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No outro dia encontrei o general Ramalho Eanes com a mulher. O general é cordial, sempre direito e enigmático. Manuela Eanes é muito simpática, como se me conhecesse de menina, com o seu penteado fora de época e uma cor de baton que já se voltou a usar e a deixar de usar várias vezes.
Sempre que os encontro fico com a sensação de que devia ter dito mais qualquer coisa, que o país todo lhes devia dizer mais qualquer coisa.
O general Ramalho Eanes é o único general que foi presidente da República e não foi promovido a marechal. O general Ramalho Eanes tem direito a que o Estado lhe pague uma pipa de massa e recusa os retroactivos de uma injustiça antiga. Imagino o filho a abanar a cabeça, "O que é que se há-de fazer?", porque toda a gente precisa de dinheiro e não deve ser fácil recusar aquele montante, que ainda por cima lhe é realmente devido. A mulher do general nunca perdeu tempo a mudar de penteado ou de baton, mas perdeu muito tempo a arranjar formas de ajudar as crianças em risco. Em dias de política-espectáculo, vejo o general Ramalho Eanes e a mulher e sinto-me um bocadinho envergonhada. Nem sei bem explicar porquê.
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