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Em oposição à esquerda que não tutelam

por Pedro Correia, em 01.12.08

 

Agostinho Lopes, o último moderado que sobrava nos organismos executivos do PCP, abandona a Comissão Política. Albano Nunes e Luísa Araújo, de uma ortodoxia inabalável, transitam para o poderoso Secretariado comunista. O ultra-ortodoxo José Casanova deixa a Comissão Política mas permanece como director do Avante!, o que chega e sobra para manter a influência. O que sai deste congresso no Campo Pequeno? Um partido cada vez mais "expurgado", cada vez mais monolítico, com votações cada vez mais unânimes, dignas do antigo aparelho soviético. Sai um PCP que funciona como aliado estratégico da direita política, que há muito deixou de o criticar, o que facilmente se entende. A direita odeia o Bloco e convive amenamente com o PCP. Por saber muito bem que este partido fechado sobre si próprio à espera de uma "revolução" que jamais chegará não contribui um milímetro para uma alternativa de esquerda. Ser perpetuamente de oposição à esquerda que não controla nem tutela é o seu espaço vital. Não esqueceram nada, não aprenderam nada.


22 comentários

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De José Manuel Faria a 01.12.2008 às 13:59

"O PCP não deve ser um grande MRPP", ouvi esta frase de um delegado de Braga, dita bem alto, em 2000.

Oito anos depois o PCP deixa de possuir " vírus pequeno-burgueses".

O melhor deputado de Braga, é verdade este homem não para, desloca-se a Vizela 5 a 6 vezes por ano, é o único deputado da CDU a norte do Douro, sai da Comissão Política, aquilo que se temia.

Não consigo entender como é que: Honório Novo, António Filipe, Vítor Dias e mesmo Agostinho Lopes tenham votado estas Teses.

O resultado seria o mesmo, caso a votação fosse secreta?
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 14:37

"O PCP não deve ser um grande MRPP." Curiosa frase, essa...
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De JP Santos a 01.12.2008 às 14:11

"o último moderado"; "ortodoxia inabalável"; "ultra-ortodoxo"; "antigo aparelho soviético"...

Bela cassete esta! A verdadeira cassete! A da verborreia "amarela" gravada em mente susceptível, certamente no dealbar de 90 e nunca mais esquecida por quem tem "muros" nos ouvidos e na consciência!

O Sr. Pedro Correia é mais um dos desiludidos. Afinal neste congresso não houve "contestação" e "renovadores em bicos de pé".

Espere pelo próximo... a ver se tem sorte!
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 14:36

Vejo que não aprecia cassetes. Mas aprecia unanimidades? Sente-se melhor assim com todos finalmente a remarem para o mesmo lado, cada vez menos mas cada vez mais unidos?
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De João Dias a 01.12.2008 às 14:26


Uma análise independente de uma pessoa desinteressada, a direita aliada do PCP e inimiga do bloco e, já agora, de Manuel Alegre. Você ainda deve andar com os olhos em bico, em bico? não perdão, deve ver ao contrário....
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 14:34

Felicito-o pela qualidade da sua argumentação. Vê-se que está muito habituado a debater.
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De hajapachorra a 01.12.2008 às 15:10

Os especialistas na conversa da treta - que no seu convencimento a si mesmo se chamam jornalistas - deviam ler algumas coisas óbvias que o César das Neves hoje escreve a respeito deles. Andam pela trela e nem notam.
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 15:13

Uau. Temos aqui um admirador incondicional de César das Neves. Matéria para estudo antropológico.
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De hajapachorra a 01.12.2008 às 23:07

Previsível, completamente previsível esta 'argumentação jornalística'; até o JCN a consegue prever... Poupe-se, rapaz, escreva sobre selos, o benfica ou sobre o Passos Coelho.
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 23:20

Escrevo sobre o que me apetecer, e como me apetecer. Escusa de ficar preocupado.
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De Anónimo a 01.12.2008 às 15:52

Meio milhão de desempregados vêm aí.
Escândalos no BPN, com Dias Loureiro e Oliveira Costa.
Um presidente fraco e apagado, orientado pelo igualmente tímido Fernando Lima.
Um semi-engenheiro com duvidoso gosto técnico na sua valência Civil (leia-se Construção), comprovada por aquelas obras-primas que assinou em várias câmaras do país.
Um Coelho Mota-Engil que ganha tudo
Uma cadidata a líder do PSD que nem sequer dirime respostas internas a Luís Mira Amaral, conduzida de forma tímida por Francisco Azevedo e Silva e que, ainda por cima, dá de barato seis meses sem democracia, só para "meter irto tudo nos eixos" (perante os grande receios de um Mendonça, cada vez mais Zequinha).
Um Paulo Portas que não consegue ter a expressão afirmativa do seu irmão Miguel.
Um Ângelo Correia que anda sempre à cata, e que não desperdiça os contactos que consegue manter com Líbios, ou outros semelhantes (e todos anti-Telavive).

Perante isto, que não é pouco, é capaz de ser tempo do partido do Dr. Cunhal (o único que veio de boas famílias, as mesmas que fundaram o Banco da Agricultura e a seguradora Pátria, e que empregou o madeirense Jorge Jardim Gonçalves e o seu amigo Filipe Pinhal), digo, do PCP, chegar ao poder, com o voto do descontentamento, dos que não acreditam na força do BE, dos que desconfiam da gestão Rosa, dos que cham que o PPD está definitivamente partido (fraccionado).

Ou seja, chegou a altura do PCP ser Governo.

O Jerónimo, que é bom rapaz, e empregado honesto, sabe disso. Vamos ver se não tem medo. Vamos ver se o Jerónimo vai em frente...

Cumps a Todos

(descontem as gralhas s.f.f)
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De dita dura a 02.12.2008 às 07:07

Concordo. PC ao governo JÁ !!
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De clara martins a 01.12.2008 às 17:13

Excelente e lúcido post. Vamos lá ver se o Bloco e a auto-intitulada "ala esquerda" do PS aprendem de uma vez para sempre, porque o PC não brinca em serviço. Jerónimo foi muito claro: alianças à esquerda sim, mas só sob a égide do PCP.
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De kruzeskanhoto a 01.12.2008 às 19:30

"A direita odeia o Bloco e convive amenamente com o PCP". Nunca dei por isso...
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De vítor dias a 01.12.2008 às 20:17



Caro Pedro Correia :

De facto, você tem um frequente desencontro - involuntário, acredito - com o rigor e a verdade dos factos.

Diz que Albano Nunes e Luisa Araújo «transitam para o Secretariado» onde, por acaso da vida e azar seu, já estavam, e o primeiro há muitos e muitos anos.

Sobre as falsificações, deturpações e queixinhas de sectores políticos a quem Jerónimo de Sousa fez referências críticas já escrevi no «tempo das cerejas» - sob o título «Um estatuto de excepção para... as flores de estufa» - o que tinha a dizer e agradeço a quem quiser fazer o favor de me dizer o que lá está escrito que seja falso.

Mas ao menos repare nisto : aqueles que hoje se apresentam como grandes campeões da convergência à esquerda do PS completam dia 14, a seguir ao Trindade, a segunda iniciativa de «agregação» para que não contactam, não sondam e não convidam o PCP.

Neste caso a quem é que se aplica a sua frase «Em oposição à esquerda que não tutelam» ?



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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 22:55

Caro Vítor Dias,
É espantoso o seu raciocínio. Então agora o PCP precisa de "convite" para "agregações" à esquerda? Você, que até é do tempo da CDE, sabe bem que isso é mera desculpa formal para continuar a ver apenas os "Verdes" como parceiros exclusivos de um entendimento à esquerda. Apetece-me perguntar-lhe que passos concretos deu já o PCP para integrar iniciativas políticas conjuntas como essa a que se refere.
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De vítor dias a 01.12.2008 às 23:25



Extraordinário, Pedro Correia : uma apresentam-se como promotores de «agregações» à esquerda do PS e configuram iniciativas e o PCP é que tinha de lhes ir bater à porta quando, em política, o que isto significa é que quem não contacta, não sonda e não convida é porque não quer contactar, sondar ou convidar.

Quando amanhã se fizer o favor voltar ao «tempo das cerejas» encontrará muita matéria em torno de perguntas que as suas linhas justificavam, como por exemplo, o que é isso, em concreto, em termos políticos e à beira de três eleições de «um entendimento à esquerda» ?

Como ninguém tem explicado, talvez o Pedro Correia saiba explicar ou posso perguntar a quem saiba.
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De Pedro Correia a 01.12.2008 às 23:34

Caro Vítor Dias,
Tenho-o lido, com o interesse de sempre, no Tempo das Cerejas. Aquilo de que fala lá, e de que me fala aqui também é táctica, pura táctica. Pergunto-lhe: quando se chegará enfim à fase de sobrepor a estratégia à táctica? Que interessa quem é o primeiro a dar o passo, ou qual o formalismo inerente a essa aproximação, se o que interessa realmente - objectivo estratégico - é construir uma alternativa de governo à esquerda? Ou será que isso não interessa realmente?
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De Anónimo a 02.12.2008 às 00:57

Quantos deputados vão perder o PS e o PSD no próximo hemicíclo?

Quanto é que vai aumentar o PCP?
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De dita dura a 02.12.2008 às 06:38

Um deputado do PC hoje é um pequeno burguês a expulsar do partido amanhã. A luta continua! (e o frio também, brrrrrrr, parece a Sibéria)

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