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Boda, de Magal Ben-Zion
Retoques a rebate, doravante, em matéria de casamento, melhor será passar a executar a marcha fúnebre, em lugar da nupcial. Nada que me incomode demasiado, sempre achei que a República Portuguesa conferir-se o poder de dar nós era uma usurpação de funções, já que o poder contemporâneo em Portugal tem muito pouco das aptidões dos escuteiros. Por isso, decretar divórcio é-lhe próprio, uma vez que se o Homem não separará o que Deus uniu, não há nenhum contra a respeito do que outros seres humanos mandam atar. Já estender ao matrimónio religioso a liquidação judicial dele podia apenas justificar-se na modalidade celebrada por Igrejas Cristãs por Jesus apenas o ter admitido em caso de infidelidade, quer dizer, a menos que consentida, com culpabilidade de uma das partes.
O legislador vem agora limpar os cartórios dessas culpas. É a vingança de uma geração marcada pela transformação dos casórios de perpétuos em efémeros. Num primeiro momento a razão aventada para os cortes radicais era a necessidade de libertar de comportamentos reprováveis do outro. Depois, surgiram muitos casos julgados em que a parte a quem se atribuíra culpa vivia com a amargura de uma percepção diversa, murmurando para quem quisesse ouvir: "se eles soubessem como tudo se passou...". Como o progresso não pára, passou-se a encará-lo como a libertação do outro, continuar unido depois das primeiras erosões aparecia, geracionalmente, como comportamento reprovável. À idade das desculpas sucede-se a da erradicação das culpas, por decreto.
Sabe-se que a Moral é sempre mais exigente do que o Direito, mas nenhum bem pode advir do aumento exponencial da distância entre uma e outro. Como não será o melhor método fazê-lo ao sabor dos traumas do círculo que se frequenta. A ligação ao Mundo deve traduzir-se, mais do que consagrar a infelicidade que se constata, em tentar evitá-la. Mas claro que aqueles que descriminalizaram a droga por haver muita por aí só poderiam inclinar-se para desculpar radicalmente todos os passíveis de serem inculpados em litígios maritais. Não tive culpa, haverá f(r)ase mais infantil?
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