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Acredito que porei os teóricos do passoscoelhismo-corta-fiteiro com a cabeça à roda, mas achei a entrevista de Manuela Ferreira Leite excelente. Discordo, portanto, do Bernardo Pires de Lima e subscrevo totalmente o texto do André Abrantes Amaral. No entanto, vou mais longe. Manuela Ferreira Leite é constantemente apontada como uma má comunicadora. É verdade. Não faz parte da sua natureza a política espectáculo e isto não é novidade para absolutamente ninguém. Por outro lado, José Sócrates é tido como o mestre do marketing político. Pessoalmente pensava assim até há uns meses atrás.
A entrevista que José Sócrates deu à RTP mostrou um Sócrates igual, mas entediante. O registo de herói, salvador, pai do povo (não dos povos, que não o tenho assim em tão má conta), de quem sabe de tudo e vai à televisão explicar-nos, a nós e aos jumentos dos jornalistas, que aquilo que defende é o que está certo, aquele tom de professor primário a falar para os jovens pupilos, a mim, e julgo que a muitos mais, já não convence. Passou. Foi novidade durante uns tempos, mas tudo o que é demais enjoa.
Por seu turno, a entrevista de Manuela Ferreira Leite mostrou alguém que, pelo menos, não pareceu estar a pensar na resposta mais polida - se perder, perdi - e deu uma reconfortante sensação de genuinidade, coisa rara na política. Para além deste lado humano, que muitos se calhar não apreciarão, mostrou um discurso sólido e ideias concretas. A diminuição da taxa social única, que me parece ser uma proposta excelente, a recuperação da rede ferroviária nacional, total ou parcialmente, em vez do TGV, a proposta de um verdadeiro corte na despesa pública, já para não falar do desmascarar dos sucessivos pacotes de apoio às famílias que acabam por resultar em nada; tudo envolto numa aura de autoridade na matéria - ela sabe do que fala, pensei quando a ouvi, nomeadamente na parte em que afirmou considerar possível a entrada numa situação irreversível daqui a alguns anos.
Eu sei que José Sócrates tem o carisma, a imagem, o vigor e o facto de ser Primeiro Ministro do seu lado. Eu sei que muitos portugueses ainda vêem o investimento público como uma forma de criação de emprego, a única, ou pelo menos a melhor, e, portanto, defendem essa via, mesmo sem saber as restantes consequências. Mas seria interessante prestar um bocadinho de atenção ao que Manuela Ferreira Leite propõe como alternativa. É verdade que as diferenças não são muitas, não nos enganemos, nem nos deixemos enganar, mas são, quanto a mim, mais que suficientes para se perceber quem deve e quem não deve governar nos próximos quatro anos.
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