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Para este peditório já dei

por João Villalobos, em 04.09.08

«A Livraria Buchholz, lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural encontra-se em situação de pré-falência. Agradece-se a todos quantos a frequentaram que a voltem a visitar, de vez em quando. Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la. Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados».

Ao ler esta mensagem e ao contrário de ti, caríssimo João, apercebi-me de que não tenho uma única boa recordação da Buchholz. O ar de pedantismo intelectual daquelas senhoras sempre me enervou, desde a primeira vez em que lá entrei à procura do Quarteto de Alexandria e me foi respondido que comprasse a edição original, como se a tradução não fosse excelente ou quem lesse em português um cidadão de 2ª classe; O esperar meses a fio por um livro que a Amazon me entregaria em três dias (como aconteceu não há muito tempo com o Memories, Dreams, Reflexions de Jung) tirou-me do sério em várias ocasiões até desistir finalmente de ali fazer encomendas. E finalmente os preços, com aqueles câmbios livreiros tão bizarros quanto o  preço de um barril de petróleo. Tudo isto afugentava-me a cada visita.

Tens contudo razão numa coisa: O «nosso universo cultural» de que fala a mensagem mudou, alargou e animou. Hoje, as FNACs, Byblos, Bertrands e Bulhosas, ou mesmo livrarias "alternativas" como a Ler Devagar e a Eterno Retorno em Braço de Prata, sabem que é imprescindível alimentar os seus livros com "vida": Espectáculos, apresentações, tertúlias...A Buchholz não o fez e deixou-se ficar, de pince-nez aristocraticamente colocado, recebendo os seus visitantes em pose de bibliotecária mal disposta. Agora, se for à falência, a culpa é só dela. Dos leitores como tu e eu não é com certeza.

Já agora, gostava de ouvir sobre isto o Eduardo, a Isabel, o José Mário, o Pedro e o Francisco. E mais quem queira é evidente e desde que me linkem. Estou a atravessar uma crise de protagonismo.


17 comentários

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De Xantipa a 04.09.2008 às 17:21

Eu ia à Buchholtz quando precisava mesmo de um livro. Ali havia material de clássicas, quer da Oxford Classical Texts, quer da Loeb ou Les Belles Lettres, colecções que, para nós, eram fundamentais. As senhoras foram sempre antipáticas, mas como como eu entrava, escolhia e saía, também nunca me incomodei muito.
Tenho aqui a meu lado um dos livros que lá comprei e que me lembro de ter sido caríssimo: o volume II das tragédias de Séneca, da Loeb, pelo qual paguei, no dia 4 de Junho de 1990 (ponho a data nos livros...) 3.180 escudos (também deixo o preço, já se está a ver). Hoje compra-se, novo, por 16 euros na Amazon.
Vivendo em Faro, não me faz muita diferença que feche uma livraria em Lisboa, mas tenho sempre pena quando isso acontece. Apesar de tudo, tenho pena da Buchholtz.

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