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Lembro-me, como se fosse hoje, de quando a Ritinha disse que estava feliz por mim. Na realidade foi ontem. Eu tinha acabado de confessar, num momento de fraqueza, que recebera um vale de viagem no valor de balúrdios, por serviços prestados à Nação. Os seus olhos brilharam de antecipação. Quando isso acontece, é sempre acompanhado por um movimento de pernas que recolhe a saia até ao hemisfério norte, revelando lugares onde um homem se perde mesmo acompanhado por um sherpa e bússola.
- Estou muito feliz por ti, queridinho.
- A sério? Que curioso, minha florzinha de estufa fria. Pensei que ias ficar chateada quando te dissesse que vou gastá-lo numa viagem solitária a Samarcanda.
- Solitária?! A onde?!!!
(Quando a vozinha dela sobe uma oitava, até o Limoges estala no louçeiro).
- Samarcanda. É no Uzbequistão. Quer dizer «lugar de encontro» ou então de «conflito». Os peritos em sânscrito dividem-se, sabes como são as línguas mortas.
- Morto vais ficar tu! Estás a gozar comigo. não estás? Prometeste que iamos à Califórnia aproveitar a baixa do dólar.
- Isso foi para te fazer passar a enxaqueca. Como é que eu ia justificar lá em casa ir contigo à Califórnia? Mas não te preocupes que este fim de semana levo-te ao outlet de Alcochete.
Ping! Crash! Zing! Foram algumas das onomatopeias que me ocorreram, enquanto desembestava para a saída e o horroroso candeeiro de design se espatifava a dois centímetros da minha nuca. Parece-me bem que a Ritinha não vai estar feliz por mim nos próximos dias. E noites.
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óptimo, pode alargar a área de fogo controlado par...
Maria,num terreno da minha família foi o Estado qu...
a ideia de que é impossível juntar várias parcelas...
Não sei responder
Se o pagamento é feito contra a demonstração de qu...