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O único terrorista capturado com vida em Bombaim, um jovem paquistanês de 18 anos chamado Amir Qasav, confessou que ele e os seus parceiros de crime pretendiam imitar na Índia o que sucedeu em Nova Iorque em Setembro de 2001: matar cerca de cinco mil pessoas e destruir por completo o emblemático Hotel Taj Mahal, que encheram de explosivos sofisticados como numa operação de guerra. Foi uma acção meticulosamente preparada: os terroristas conheciam em pormenor a planta do gigantesco edifício, um dos hotéis mais luxuosos do planeta.
Atacaram este hotel, e também o Oberoi, e o café Leopold, por serem alguns dos pontos mais cosmopolitas de Bombaim, cidade que "horroriza os extremistas religiosos, tanto hindus como muçulmanos", como sublinha Suketu Mehta, professor de Jornalismo na Universidade de Nova Iorque, neste notável artigo publicado no New York Times.
"Bombaim é o sonho colectivo dos povos do sul da Ásia. As películas de Bollywood são a fórmula de entretenimento mais popular do subcontinente. Graças a ela, todos os paquistaneses e bangladeches conhecem a arquitectura de bolo de noiva do [Hotel] Taj Mahal e o arco da Porta da Índia, símbolos da cidade que dá nome à indústria. Ao entrarem em Cabul, os talibãs encerraram os videoclubes que alugavam filmes de Bollywood", salienta Mehta, que desfia uma memória pessoal da cidade: "Na Bombaim onde cresci, a religião era uma excentricidade pessoal, como o corte de cabelo. Na Bombaim de hoje, as coisas mudaram. Os demagogos hindus e muçulmanos querem que os seus seguidores voltem a sair à rua e se apunhalem mutuamente em nome de Deus."
Eles sabiam bem onde atacavam. O café Leopold, "uma esplanada onde viajantes de todo o mundo tomavam uma cerveja antes de se aventurarem pelo interior da Índia". E também o centro judaico: a partir de agora, alerta Mehta, "ser judeu na Índia converteu-se num perigo pela primeira vez na História".
Desta vez os terroristas provocaram 183 mortos e cerca de 300 feridos. A barbárie deu mais um passo em frente. A civilização deu mais um passo à retaguarda.
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Acho que não percebeu a substancia do texto...