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Enviuvou há pouco tempo. Na verdade já tem idade para ser viúva, por isso tem consciência de que a situação lhe é ainda mais adversa por ser banal. Parca em palavras e amarga no timbre, sabe que nada do que disser despertará mais do que a polida compreensão de quem a ouve. Afirma não saber o que fazer com o que lhe ficou no colo: só inutilidades e recipientes vazios, a começar pelo tempo. O que fazer com essa tralha de horas, minutos e longos segundos? Depois olha-me nos olhos, à procura, quem sabe, de uma emoção que faça justiça à sua dor, e percebo que só nessa altura toma verdadeira consciência de mim. Deita contas à minha vida, avalia-me, calcula que possibilidades ainda me aguardam, e então, num acesso de generosidade, alheia-se da sua rígida formação católica e incita-me: “Aproveite, Teresa!” Do fundo da íris desmaiada dos seus setenta anos trata-me por tu: “Não sejas parva!”.
Mas logo recupera aquele ar abnegado que tão bem combina com o preto e se despede, formal como sempre: “Gostei de a ver. Cumprimentos lá em casa.”
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