambe-botismos, e conseguiu afirmar-se como um excelente político, um político à moda antiga. Esta vitória foi também, e não vale a pena tentar escapar a esse facto, uma vitória de Manuela Ferreira Leite. Calem-se os que apregoam, estupidamente, contra as estratégias comunicacionais e apresentações tardias de candidatos. Calem-se ou passem por novas vergonhas. Marques Mendes teria sido um bom candidato, mas não sei até que ponto Paulo Rangel não superou todas as expectativas do partido. Quanto ao Bloco de Esquerda, não considero que se tenha tratado realmente de um reforço sólido da sua importância. É meritório ter eleito três deputados. Tem os melhores deputados da «esquerda» portuguesa. No entanto, considero que se trata apenas de uma consequência óbvia do contexto: contexto de crise que tende a extremar o discurso e contexto de contestação em relação ao executivo. Noutros países não foi a extrema esquerda, mas sim a extrema direita a arrecadar mais votos. Na Holanda tiveram 16%. É um resultado normal, previsível, não deixando, ainda assim, de ser preocupante. Em relação a Vital Moreira, o grande derrotado da noite, há que dizer que levou uma chapada com a mais imaculada das luvas por parte do eleitorado que, felizmente, o castigou pela campanha vergonhosa. Voltei a ter alguma esperança na democracia portuguesa. Tentou, frustradamente, arcar com todas as responsabilidades, o que não seria difícil dado que é independente, no entanto, e como é habitual, a declaração de Vital esbarra com o que disse José Sócrates há uns tempos: "As eleições europeias servirão de caução às políticas do Governo no investimento público". O governo está fragilizado e não é difícil apontar um cenário com Manuela Ferreira Leite como primeira ministra, a primeira mulher a assumir o cargo através de eleição. Estas eleições, nas suas repercussões, revelaram-se mais portuguesas que europeias.
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