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A Re-revisitação de Brideshead

por Paulo Cunha Porto, em 05.10.08

 

 

Está aí a nova versão de «Brideshead Revisited», em filme. Será discutível o investimento numa versão alternativa à perfeição, mas toda a gente deve ser livre de tentar. Por esta amostra, cheira-me a tudo assente em opções de explicitação demasiada, não me estando a referir, longe disso, às cenas de sexo. E não compartilho o entusiasmo quanto ao casting de Emma Thompson como Lady Marchmain. Sou fervoroso admirador da Artista, a quem, além dos principais filmes, devo a mais extraordinária interpretação teatral que vi (pela TV), em «Look Back In Anger», de Osborne, contracenando com o ex-marido. Mas para o papel da Marquesa mãe de Sebastian parece-me necessário recorrer a uma presença que consiga equilibrar a contenção e a manipulação por detrás de uma máscara menos interventiva do que a que julgo ser o trunfo mais forte da Grande Actriz da actualidade. Como Claire Bloom, também formada na interpretação shakespeareana, fazia, conforme se vê nestas imagens que juntei a impressões minhas desse extraordinário feito televisivo.


17 comentários

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De JuliaML a 05.10.2008 às 20:47


concordo consigo,Paulo!

Have a nice week

(saio à inglesa)
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De Cristina Ribeiro a 05.10.2008 às 20:53

Certo, a perfeição estava lá...
Beijo, Paulo
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De Paulo Cunha Porto a 05.10.2008 às 21:23

Querida Júlia, quer dizer, de óculos escuros, como o sapinho? Olhe que dos Franceses dizem que "sair à Inglesa" é o que para os outros ficou conhecido como "à Francesa". Ainda bem que houve tempo para me desejar uma boa semana, voto que gostosamente retribuo.

Querida Cristina,
o pior é que pelo bocadinho que vimos, o nível não é sequer aproximado, na nova versão.
Beijinhos
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De Carlos Semedo a 05.10.2008 às 22:50

Quando há uns meses dei conta que estavam a trabalhar neste filme tomei uma decisão, da qual não me vou arrepender, com toda a certeza. Não vou ver este filme. E a razão está expressa no seu postal, caro Paulo. Nestas coisas da perfeição não há versões alternativas. E a série original tem a perfeição das coisas que nos ficam para toda a vida. Uma preciosidade tal que basta começar a ouvir a banda sonora e fico logo arrepiado. Poderá ser uma injustiça para o filme mas não há volta a dar, não o vou ver.
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De Paulo Cunha Porto a 05.10.2008 às 23:00

Ah, aquela Música, Meu Caro Carlos! E a constelação de estrelas, adaptadíssimas a cada personagem, quando se sabe que muitas aglomerações do género costumam dar resultados amorfos....
Estou muito tentado a seguir-Lhe a decisão, Caro Amigo. A primeira filmagem é um dos casos, relativamente escassos, em que a fita supera o livro, o qual, no entanto, também é bom, embora a tradução portuguesa tenha falhas.
Abraço
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De ka a 05.10.2008 às 23:27

Curioso eu ler este post hoje. Comecei a rever a série em DVD esta semana e de facto, ao saber agora que vai haver um filme a primeira pergunta é mesmo porquê?

Não fico com a mínima vontade de ver um filme. Aidna por cima tendo eu o originalque posso rever vezes sem conta!

Boa semana :)
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De Ana Vidal a 06.10.2008 às 01:55

Parece que estamos todos de acordo: a série é uma das melhores de sempre, e também duvido de que o filme lhe chegue aos calcanhares. Mas vou vê-lo... nem que seja pela Ema Thompson, uma actriz que adoro.
Beijinho
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De JuliaML a 06.10.2008 às 10:06

eu não irei vê-lo, não quero estragar a imagem. A primeira versão está tão perfeita que tudo o que surgir depois serão imitaç~eos.

saio à minha maneira

com bem querer
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De Paulo Cunha Porto a 06.10.2008 às 11:03

Querida Ka,
não tenho o DVD, mas sim a série toda gravada no velho sistema de cassettes de vídeo. Mais tarde ou mais cedo adquirirei o novo suporte, até pela informação-extra que costuma trazer.
Realmente, não dá vontade nenhuma de acumular versões. Para quem tenha curiosidade, o melhor é simular tratar-se de outra história...
Também para Si, uma semana perfeita

Querida Ana,
como disse, também estimo muito a Thompson. Apenas acho que a sugestão falsamente distanciada em vez do controlo assumido vão melhor na personagem, a qual também era assolada por um pathos interior não-negligenciável...

Querida Júlia,
Esse é o risco maior para a nova tentativa. Claro que o original é sempre de preferir.
E, com a Bem-Querença idiossincrática, já A reconheço na saída.
Beijinhos
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De Anónimo a 06.10.2008 às 17:02

Uma série "chique a valer". como diria o Dâmaso Salcede. Os clichés todos da aristocracia inglesa, numa obra que o próprio Evelyn Waugh diz ter sido menor e um pouco ridicula. Mas a malta adora estas coisas. E o ursinho? O teddy bear! que fofinho, que chique! E a música das trompas, aquela música clássica para elevadores...

Pedro
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De Paulo Cunha Porto a 06.10.2008 às 17:26

Pois, Pedro, cada um pode ser o Dâmaso Salcede do ouitro, está bom de ver. O Waugh achava-a obra tão menor que até veio a publicar os cadernos de Charles Ryder, essa sim sem grandes pernas para andar. Mas os clichhs do bota-abaixismo, tão infeiores aos de qualquer aristosracia, inglesa incluída, fazem parte de uma chaga viva muito portuguesa - a Filosofia de Antecâmara, antigamente encenada em criados incompetentes e um pouco ridículos, cujo entretém é desmerecer tudo o que outros acham sublime.
Os mesmos que preferem música efémera, de afundador em vez de elevador.
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De Anónimo a 06.10.2008 às 17:50

Paulo, eu arriscaria dizer que o que você chama aqui bota-abaixismo, a critica aos gostos dos outros, acharia absolutely delicious e muito witty, se fosse escrito em inglês pelo Waugh ou outro qualquer... eu limitei-me a opinar e a dizer que acho a obra muito sobrevalorizada. São cenas da vida da aristocracia inglesa para deleite dos "continentais". Muito tweed e muito pastel e muitas cenas da vida no countryside e muito spleen trágico e etc. E nós adoramos essas coisas, como sabe o Paulo.

E o Waugh de facto achava a obra menor. Exactamente porque é menor. Ah, o Jeremy Irons estava muito bem. E o louro também.

Pedro
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De Paulo Cunha Porto a 06.10.2008 às 18:03

Pedro, eu não arriscaria tanto, embora seja verdade que se grudou ao carácter nacional e às letras britânicos um humor muito menos pesado do que o presente nas maiores obras do humor continental. Longe de mim impor as minhas preferências, tem todo o direito de não as compartilhar, mas, desde que se não caia na baixeza absoluta, tento sempre responder aos meus Comentadores no tom que eles aparentam prezar.
Entretanto, nas Ilhas, a série foi também de culto, pelo que não parecerá exclusiva do turismo literário e fílmico uma qualquer fascinação por ela.
Mal não fará esta achega ao debate, perdoe a grosseria de uma vez mais me citar.
misantropoenjaulado.blogspot.com/2006/11/os-infortnios-da-explicitao.html
E sim, Irons com o estudo de sempre e sem o que a carreira posterior revelou como tiques; e Andrews no papel da sua vida. Mas também a troupe mais veterana, falei de Bloom, mas também gosto de Gielgud no papel do pai de Charles.
Penso que o segredo maior do encanto da série reside no carácter parcimonioso da informação que dá, como que a conta-gotas.
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De Carlos Semedo a 06.10.2008 às 21:24

Perante tão ilustre argumentário quase nem vale a pena responder, mas ficou-me a bater essa das trompas no elevador. Tem a certeza que são trompas ou o barulho do elevador não lhe permite ouvir outros harmónicos? E, claro, o ursinho, como se o mesmo fosse central a cerca de 14 horas de série.
Mas o Pedro podia ajudar um pouco a "malta" e sugerir algo que possa estar longe dos clichês e que tenha sido feito mais ou menos naquela época. Pode ser um filme, uma série, o que quiser. Estou sempre pronto para conhecer novas preciosidades, que é assim que classifico esta série.
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De Manuel Leão a 06.10.2008 às 19:42

Tarefa difícil, sem dúvida.

Por mais que queiramos, nunca deixaremos de comparar o filme com a a série. E, depois, como "meter" tudo aquilo em, digamos, duas horas e meia? Cortar o quê? Tudo aquilo, parecia já tão magro, tão escorreito, sem enfeites ou adornos.

Da série ainda hoje consigo "sentir" a atmosfera, a austeridade, a contenção, os diálogos, os subentendidos, a gestão dos silêncios e das longas pausas.

A ver vamos.

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