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Entre o discurso e a parede

por João Villalobos, em 29.12.08

Se toca num ponto sensível o post abaixo da nossa Isabel, permitam-me que toque noutro ainda após ouvir o discurso proferido. Com o seu habitual tacticismo, que aliás só Pedro Santana Lopes percebeu contra corrente, o Governo sempre soube de antemão que o PR não tem à sua disposição armas de combate corpo a corpo, mas sim apenas uma de destruição maciça; a dissolução da Assembleia.

Sucede que a convocação de eleições antecipadas, neste momento em que o PSD é o que é e Alegre não ata nem desata, só poderia dar ao PS um resultado melhor do que aquele que inevitavelmente teria em Outubro de 2009. Em síntese, se Cavaco fizesse aquilo que provavelmente lhe apetecia fazer, a única consequência seria entregar a Sócrates um bolo-rei não apenas sem fava mas com dois brindes lá dentro (E sim, sei que a imagem transporta consigo todo um passado traumático).

Vamos, assim, ter um 2009 em clima de guerra fria e de desgaste. Para os portugueses, é só mais uma má notícia a somar a todas as outras. E tudo por causa dos Açores, essas ilhas muito bonitas que dão esplêndidas fotografias para promoção turística mas que, convenhamos, não valem as dores de cabeça que ainda vamos ter nos próximos meses.


11 comentários

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De Ana Pereira a 29.12.2008 às 22:50

É provavel que muitos portugueses não tenham entendido as razões de tanta preocupação por parte do PR,mas na verdade ele tocou num ponto muito importante,e está coberto de razão.Nenhum lei ordinária devia poder alterar a CRP,seja nesta matéria ou em qualquer outra.Há mandatos especificos para fazer revisões da CRP,não é á sucapa como os nossos queridos deputados fizeram.Não fosse a crise e bem mereciam serem corridos.
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De Pedro Correia a 30.12.2008 às 00:20

A questão central é precisamente essa, Ana. Os pontos que o João aborda merecem também toda a atenão. De facto, PSL foi quem percebeu melhor qual era a conveniência política do primeiro-ministro. Mas, como é óbvio, Cavaco não lhe fará a vontade.
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De FG a 30.12.2008 às 01:22

A verdade nua e crua é que Cavaco está a partir de agora nas mãos de Sócrates.
Basta a este demitir-se alegando "falta de condições para governar" perante alguma intervenção muito forte do PR.
Se o motivo alegado por Sócrates for entendido pelo eleitorado lá o teremos como PM com nova maioria absoluta.
A não promulgação do orçamento seria um bom motivo com os funcionários públicos e os pensionistas a gritar pelos aumentos prometidos, não ?
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De Pedro Correia a 30.12.2008 às 01:25

Olhe que não: Cavaco não está nas mãos de Sócrates. Esse seu pressuposto - "bastaria Sócrates demitir-se..." - é um gigantesco ponto de interrogação. Bastaria, como? Acha que essa atitude irresponsável não seria penalizada duramente pelo eleitorado?
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De FG a 30.12.2008 às 01:38

PC,
Respeito a sua opinião, mas se calhar não me leu bem ou não me expressei bem.
Nesta altura de crise económica (e que irá agravar-se...) os eleitores esperam medidas que lhes facilitem a vida por parte do Governo e não do Presidente (que não governa).
Não acho, ao contrário de si, que um PM demitir-se seja irresponsável "tout court", pois tudo depende do motivo, de se recandidatar ou não e de como o eleitorado entender esse facto. (veja o que se passa em Inglaterra pe).
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De Pedro Correia a 30.12.2008 às 02:05

Percebo a sua argumentação. Mas, se me permite, parte daquilo que considero um equívoco: que os eleitores não terão entendido bem de que lado se encontra a razão nesta questão dos Açores. Depois da comunicação de hoje do PR, considero que a questão ganhou mais clareza e que a teimosa do PS nesta questão é entendida como mais um arrogante tique de maioria absoluta. Aquilo a que o dr. Mário Soares, noutros tempos, chamava 'ditadura de maioria'...
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De FG a 30.12.2008 às 02:23

PC,
Também eu o percebo.
Acho a nossa divergência de pontos de vista salutar.
Saúde para si, e para mim, para cá estarmos a observar o que irá acontecer.
Cumprimentos.

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De Pedro Correia a 30.12.2008 às 10:39

Ora muito bem. Haveremos de voltar a trocar umas ideias sobre o assunto.
Cumprimentos
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De martins a 30.12.2008 às 07:15

Se assim é, então afinal quem é que usou de taticismo? O PR não dissolveu a AR com receio de que o PS obtivesse um bom resultado e o PSD não?
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De Pedro Correia a 30.12.2008 às 10:39

O problema da vida política portuguesa é precisamente esse: táctica a mais, estratégia a menos. Os resultados estão à vista, legislatura após legislatura.
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De Ana Gabriela a 30.12.2008 às 15:29

São preferíveis "as dores de cabeça" com a esperança ao fundo do túnel, apesar de tudo. Aguentemo-nos até Outubro, pois...
Cumprimentos. Ana

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