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1. Começou morno e cheio de vacuidades. Barack Obama e John McCain mostraram preocupação pela grave crise financeira dos EUA e disseram querer defender os contribuintes. Foi pouco, perante os problemas que o país enfrenta.
2. Obama esteve melhor nesta parte. Foi eficaz ao associar a administração republicana de George W. Bush a John McCain, candidato do mesmo partido.
3. Muito mais interessante foi a discussão sobre política externa. Aqui McCain soube descer ao concreto enquanto o seu rival pairava na estratosfera com as habituais frases grandiloquentes.
4. O melhor momento de McCain aconteceu quando lembrou uma promessa de Obama: está pronto a avistar-se "sem pré-condições" com os ditadores do Irão, Cuba e Coreia do Norte. O democrata, visivelmente embaraçado, não conseguiu uma réplica à altura.
5. McCain tropeçou no nome do Presidente do Irão, que Obama conseguiu pronunciar sem gaguejar. Um ponto a favor do republicano.
6. McCain tratou o adversário sempre respeitosamente por "senador Obama". Este preferiu chamar-lhe "John". Uma diferença abissal.
7. "John tem razão", disse com frequência Obama. "Você não percebe", foi a frase mais repetida por McCain.
8. Não houve ataques pessoais. Nem nenhum se lembrou de dizer "ele", referindo-se ao adversário, como Mário Soares fez repetidamente contra Cavaco Silva em 2006.
9. Vencer o debate no capítulo da política externa, sendo relevante, não é decisivo para McCain. Na actual crise, de proporções gravíssimas, o que os eleitores valorizam sobretudo é a economia. E aqui Obama está claramente mais à-vontade. Até porque o seu partido não tem responsabilidades governativas desde Janeiro de 2001.
10. Reforcei a sensação de que estes são os dois melhores candidatos norte-americanos desde 1980, ano em que se defrontaram Jimmy Carter e Ronald Raegan. E cada vez mais me parece também que McCain chegou tarde a este combate: o seu momento ideal teria acontecido em 2000, quando enfrentou George W. Bush nas primárias republicanas. O jogo sujo do adversário - lançando campanhas que insinuavam que a mulher de McCain, Cindy, era "drogada" e tinha "um filho de um preto" - levou-o a abandonar precocemente a corrida. Azar dele, dos americanos e do mundo. Com McCain na Casa Branca, os últimos oito anos teriam sido bem diferentes.
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