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Sónia Morais Santos

por João Villalobos, em 10.06.08

 

 

 

Espero que este país cresça depressa

 

 

 

Quando se tem um blog intimista como o meu Cocó na Fralda, escrever no Corta Fitas é mais ou menos como ser jornalista do Diário da Picheleira e ser convidado para botar prosa no Expresso. Mas cá vai disto, prometo fazer o melhor possível, e quem dá o que tem a mais não é obrigado.

 

Quando, nas últimas semanas, disse a três pessoas distintas que até gostaria de ir ao terceiro filho, fui surpreendida por uma reacção chocada, transida, quase de nojo até: “Outro?! Credo!!! E tinhas outro filho para quê?” Ora bem, a pergunta, retoricamente falando, é interessante. Para que é que temos filhos? Para perpetuar a espécie? Porque queremos ver como nos saímos nessa missão? Porque queremos um bebé lá em casa? Porque desejamos repetir (ou contrariar) a família que tivemos? Por tudo isto, suponho. Já tenho dois filhos e ainda hoje não sei porque é que os tive. E não sei dizer com segurança porque é que gostava de ter mais um. Eles tomam-me muito tempo, dão-me muito que fazer, fazem demasiado barulho, portam-se consideravelmente mal, riscam-me o sofá, moem-me a paciência. Mas são a minha melhor obra, e se calhar sou do género artista insatisfeito.

Uma das pessoas, que me deitou esse olhar, é uma grande amiga. Moderna, culta, inteligentíssima. Com ela, nunca posso falar dos meus filhos. Sinto-me uma sopeira. E mesmo quando contrario a coisa, “Que parvoíce, isto deve ser impressão minha”, a verdade é que vejo como ela fica incomodada. Depois de um “Os meus miúdos estão tão queridos, estão a passar uma fase giríssima” dito à mesa do restaurante, ela endireita-se na cadeira, como se me rogasse que baixasse o tom de voz. Pela testa dela vejo passarem as legendas: “Pronto, eis-nos chegadas à fase foleira das criancinhas.” E é vê-la a alta velocidade a mudar para o tema, esse sim interessantíssimo, da minha carreira, que novas histórias fiz, que reportagem, que aventura vivi, que figuras públicas conheci recentemente.

O que me chateia nisto é esta ideia de que ter filhos é incompatível com uma vida, não digo profissional, digo mesmo vida em sentido lato. Como se uma mulher com filhos ficasse imediatamente catalogada como uma matrona de tempos idos, uma espécie de dona de casa ideal, relegada para o fogão, alguém a quem se pode pedir conselhos sobre que desengordurante usar, mas nunca nada sobre bares, festas, hotéis ou experiências cool. Não parece possível, pois não? Mas é. A verdade é que, perto de muita-muita gente, eu posso falar dos meus filhos, mas tem de ser um falar desapegado, como quem fala de outra coisa qualquer. Dizer que os miúdos são lindos é pimba. Mostrar as fotografias é antiquado, é intolerável, é repugnante. E mesmo o meu blog foi recebido por alguns com gritos de gáudio, por “não ser um baby blog piegas e choramingas sobre a prole”.

É possível que, como democracia recente, estejamos a viver a era das carreiristas. Só elas, as mulheres tipo Sexo e a Cidade, de saltos altos, roupas fashion e conversas sobre gajos, reuniões e malas, só essas têm interesse. Como se fosse impossível que uma mulher com filhos pudesse ser isso, também. Espero que este país cresça depressa. Até lá, vou reservar as minhas mariquices só para alguns. E um dia destes passo-me e tenho mesmo mais um. Agora… por favor, não me perguntem como é que se cose uma meia. Mas se quiserem saber onde passar uns dias românticos a dois respondo sem hesitar.

 

Sónia Morais Santos (do blogue Cocó na Fralda)


21 comentários

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De João Távora a 10.06.2008 às 20:34

Assumindo o risco de ser politicamente incorrecto, dou-lhe os parabéns pelo seu post, Sónia. Em casa temos quatro criancinhas (nem sempre amorosas), e eu garanto que a mãe delas bate aos pontos qualquer das protagonistas do Sexo e a Cidade. Nada de estranho, pois então! :-)
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De Gaja sem filhos a 11.06.2008 às 16:46

Sónia desculpe lá, mas já reparou que a menina é igual á sua amiga? também tem complexo.
Cada um tem a sua opção de vida ( ás vezes nem é opção)mas achar que a sua amiga é isto e aquilo porque não consegue ouvir as piadinhas sobre as suas criancinhas...tenha lá dó.
Está no direito dela ou não? ou ela não tem opção? Estes pais que parecem uns tontos á volta dos filhos e que se julgam os maiores porque têm prole, desculpe lá, não há mesmo paciência.

PS. e deixe-me dizer, para que não aconteça algum mal entendido - adoro crianças, mas não suporto os pais " apalermados ". Definitivamente. Tenho pena, mas é a minha opção.
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De SMS a 11.06.2008 às 21:30

E a menina, Gaja sem Filhos, não sabe ler. O que me incomoda não é a opção dela nem a sua, de não terem filhos. Quero lá saber se têm filhos, se pinam, se gostam de bifes, de praia, de gajos ou de gajas. O que me chateia é que se assuma que uma pessoa que tem filhos e que gosta, de vez em quando, de falar deles, seja vista (como a própria menina o fez sem se aperceber) como uma mãe "tonta à volta dos filhos". Estou muito longe de ser uma tonta à volta dos filhos e era justamente isso que dizia, no meu post. Sou uma pessoa, uma mulher (gira, por sinal), uma profissional realizada e, de caminho, mãe. Mas, claro, viu que era mãe e o que fez? Considerou-me "uma tonta à volta dos filhos". Obrigada. Confirmou a minha tese.
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De De Gaja sem filhos que sabe Ler a 12.06.2008 às 09:40

Dona Sónia, fique lá descansadinha com as suas papinhas, cócós e as suas teses e não se importe de quem a acha pimba por gostar das crianças. pronto tenha lá calma você é uma mulher moderna e romântica. Ufa, isto ás vezes de não ter a mesma opinião que os outros é lixado. O que eu acho é que existem exageros tanto de um lado como de outro e cansa os excessos. Ainda bem para si que é gira, é profissional realizada e mãe.
Só não pode é ser tonta, ou que alguém a ache tonta,não é?
Desculpe lá mas também acabou de confirmar a minha singela opinião (sem tese).
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De Anónimo a 20.06.2011 às 20:48

Já há Sónias no Corta Fital LOL
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De Sofia Loureiro dos Santos a 11.06.2008 às 22:54

Sónia, tem razão. Tal como há pessoas que acham um horror não se querer ter filhos, ou querer ter uma vida para além dos filhos, há outras que catalogam quem tem uma família numerosa como mulheres tipo galinhas com espanador e homens tipo ausente cheios de trabalho importantíssimo , principalmente ao fim da noite e aos fins-de-semana.

Mas também há uma realidade, talvez ligeiramente dolorosa , de que nem sempre nos apercebemos, os orgulhosos e divertidos pais de um ou vários rebentos: é que eles são-no principalmente, e às vezes apenas, para nós. Os nossos interlocutores têm outros exactamente tão interessantes e piadéticos quantos os nossos.

Estranhamente, é diferente quando se escrevem as peripécias da maternidade/paternidade, mas isso deve-se à mestria de quem escreve, de que a Sónia é um exemplo.
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De JPN a 12.06.2008 às 02:48

Sónia gosto de te ler assim. Gosto dessa ideia que encontro muitas vezes no cocó na fralda de uma tensão entre o ser mãe e o ser mãe (no meu caso sinto-o enquanto pai). Não, não foi lapso. E se eu fosse gaja não gostava mais.
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De Lina a 12.06.2008 às 09:34

Tens tanta tanta razão que até dá medo. Beijinhos e muito Cocó na Fralda
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De me a 12.06.2008 às 09:47

Parabéns Sónia!

Mais do que escrever muito bem, descreveste muito bem os sentimentos de uma mulher que trabalha, desenvolve a sua carreira e que tem (quase) que fingir que os filhos não são importantes e que são quase um acessório do seu fim-de-dia.

Mais do que tudo eu penso que as opções não são respeitadas! À força, ou pertences ao clube das "carreiristas" ou ao clube das "tontas à volta da família"! Não há meio-termo...
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De Lénia a 12.06.2008 às 13:41

Sónia, não podia concordar mais contigo! Também sou mãe, também tenho a minha cria na idade das primeiras graçolas, também sou babada. Evito, por saber que sou olhada de lado pelos não-pais, alongar-me muito acerca do tema. E não sou propriamente aquela mãe para quem a filha é a última coca-cola do deserto. É minha, amo-a mais que tudo, mas sei que ninguém a ama como eu. E sei que quem não tem filhos não entende esta coisa quase visceral que nos faz saltar palavras da boca.

Entendo o outro lado. Entendo a seca, o ar de enfado. E se me fazem o que essa tua amiga fez, de desviar a conversa, faço o mesmo: retomo o assunto. Só para que percebam que a minha filha tem, para mim, a importância que as malas, os sapatos e afins têm para os não-pais. Se, para esses, o ícone máximo da coolisse é desfiar conversa sobre coisas como as tais malas e os tais sapatos, para mim, é falar da minha filha. E, da mesma forma que eu não tenho que a impor a ninguém, também não tenho que gramar com as dissertações sobre malas e quejandos dos outros.

No fundo, tudo se resolve se soubermos respeitar as opções de cada um. Da mesma forma que eu respeito as minhas amigas que não têm filhos e que apenas falo da minha quando me perguntam sobre ela (excepto quando escrevo no blog, mas aí a conversa é outra), agradeço o mesmo respeito, não sendo obrigada a gramar com secas em forma de mala. E de sapatos, acerca dos quais há bem mais a dizer.

Beijinhos e keep up the good work (que sou fã do teu blog!).
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De Pedro Correia a 12.06.2008 às 14:13

Excelente, Sónia. Obrigado pela visita. Um beijo.
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De Luz a 12.06.2008 às 14:43

Tinha comentado, mas não sei o que se passou. É tal e qualinho. O meu comentário de ontem, curiosamente, ia no sentido de dizer à senhora dali de cima (Mimi, Catarina, Gaja sem Filhos) que não te soube ler. E isso chama-se precisamente iliteracia. Há sempre quem queira olhar o acessório, em vez do essencial. Serão assim na vida? Enfim, adiante.

Tenho colegas que já me fizeram sentir essa "sopeira", "matrona", com as perguntas do género: "Então, fraldas, biberões, que tal?". O tom é depreciativo, em muitos casos. Não percebo a necessidade de "minimizar". O contrário não se passa. Não acho nada estranho que as pessoas protelem ou não queiram ter filhos. Mas o cerne da "coisa" é simples: Nós já estivemos daquele lado e o oposto (ainda) não aconteceu. Lamento se desiludo alguém, mas vivi muito antes de ter os meus filhos, também me deitava às 4h00 da manhã a ler, às 6h00 em borgas, viagens, tainadas, convívios sem fim. Nunca tive saudades desses tempos. Tenho outra vida e, por vezes, sinto saudades de não ter de me preocupar com ninguém a não ser comigo. Mas os dias em que os olho como as minhas obras de arte (como tão bem dizes) são em larga maioria. Portanto, senhoras e senhores que não sabem ainda como é, ter filhos não é nenhum éden, mas é seguramente muito mais do que fraldas, cocós e vomitados. Não nos rouba grande coisa a não ser algum egoísmo natural. Para voltarmos a equilibrar-nos até podemos precisar de férias, refúgios, momentos sem eles, mas não o trocaríamos por nada. Se sou parva, uma tonta à volta dos meus filhos? Pois com certeza que sim. O amor é parvo e deixa-nos muito espaço para imbecilidades. Faz parte. E eu sou uma mãe apaixonada, como tantas outras. Devo ter vergonha? Justificar? Deixei de pensar em ter uma carreira, no fundo de nada nos servem as carreiras, mas mantenho sonhos e objectivos. E luto por eles. Pelos objectivos e pelos meus filhos. Não me parece que haja lados melhores ou piores na discussão entre ter filhos e não ter. Desde que todos se sintam bem na sua pele.
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De Juanna a 13.06.2008 às 20:38

Nao podia ter escrito melhor. Sinto exactamente o que descreve.
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De Teresa de Lencastre Lacerda a 20.06.2011 às 17:49

Achei fabuloso o que disse e concordo plenamente.
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De RB a 12.06.2008 às 16:42

Obrigado corta fitas por teres convidado esta escrita maravilhosa entrar no teu blog.
Acima de tudo, obrigado por deixares escrever aqui quem tão bem nos põe a pensar na vida.
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De Luana a 13.06.2008 às 12:47

Reparou como aquela idiota que se auto-intitula Gaja sem Filhos disse "fique lá com as suas papinhas, cocós..." É impressionante como esta gente, que deve ser seca por dentro, acha que a vida de uma mãe ou pai é andar de roda de papinhas e cocós. Na verdade, tem toda a razão para lhe agradecer porque ela realmente confirmou o seu post. Eu não tenho filhos mas tenho muitas amigas com filhos, com vidas bem mais ricas que a minha, com muitas saídas à noite e vida profissional bem mais agitada que a minha, para ser sincera. Enfim, sabe o que eu acho? Essa gente tem é inveja. Pior para elas.
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De Gaja sem filhos a 16.06.2008 às 15:04

Luana outra que se " espalhou " que nem uma " pata ", ah ah ah...

Picaram-se que nem uma loucas esfaimadas, mil vezes ser uma idiota...

Se a sua vida é uma inutilidade, sem riqueza , que tal tornar-se voluntária num qualquer organismo que necessite?

Existe mais alguma coisa para além de " ter filhos "...a vidinha não é só cumprir com os mandamentos da igreja...

Há é verdade, e se tem coisa que não sou, é seca por dentro!

Vá lá procurar a vida, e deixe de pensar nas suas amigas felizes, você também pode ser feliz, mesmo sem cócós e papinhas...
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De Raquel a 21.06.2008 às 11:42

cruzes,gaja sem filhos,és tão parvinha que chegas a ser irritante.Uma pessoa com filhos não pode ter uma vida interessante?pode. e pronto. E a luana não disse que a vida dela era uma inutulidade, disse apenas que havia vidas mais mexidas.

E sim,há mais coisas para além de ter filhos, e coisas essas que na grande,grande maioria ter filhos não impede de fazer.
Eu também não tenho filhos nem conto de os ter tão cedo e ainda assim sou capaz de reconhecer que quem os tem possa ser feliz.

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