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Confiança e desconfiança

por Tiago Moreira Ramalho, em 26.02.09

Estou a ver o Aqui e Agora, um programa de debate da SIC onde estão a participar alguns conhecidos da nossa praça. Ainda agora, o especialista em novas tecnologias da SIC, cujo nome não fixei, deu conselhos aos pais preocupados:

 

1. Que os computadores dos filhos estejam em lugares comuns, na sala, por exemplo;

2. Que os pais tenham hi5's e contas de e-mail;

3. Que tenham acesso às páginas que os filhos consultam;

4. Que tenham acesso às conversas dos filhos pelo messenger.

 

Pois este senhor, cuja intenção certamente é boa, acabou de depositar uma bomba em vários lares. Certamente que se adivinha os pais de cabelos em pé a pedir aos Joãozinhos que lhes expliquem como funciona a máquina e a perguntar-lhes onde raio andam metidos. Estes especialistas não conseguem compreender que relações como as de pais-filhos, irmãos e todo o tipo de relação próxima, familiar ou não, tem de ter uma sólida base de confiança. Os limites são estabelecidos e a confiança é a "primeira arma": eu confio em ti, por isso não queiras trair a confiança. Se a confiança é substituída pela supervisão constante, pelas câmaras de vigilância, por um serviço de informação à escala familiar, então, os laços que se pretende que se criem são certamente postos em causa e cria-se o clima de desconfiança. O acesso às conversas dos filhos pelo messenger, por exemplo, não é em nada diferente a colocar microfones na roupa para ouvir as conversas dos meninos com os amigos. A vigilância constante que a família faz a um computador num lugar comum cria o desejo de quebrar as regras e assim que ninguém estiver a olhar o risco vai ser pisado e as consequências são inimagináveis.

Não sou pedo-psiquiatra, ou coisa que o valha, mas sei uma coisa: a proibição de algo é apenas uma formalização que vem depois do consenso em relação aos prejuízos dessa atitude. Se não for explicado ao jovem que os chats são perigosos, por exemplo, bem que se pode proibir, que haverá sempre o computador da escola, a biblioteca municipal, a casa do amigo. Quanto à pornografia, tenham juízo!, ou os carecas puritanos não se lembram de se masturbarem com as páginas da Gina?


6 comentários

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De José Manuel Faria a 27.02.2009 às 12:35

Excelente post. No final de 70 e início de 80 passavam filmes pornográficos à tarde em dois cinemas de Guimarães.Os Jovens com 15/16 anos viam-nos e não creio que esses quarentões de hoje( carecas) sejam mais ou menos promíscuos que os jovens de hoje.

Quem nunca viu pornografia que atire a 1ª pedra.

A educação sexual tem de ter imensas componentes.

O Padre do Debate não é deste Mundo.

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