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Barack Obama sabe muito bem como falar numa grande reunião partidária: em 2004 ele foi a estrela da convenção de Chicago que confirmou a nomeação de John Kerry como candidato à Casa Branca, ganhando aí mesmo a projecção nacional que lhe permitiu ser este ano o representante do Partido Democrata nas presidenciais. Esta madrugada confirmou os seus pergaminhos como orador num dos melhores discursos já pronunciados por um candidato presidencial norte-americano. Não o fez à porta fechada, mas no espaço imenso do estádio Invesco, em Denver, perante uma multidão avaliada em quase cem mil pessoas. Uma fasquia que representa um sério desafio para a convenção republicana, que começa segunda-feira.
Mostrando convicção ao longo de todo o discurso, Obama deu um conteúdo concreto ao rótulo de mudança que lhe serve de bandeira. Eis algumas das suas promessas:
- Aliviar a carga fiscal para 95% dos americanos.
- Acabar, na próxima década, com a dependência energética dos EUA face ao Médio Oriente.
- Multiplicar os investimentos na educação, de modo a que nenhum jovem que o queira fique impedido de frequentar a universidade.
- Garantir cuidados de saúde para todos.
- Estabelecer o princípio da igualdade salarial entre homens e mulheres.
- Retirar os militares americanos do Iraque. "Não derrotamos terroristas que operam em cerca de 80 países ocupando o Iraque."
Afirmou-se pronto para o debate com o seu rival, John McCain (haverá três, mais um debate entre os candidatos a vice-presidentes), mas deixou claro que nenhum dos dois deve questionar "o carácter e o patriotismo" do adversário. Essa é uma péssima tradição da política americana que também, a seu ver, deve ser alterada.
"Somos o partido de Roosevelt e de Kennedy. Não me digam que os democratas não defendem este país", sublinhou, acentuando diversas vezes que os EUA não podem "andar para trás". Entre críticas contundentes à administração Bush que o fizeram abandonar aquele ar de bom escuteiro que costumava exibir até agora.
Muito mais do que falar para os fiéis, o seu objectivo era captar a simpatia e o voto dos eleitores indecisos - que são ainda muitos. Este discurso certamente contribuiu para o relançar nas sondagens. Como veremos por estes dias.
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