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Emoções básicas (18)

por Luís Naves, em 25.09.08

 

Capitalismo selvagem

 

Estes são dias decisivos. As eleições americanas colidem com a crise financeira e o resultado do choque pode ditar quem será o próximo presidente dos EUA. A luta entre John McCain e Barack Obama continua empatada, pois há incerteza em relação a uma dúzia de Estados que vão definir a eleição. Os debates serão cruciais, mas agora surge a questão do plano de salvamento, que retirou a iniciativa a Obama, pelo menos durante uns dias. McCain volta a subir e pode vencer.

Entretanto, o debate português é uma experiência extraordinária. Numa peça de TV sobre taxas de juro elevadas e a dificuldade das famílias em pagar os créditos, víamos imagens da Lehman Brothers e de Wall Street, misturadas com as de uma cidadã endividada. A ideia era a seguinte: pagamos muito pelos empréstimos; não por causa do custo do dinheiro decidido pelo BCE ou pela diferença entre taxas da zona euro e taxas praticadas pelos bancos portugueses (consequência da dificuldade destes em obter financiamento no mercado); não, a culpa é da crise da semana passada em Wall Street, por um qualquer efeito de contágio que ninguém percebe, ligação mágica que, obviamente, não existe.

Claro que não nos dizem que ainda não começámos a pagar por esta crise de Wall Street. O Presidente Cavaco tentou sublinhar isso mesmo, numa declaração pouco explicada pelos comentadores, mas triunfa a tese propagandística do Governo, que tenta ligar o que se passou na semana anterior na crise americana à actualidade portuguesa, para depois poder sacudir a água do capote.

Nos últimos dez anos, os portugueses obtiveram crédito com a maior facilidade e o endividamento excessivo (que os bancos e o Governo permitiram) teve numerosos avisos. Agora, as pessoas vivem no medo e não conseguem pagar as dívidas, mas não é só por causa dos especuladores da Lehman Brothers e do neo-liberalismo selvagem.

  

 

 


3 comentários

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De Anónimo a 25.09.2008 às 10:12

As pessoas com dívidas, agora, transferem as suas dívidas, englobam-nas numa dívida só, acumulam outras, etc. Deixar de consumir é que é mais difícil. Por exemplo, sempre que há notícias de «partidas» climáticas, lá estão invariavelmente tugas nos locais onde isso acontece.

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