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Feliz Ano Novo. A ausência de posts deveu-se à ausência de Portugal. Ou melhor, "portugal", que este país, às vezes, nem merece letra grande. Em Dublin sente-se a crise, mas também se sente uma união e vontade de viver que, por alguma razão, não nos estão no sangue. A nossa união é o sarcasmo; a nossa vontade uma fraude. Saio do aeroporto, debaixo de uma queda de água, apanho um táxi, e o condutor expele: "Isto não devia haver nem Natal nem ano novo era o que era". Suspiro e pergunto-lhe porquê, amaldiçoando-me por ter demorado ainda menos do que previra a escutar o primeiro queixume. Atropelando violentamente a língua, o homem lá consegue explicar que ninguém apanha o táxi dele desde o Natal, que as ruas estão desertas, e portanto é tudo uma desgraça. O seu táxi é o mundo inteiro, e aqui reside o problema: em países melhores, a crise financeira servirá para juntar aqueles que anteriormente nada tinham em comum. Por cá, vai cavar um fosso cada vez mais profundo, cada vez mais triste, cada vez mais resignado, entre nós, até que cada um conduza o seu próprio táxi a caminho de nenhures.
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