por Filipa Martins, em 28.07.08
A demolição da Escola de Pesca e Marinha de Comércio marcada para meados de Setembro é mais um exemplo do (des)governo do Ministério da Agricultura e das Pescas. Esta escola, que custou 35 milhões de euros e cujas últimas obras foram completadas em 2000, é a única do país que dá formação nas diferentes actividades não militares ligadas ao mar (de que é exemplo a pesca, transporte marítimo, tráfego local assim como tratamento e conservação de peixe, trabalho portuário, etc). A situação privilegiada sobre o mar na zona ribeirinha de Pedrouços é apetecível e já estava previsto que a Escola desaparecesse com a “América Cup”, que acabou por não vir para Portugal. Não foi a “América Cup”, mas o Simplex o carrasco da Escola. O surpreendente é que aquele espaço vai ser utilizado para a construção de um Fundação privada. A Fundação Champalimaud terá ali a sua sede assim como um centro de investigação. Não duvido da importância deste projecto, mas terá de ser naquele local? Ao contrário da Escola de Pesca o centro não precisa de uma ligação estreita com o mar. Muito há para explicar. Em primeiro lugar, as diferenças entre um discurso governamental virado para o mar e as medidas efectivas.