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O PSD a(o) frio

por João Villalobos, em 22.01.09

Depreendo, depois de ler este post da Joana, que a autora de Hole Horror embarca no discurso de José Pacheco Pereira, o qual sempre considerou as empresas de consultadoria em comunicação como anátema. Vamos pois por partes e em resposta à Joana:

1. Ignoro se Pedro Passos Coelho contratou ou não uma empresa do sector. Se o fez e soube escolhê-la, está de parabéns. Só pode ter a ganhar na profissionalização e eficácia da sua comunicação. 

2. Quando escrevi que PPC, ao contrário de MFL, desenvolve uma estratégia coerente de marketing político fi-lo porque, ao contrário de JPP, olho para a visibilidade alcançada na comunicação social com a frieza analítica de quem, despido de subjectividades, reconhece os resultados alcançados: Protagonismo, diferenciação, imagem de vitalidade e de «futuro», com racionalidade nos discursos e sem excessiva emotividade nas reacções.

3. Ao contrário do que diz a Joana, mas isso é algo que admito não seja a percepção geral existente, as empresas de comunicação não «ofuscam a mensagem política». Se o fazem, trabalham mal. Pelo contrário, elas devem realçar a mensagem e saber jogar com a tendência mediática para o soundbyte e a simplificação, lidando correctamente com os temas em agenda  mas sem esquecer o objectivo a alcançar a médio ou longo prazo. Neste caso, suponho que a médio prazo seja para PPC a liderança do PSD e,  a longo, a liderança do Governo.

4. Resumindo, é muito, mas muito redutor da actividade dos jornalistas e da dos consultores a maniqueísta visão reflectida pela Joana. Ela replica o discurso de pessoas como Pacheco Pereira, que preferiam que a actividade fosse desempenhada por pessoas como ele e não por aqueles que muitos apelidam de «mercenários». Ora trabalhar profissionalmente e bem com quem nos paga é suposto ser a missão de cada um, independentemente da sua profissão. Um consultor não veste camisolas, motiva outros a vesti-las. Já Pacheco Pereira, por outro lado, não só veste excessivamente a sua, como consegue colocar muita gente em tronco nu. O que, com este frio, não dá lá muito jeito. Com tanta constipação, o PSD ainda se arrisca a uma pneumonia.

 


13 comentários

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De Maria a 22.01.2009 às 10:58

Ó patraozinho, veja lá se a andar assim despido ainda se constipa.
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De Al Jarreta a 22.01.2009 às 11:13

Cheio de coveiros anda o PSD: ele é a Manuela Coveira Leite, o Luis Coveiro Menezes, o Pedro Coveiro Lopes, o José Coveiro Barroso...

Aquilo nem sem consultores nem com eles.
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De Francisco a 22.01.2009 às 11:32

"elas devem realçar a mensagem e saber jogar com a tendência mediática para o soundbyte e a simplificação": ou seja, devem jogar com a ignorância | incompetência | preguiça | limitações | simpatias dos jornalistas... É isso?
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De João Villalobos a 22.01.2009 às 11:44

Não, não é isso. O tema dava todo um outro post, mas trata-se de entender que o processo de produção de notícias e a estrutura organizativa dos órgãos de comunicação social tem, hoje, toda uma lógica que é necessário entender e com a qual é preciso saber lidar.
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De David a 22.01.2009 às 11:34

O que se passa é que os consultores de comunicação que temos (veja-se o blogue do Luis Paixão Martins a título de exemplo, ou recordem-se as palavras do fabuloso Cunha Vaz) são, ou querem ser, na verdade actores politicos. Fazem a mensagem e disfarçam-na de notícia. E alguns jornalistas, por incompetência, por ausência de sentido critico ou por conivência com os agentes politicos e suas "agências de comunicação" são a caixa de ressonância fácil e simples desses especialistas da "comunicação".

É isto que se deve ter presente ao analisar a questão.

Que Pedro Passos Coelho recorre a esses serviços é ponto assente. E que é livre do o fazer, é igualmente ponto assente.

Já não é ponto assente que jornalistas que se apresentam como tal se limitem a absorver o produto que as agências de comunicação lhes colocam à frente e a colocá-lo como notícia nos jornais.

Finalmente, mas isso já é outra questão, pergunto-me por quanto tempo se conseguirá vender o vazio, por melhor agência de comunicação, estratégia comunicacional e jornalistas amigos que se tenha.

David D.P.
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De João Villalobos a 22.01.2009 às 11:49

O David parece o Francisco e ambos parecem o Pacheco Pereira. Mas enfim...Não me parece ponto assnte que Passos Coelho recorra a uma empresa de comunicação, não sou Passos Coelhista mas estou de longe de considerá-lo «vazio» e não vou falar da concorrência.
Finalmente, essa história dos jornalistas como «caixa de ressonância» é muito útil para quem, repito, não consegue ele mesmo veicular com eficácia as suas mensagens e conteúdos.
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De Francisco a 22.01.2009 às 19:14

Por que será que no Corta-fitas todos quantos discordam dos V. escritos são o Pacheco Pereira?...
O problema, parece-me, tem a ver com um círculo vicioso (que alguém habilmente desenhou... e ninguém quer interromper): quem recorre a agências de comunicação (ou pelo menos às suas técnicas) consegue 'fazer passar a mensagem' mesmo que não diga nada de novo ou com consistência; quem não recorre, não consegue, mesmo que tenha consistência ou diga coisas novas! Neste caso, PPC (como o PM e o Governo) usa as técnicas e faz passar a mensagem; MFL não usa e...
Fazendo aqui um 'dois em um', atrevo-me a responder à resposta ao meu comentário acima: diz o João Villalobos que "o processo de produção de notícias e a estrutura organizativa dos órgãos de comunicação social tem, hoje, toda uma lógica que é necessário entender e com a qual é preciso saber lidar": é verdade, concordo absolutamente que há uma 'lógica' subjacente a tudo o que se lê e ouve. O problema é que só quem está por dentro a entende; como os destinatários (leitores/ouvintes) dos OCS não entendem, não ouvem nem lêem.
A consequência (que os profissionais do meio teimam em não ver) é a diminuição da circulação dos jornais (mais uns que outros). Será que os processos de despedimento anunciados ou de que se fala no meio não vos dizem nada?
Permita-me que lhe diga que aquela sua afirmação é a prova de que efectivamente boa parte dos OCS funciona em (e para) circuito fechado: escrevem/falam uns para os outros e para as 'fontes'; acontece que uns, outros e as 'fontes' não asseguram a viabilidade das empresas! A ver vamos o que dará o 'caso Sol'...
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De rxc a 22.01.2009 às 11:38

Smoke and mirrors, meu caro, nada mais. Se há ideias precisas e válidas, não é preciso andar sempre a fazer o "spin" da coisa nem botar meia dúzia de sound-bytes sem conteúdo todas as semanas. Uma poia com um laço por cima continua a ser uma poia. Ou então assumimos que o que interessa é obter o voto do incauto cidadão, custe o que custar, com uma mão-cheia de ilusões e castelos no ar.
Eu pessoalmente prefiro a verdade acima de qualquer ilusão ou artifício comunicativo. Mas vejo que muitos gostam é de espectáculo, quiçá por não compreendem a substância.
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De Xarope a 22.01.2009 às 11:42

Não é por nada, mas parece-me que se o PSD contratasse alguma agência de comunicação (ou lá o que é) a primeira coisa que esta lhes teria de aconselhar era a mudança de líder.

Isto se fossem minimamente competentes, claro.
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De Anónimo a 22.01.2009 às 11:46

Curiosamente, o título do post não é sob comunicação mas sim sobre o PSD....
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De David a 22.01.2009 às 12:01

Não sou o Pacheco Pereira, mas isso (ser ou não ser Pacheco Pereira) afecta em alguma coisa a validade das minhas afirmações? E como afecta?
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De João Villalobos a 22.01.2009 às 12:10

Se fosse o Pacheco Pereira, isso ia afectá-lo bastante, acredite. Quanto às suas afirmações, são tão válidas quanto as dele, no meu entender.
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De Anónimo Veneziano a 22.01.2009 às 12:19

Gostemos ou não do Pacheco, a verdade é que o que ele quiz dizer - num português atabalhoado, reconheça-se - é que a informação pode ser sempre manipulada. E será tão melhor manipulada quanto menos o pareça. Manipular é como usar uma arma muito subtil. Por mais certeira que seja, não tem influência alguma nas intenções de quem a usa. Não conheço o FAL, senão dos seus escritos que são de indiscutível qualidade. Mas estes, para quem está de fora, denotam efectivamente um certo "parti-pris" que aliás, nada me incomoda.

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