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Deixem-me que regresse ao eterno dilema da liberdade. Vem ele a propósito da publicação recente do quarto grande inquérito aos valores dos franceses conduzido pelos sociólogos Pierre Bréchon e Jean-François Tchernia. Pela primeira vez em trinta anos (os anteriores inquéritos são de 1981, 1990 e 1999) os franceses exigem mais igualdade que liberdade. Ou seja, os franceses de 2009 valorizam mais viver num mundo igualitário do que num mundo livre. Os dados mostram que em 2009 os franceses dão muito valor à ordem pública – por exemplo não toleram falcatruas nos impostos, roubos de carros ou excessos de velocidade na estrada. Acreditam no Estado e querem uma autoridade mais forte, sobretudo os jovens (!?). Os mesmos franceses que querem mais igualdade e ordem pública valorizam, por outro lado, a desvinculação da vida pessoal de quaisquer valores. Na esfera privada tolera-se tudo, desde que ninguém meta o nariz onde não é chamado. Quer isto dizer que os franceses trocaram o valor da liberdade pelo da individualização e, se bem percebo, o fenómeno acabará no estranho cenário pós-social da “desmoralização” e desresponsabilização individual acompanhada da estrita “moralização” e igualização da vida pública. Nós, por cá, não estamos longe disso.
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