por Luís Naves, em 30.12.08
A situação em Gaza incomoda as consciências, é natural, mas comparar o ataque israelita ao Holocausto não faz qualquer sentido. Este último foi um crime horrendo, sem paralelo, que destruiu comunidades inteiras, milhões de pessoas pacíficas, de todas as idades e profissões, num contexto de barbárie sem nexo. A razão invocada para o crime foi racial, a de purificar a humanidade. Nos últimos 50 anos, não houve sequer palavras para descrever o que aconteceu. É impossível compreender.
A crise em Gaza pode ser compreendida. É do domínio do racional, embora nos doa e seja difícil de aceitar.
O Hamas é uma organização fundamentalista islâmica que não aceita reconhecer Israel e que aproveita os ataques israelitas para resolver a sua guerra civil com os palestinianos seculares que aceitam falar com os israelitas.
O ataque não é contra a população civil, mas contra o Hamas.
Podemos argumentar que o ataque israelita a Gaza é desproporcionado e dá força aos radicais, que os protagonistas têm interesses políticos. É possível argumentar que o bloqueio a Gaza é injusto para a população.
Mas as comparações com o Holocausto são absurdas...