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Isto é serviço público?

por Pedro Correia, em 26.05.08

Vi ontem a segunda metade do Telejornal da RTP. Só a segunda metade.

Os temas foram os seguintes:

- Foi fabricado um pastel de Tentúgal com seis metros de comprimento.

- Foi atribuída a Palma de Ouro de Cannes a um filme francês.

- O treinador do Chelsea foi despedido.

- Pauleta saiu do Paris St Germain.

- Um português chamado Tiago Reis "venceu a primeira ronda do mundial de surf".

- Um piloto francês venceu o rali transatlântico.

- Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes prosseguem campanha no PSD.

- Jerónimo de Sousa na tradicional romagem ao túmulo de Catarina Eufémia em Baleizão.

- Os reis da Noruega vêm a Portugal.

- Houve 17 mortes por violência doméstica em Portugal nos primeiros tres meses do ano.

- 13 mil mulheres participam numa corrida contra o cancro.

- Jornalistas espanhóis querem Cristiano Ronaldo no Real Madrid.

- Scolari foi desejar "boa sorte" ao concerto de Tony Carreira em Viseu.

 

Daqui se conclui o seguinte:

- A RTP tem estranhíssimos critérios de alinhamento de notícias, o que a leva a pôr o pastel de Tentúgal à frente das mortes por violência doméstica, da campanha interna do PSD ou das declarações do secretário-geral do PCP.

- O chamado "desporto" ocupa cerca de dois terços do espaço informativo.

- Isto não é serviço público.

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9 comentários

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De Anónimo a 26.05.2008 às 12:57

E então as idiotices diárias e múltiplas sobre o estágio da selecção são de provocar o arremesso de ovos podres sobre o televisor que, coitado, não tem culpa nenhuma.
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De blogdaping a 26.05.2008 às 14:02

Sugestão :
Já há imensos portugas a ir ao médico a Cuba !!
Eu, por mim , já só vejo o noticiário da TVE - Internacional !!!
Para que precisamos do lixo nacional se o lixo dos nossos vizinhos é de melhor qualidade !!!
Mai nada !!!!
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De Mialgia de Esforço a 26.05.2008 às 14:55

Ai não que não é serviço público! Então não é disto que o tuga gosta? A ordem é que estava trocada - antes do pastel deveria ter sido Scolari e o Ronaldo ( a reportagem do outro dia com Scolari e Roberto Leal foi de ir às lágrimas), a seguir a violência doméstica (cujos picos são ao fim de semana e à 4ª feira. Haverá aqui uma relação causa-efeito com a péssima prestação do "maior clube do mundo" na Liga e Europa da bola?) e no fim a visita do Rei da Noruega. A propósito, quem é o gajo e qu'é qu'ele vem cá fazer, hã?
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De blogdaping a 27.05.2008 às 14:28

Atão não sabe ??
Veio ver se o bacalhau à lagareiro tava bem feito, já que vem todo lá da terra dele !!
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De J.C. a 26.05.2008 às 15:14

Andas a ficar cáustico, compadre. Ora pensa bem. Público ele é. Só não é serviço...
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De João Severino a 26.05.2008 às 16:19

Não é serviço público porque a RTP transformou-se em serviço de retrete.
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De vasconcellos a 27.05.2008 às 20:08

O Mais vergonhoso é que abafam um escandalo como o do www.reifazdeconta.com para gastarem tempo com o pastel de Tentugal
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De Nuno Abreu a 26.05.2008 às 18:28

O drama de Pacheco Pereira, Nuno Brederode

… e dos telespectadores da RTP


Chegou à praça pública um tremendo rugido de protesto, implacável e ao mesmo tempo desesperado, contra o estado a que chegou a informação nos telejornais portugueses: Pacheco Pereira perdeu a cabeça (ou usou-a como nunca) clamando contra “A cultura da irrelevância (que) está a crescer exponencialmente” (“Público” de 17 de Maio). E escreve, mortificado: “Futebol, futebol, futebol, fumei, pequei, vou deixar de fumar, a Esmeralda entre o pai afectivo e o pai biológico, futebol, directo do acidente na A1 que provocou três feridos, os pais da pequena Maddie, futebol, tenho um cancro-tive um cancro-vou ter um cancro, futebol, futebol, futebol.”

Dias depois, adesão insuspeita: Nuno Brederode Santos junta a sua pena demolidora às diatribes de Pacheco Pereira para lamentar “… ter de saber que, no hotel do estágio, a ementa de hoje foi canja de galinha e carne à jardineira (e o cozinheiro já vai explicar porquê), mas também que o craque A, afectado por uma ligeira indisposição, comeu pescada.” (“Diário de Notícias” e blogue “Sorumbático” de 25 de Maio).

O ridículo elevado ao delírio? A imbecilidade transformada em cartilha editorial dos telejornais? Pode ser, mas resulta muito pior quando praticados na antena do serviço público – vulgo RTP.


Sem ofensa pessoal para ninguém envolvido, eu acho que Pacheco e Brederode tiveram apenas um azar de circunstância, que passo a explicar.

A RTP é como o Estado: são todos e ninguém. Preciso é distinguir quem vale e quem não vale. O segurança da RTP não vale para definir telejornais, mas há três pessoas que valem tudo para definir os conteúdos dos telejornais: o Zé, o Luís e a Cristina. Se eles lerem os dois cronistas e se a sua roda de amigos concordar com os cronistas e comigo, tudo vai mudar no telejornal desta noite. O país, em vez de vinte minutos de nha-nha de Viseu, só grama dois ou três minutos de nha-nha de Viseu, se gramar!

Basta que o Zé tome café com o Luís e a Cristina e se ponham de acordo. Podia ser: o Zé Alberto é director de Informação e até pode decidir sozinho. Mas como a matéria é gravíssima para os interesses estratégicos de Portugal, admito que não queira utilizar o seu formidável poder sem ouvir o Luís Marinho que era seu chefe até ontem mas hoje é administrador da empresa. Os dois teriam quórum mais que bastante para colocar o terramoto da China antes das canelas do Petit a abrir o telejornal, mas vamos supor que isso teria implicações formidáveis no orçamento da TV pública e portanto conviria ouvir a Cristina Viegas, a sempre presente directora do subdepartamento comercial da empresa. Que diabo, a campanha publicitária que tem Nuno Gomes aos saltinhos e gritinhos poderia estar-se nas tintas para os mortos na China e exigir prioridade a Viseu Petit.

Portanto, seria superiormente recomendável um cafezinho a três – o Zé, o Luís e a Cristina. Belém reúne o seu Conselho de Estado por bagatelas bem menores do que o primeiro quarto de hora do Telejornal.

Simples, não é? Tudo arrumado em dez minutos de um café de bom senso. Pois não senhor: isso jamais acontecerá. O drama de Pacheco, Brederode e de todos os espectadores da RTP é que um dos três – acho eu – não gosta de café.


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De nuno castelo-branco a 26.05.2008 às 22:27

É a república no seu melhor...

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