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Sexta-feira Treze

por Tiago Moreira Ramalho, em 13.02.09

Muita gente tem medo dos azares que uma sexta-feira treze possa trazer. É legítimo. Eu, por exemplo, fico com pele de galinha sempre que 'passo' uma terça-feira vinte e três. Coisas minhas. Mas já que hoje é sexta-feira treze, faço um pouco de serviço público e explico o fundamento desta superstição, que já é mais velha que o Darwin.

Já todos ouvimos falar dos Cavaleiros do Templo, ou, dito de outra forma, da Ordem dos Templários. Esta Ordem cujo propósito era evangelizar as terras infiéis, foi criada no ano de 1119. Após a sua criação, cresceu imenso e por toda a Europa houve gente a entrar nela. A rede era extensa, cobria todos os países europeus, incluíndo Portugal.

Com toda esta extensão, a Ordem começou a ganhar poder e influência. Eram-lhe dadas terras e bens por quem nela entrava e pelos próprios Estados. Foi com os Templários que se criou o primeiro sistema bancário, muito rudimentar é certo, mas ainda assim inovador. O poder da Ordem era francamente avassalador e tanto Reis como a própria Igreja começaram a temê-la e a invejar-lhe as "economias". Assim, em 1307, duzentos anos depois da sua criação, o Rei francês Filipe IV, o Belo, mandou encarcerar todos os templários, acusando-os de heresia e queimando na fogueira os seus líderes. Tudo isto aconteceu no dia 13 de Outubro de 1307, sexta-feira.

A partir daí, a superstição sobre as sextas-feiras treze enraizou-se, até porque nem todos os templários morreram, muitos conseguiram fugir ou receber apoio de alguns reis, como foi o caso do nosso D. Dinis que criou a Ordem de Cristo, que em muito nos ajudou nos descobrimentos do século XV e XVI.

Está explicado.

 

Também publicado aqui.


8 comentários

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De nocas verde a 13.02.2009 às 11:16

Caro Tiago,
obrigada pela explicação. (com a sua licença coloco, devidamente creditado, este seu texto no meu lado)
bom fim-de-semana
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De C. Medina Ribeiro a 13.02.2009 às 12:51

A MINHA SEXTA-FEIRA-13
.
COMO NÃO SOU SUPERSTICIOSO, quando ontem, sexta-feira 13, o despertador me fez saltar da cama, nunca pensei que o meu dia viesse a ser diferente de outro qualquer.
.
Mas a breve trecho me apercebi de que estava equivocado, pois logo que tentei abrir a torneira da água quente fiquei com ela na mão. Essa partida do destino acabou por me sair cara, pois o meu vizinho José, canalizador, levou-me coiro e cabelo para - por especial deferência, segundo me fez saber - ma vir compor antes do pequeno-almoço.
.
Pouco depois, foi a vez do meu carro não querer pegar, e já sei que vem a caminho a correspondente despesa que terei de pagar ao Francisco, mecânico.
Ora como, entretanto, se fizera tarde, acabei por ter de pedir ao Manuel, taxista (também meu vizinho), que me levasse ao emprego - e mais uma vez a brincadeira me saiu cara devido ao trânsito infernal a que, com o atraso, já não me consegui furtar.
.
O meu dia prosseguiu com peripécias de igual jaez, e ainda incluiu um vírus de computador que me valeu mais uma verba gorda que foi direitinha para os bolsos do João-dos-bits.
.
Quando, ao fim do dia, me apercebi de que o fogão também se avariara, já não estranhei, mas também não quis saber de mais nada: saí porta-fora, e fui jantar ao restaurantezito que há aqui mesmo em frente.
.
Assim que me sentei, a patroa, vendo o meu ar nervoso, perguntou-me o que é que se passava comigo. Limitei-me a dizer-lhe, sem entrar em grandes pormenores, que o meu dia fora uma sucessão de desgraças alternando com azares - e foi nessa altura que ela me recordou, rindo, que era sexta-feira-13.
.
- Mas olhe que não correu mal a toda a gente… - comentou ainda, sem perder o sorriso que lhe animava os lábios.
.
E apontou-me para uma mesa onde um grupo de pândegos brindava à boa-sorte.
.
Adivinharam:
.
Lá estava o José-canalizador, o Francisco-mecânico, o Manuel-taxista, o João-dos-bits…
.
Ah! E também o Chico-carteirista que, pelos vistos, foi o filho-da-mãe que…
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De Manuel Leão a 13.02.2009 às 12:51

Tiago:

Já conhecia a história, mas não com tantos pormenores.
Mas não posso deixar de fazer um reparo. Não são as terras que são infiéis, quando muito são as gentes dessas terras.
Estou a brincar, evidentemente, porque o mais certo é ter sido escrito, conscientemente, como uma figura de retórica, o que nos dias que correm é muito raro encontrar a este nível.

Mas, como a própria história confirma, pelo menos para alguns, era mesmo um negócio de terras.
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De Tiago Moreira Ramalho a 13.02.2009 às 13:03

Manuel,

Acredite que me "assustou" na parte das "terras infiéis" ahah

Sabe que a história da "propagação da fé" foi em grande parte um pretexto para conquistar terras em vez de almas. As almas, mandavam-nas para o céu mais cedo que o previsto...

Cumprimentos
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De Manuel Leão a 13.02.2009 às 13:25

Tiago:

Embora cristão, tenho de reconhecer que essa foi mais uma mancha na história da Igreja.

E, pelos vistos, hoje continua a haver quem queira extremar ainda mais as coisas, com essa VERGONHA do "Negacionismo".
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De António de Almeida a 13.02.2009 às 14:16

Esta Ordem cujo propósito era evangelizar as terras infiéis, foi criada no ano de 1119

-O maior dos objectivos era proteger os peregrinos que iam em peregrinação à Terra Santa. Templários por serem os guardiões do templo. Não confundir com as cruzadas, o seu primeiro Mestre foi Hugo de Payens:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_de_Payens
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De João André a 16.02.2009 às 09:49

Acho que não há consenso sobre ser essa a origem, mas parece ser a explicação aceite por norma.
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De Tiago Moreira Ramalho a 16.02.2009 às 09:56

João André, é claro que não há consenso. Aliás, são poucos os "factos" históricos que geram consenso. Pessoalmente, "gosto" desta teoria.

Cumprimentos

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