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Em 230 deputados, apenas quatro se atreveram a votar ontem contra o "acordo ortográfico" na Assembleia da República, despachado com uma burocrática indiferença, quase sem debate no hemiciclo, tal como já havia sucedido com a ratificação do Tratado de Lisboa. Um dos deputados que ousaram contrariar a regra da quase-unanimidade parlamentar numa questão tão polémica foi Manuel Alegre. Sinto-me representado por ele e pelos restantes três que também recusaram fazer coro com a maioria de legisladores que declarou guerra às consoantes mudas em nome da impossível unidade ortográfica luso-brasileira - Luísa Mesquita, António Carlos Monteiro e Nuno Melo. Eu e todos os portugueses que somos frontalmente contra este "acordo" agradecemos-lhes a ousadia. Felizmente há sempre alguém que diz não. Mesmo em tempos de união nacional, acrítica e monolítica.
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