Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Detesto objectos com vontade própria. É contra-natura. Os objectos têm como característica essencial a inanidade. É essa condição que os torna facilmente manipuláveis e constantes. Um objecto digno desse nome dá-me segurança e conforto, pode mesmo tornar-se uma referência na minha vida (acontece tanto com certas peças de mobília) ou até numa dependência, como as minhas almofadas, tão queridas, sempre prontas a amaciar-me quando ao fim do dia me encosto a elas, cheia de contracturas musculares.
Os livros, apesar de saberem mais do que eu, nunca me fazem sentir diminuída. Passam-me todos os seus conhecimentos sem hesitações com uma generosidade enternecedora. E até da televisão nada tenho a dizer. A caixa que mudou o mundo é, se formos a ver, uma simplória que obedece a um simples toque de comando.
Gosto de olhar à volta e de me sentir senhora da situação. De os ter à minha disposição vulneráveis e submissos, de os tiranizar, se me apetecer. Os objectos nasceram para isto. Estão na base da nossa “cadeia alimentar”. É por isso que odeio aquele idiota, que se nega quando mais preciso dele, que me questiona, exige conhecimentos e até – onde já se viu?! – me dá ordens! Tem a mania que é gente: bloqueia, tem quebras de tensão e apanha vírus. Qualquer dia ainda descubro que sofre de asma. O meu amigo, especialista em informática, diz que ele tem tudo para me fazer feliz. Não concordo. Ao meu computador falta aquilo que mais aprecio num objecto: humildade.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Não é anonimato mas modéstia filho.Boboseirada a m...
A esquerda (partido democrata e eleitores esquerdi...
Falam mal, falam mal, mas lêem. E se pudessem, par...
É caso para dizer que daqueles lados, da esquerdal...
Avillez. Já que escreve baboseiras e em anonimato,...