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Paixões
A discussão que o Tiago Moreira Ramalho e o João Tordo tentaram iniciar aqui nos últimos dias, sobre a monarquia, originou comentários irados. É interessante como este sistema de governação que serviu durante séculos mas que não possui actualidade suscita tais emoções na blogosfera portuguesa. A monarquia terá no máximo interesse histórico. Por mim, acho mais importante falar do futuro.
Por exemplo, a república americana criou um sistema peculiar que assegura aos EUA um domínio internacional sustentável. A grande vantagem parece-me ser a sua adaptabilidade, mas há outros elementos, como a livre expressão, o reflexo anti-aristocrático, a renovação das elites. A América mantém-se dominante desde 1945, apesar da recente ascensão de rivais; mas estas potências emergentes, como a China comunista (ou de mandarinato), são ao mesmo tempo vulneráveis a crises. Por outro lado, na hora da saída do 43º presidente americano, é interessante observar como estes oito anos de unilateralismo da era George W. Bush não passaram de ilusão. Os EUA ganham em desenvolver as alianças do tempo da Guerra Fria. Barack Obama, provavelmente, quererá reforçar as relações com a Europa e Japão.
Na Europa está a surgir uma nova forma de fazer política, baseada na negociação permanente (alguns diriam excessiva) e numa complexa rede de relações entre órgãos que se complementam. É um work in progress que não se parece com mais nada. Claro, as nações continuam a dominar o sistema, mas é interessante ver como a presidência europeia de um país de pequeno porte, como a República Checa, pode causar tantos estragos. Ora, isto é uma vantagem da UE, não é um defeito.
É curioso ver como a Rússia de Vladimir Putin tem tão poucos críticos na blogosfera, em comparação à América ou à Europa (onde há democracias). Como prova a questão georgiana ou a do gás ucraniano, as acções de Moscovo são explicadas pela perda de parte do império, no final da Guerra Fria. Hoje, a Rússia tenta condicionar as antigas colónias e recuperou um sistema (no papel, uma república) que se assemelha em muito à hierarquia czarista. Ou seja, Putin é uma espécie de Napoleão, usando a república para reconstituir o império.
Há um outro sistema em competição, o teocrático, muito em voga em países muçulmanos onde os militantes fundamentalistas afastam os moderados. Também é interessante ver como autores da nossa blogosfera chutam para canto este interessante grupo do Islão político, que não negoceia, por ter sempre a razão divina do seu lado. A vitimização faz sempre parte da estratégia de poder. Estes também se enganaram no século, mas com mais cinismo do que os imperialistas.
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Acho que não percebeu a substancia do texto...