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A ler o enviesamento

por José Mendonça da Cruz, em 04.09.22

Noto nos canais especializados na hagiografia de esquerda uma grande discreção em relação a Lula. Noto nos noticiários normalmente tão críticos de Bolsonaro uma contenção inusitada. Noto uma invulgar falta de entusiasmo com as sondagens brasileiras. Donde concluo que o excitado vai ganhar, e o corrupto vai perder.

Domingo

por João Távora, em 04.09.22

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

Palavra da salvação.

A solução para o que fecha é fechar de vez

por José Mendonça da Cruz, em 03.09.22

Diogo Ayres Campos, que preside à Comissão socialista para estudar o caso das maternidades e das urgências de obstetrícia que fecham intermitentemente -- deixando grávidas e bebés em risco, por vezes mortal -- já encontrou a solução que hoje anunciou: fechá-las.

(Nem no Acredite se Quiser, não é?)

Democracia, alternância e bloqueio

por João Távora, em 02.09.22

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Lê-se por aí que a UNITA, convencida de que a declaração da vitória do MPLA constitui uma fraude, pediu ao Tribunal Constitucional a anulação das eleições gerais de 24 de Agosto. Pelos relatos que nos chegam, não custa a acreditar que a razão esteja do seu lado. Mas não sejamos ingénuos: há quase cinquenta anos no poder, o MPLA confunde-se com o Estado angolano, em todos os seus níveis e orgânica. Num país em que o desemprego e a escassez grassam em números avassaladores e a fome é um ameaça real, ninguém acreditaria que o partido do governo e a sua nomenclatura entregasse o poder de mão beijada aos seus adversários sem estrebuchar, quem sabe com derramamento de sangue, que as histórias de barbaridades cometidas não há muito tempo nesse país a pretexto da guerra civil são arrepiantes. Acredito, no entanto, que estejam a ser dados passos, que sendo curtos, vão no caminho da democratização do regime e (principalmente) da sociedade angolana, sem qualquer experiência na transição do poder, sem que seja pela força.

Este caso leva-me a reflectir sobre a situação política em Portugal no último quarto de século, onde o Partido Socialista alcançou uma extraordinária hegemonia no poder e seus meandros. Também por cá o Estado - os seus organismos, próprios ou dele dependentes - tende a confundir-se com o Partido Socialista e seus aliados conjunturais. Nada disto me leva a crer que haja riscos de que uma  hipotética transferência de poder em Portugal degenere algum dia em violência - as nossas instituições estão desgastadas mas suficientemente sólidas. No entanto desconfio que essa previsível alternância venha a acontecer, debaixo duma ruidosa tensão política, e que rapidamente degenere num gritante empastelamento e inoperacionalidade das estruturas e organismos do Estado, cujos ocupantes acomodados tudo farão para manter o status quo e rejeitar uma nova ordem. Veja-se a título de exemplo o que se passa com a caótica gestão da apanha do lixo em Lisboa, agora com um executivo adverso aos donos disto tudo.

Não nos esqueçamos que a verdadeira democracia implica não só alternância de protagonistas, mas de políticas, que o caminho da pobreza não é a única solução, apesar disso estar inscrito no preâmbulo da Constituição da república.  

Este é um título do telejornal da TVi, agora às 20.10 de quinta-feira, 1 de setembro, baseado num «estudo» da Direcção-Geral de Saúde. A tvi chama-lhe, ainda, «um turismo de nascimento», sabe-se lá com que intenções (certamente inconfessáveis como diziam os esbirros da PIDE e insinuam eles), que «abre portas a vários cenários».

Sobre a morte de uma grávida letalmente mal atendida pelo SNS destruído por Costa, Temido, o PCB e o BE é isto que o governo tem a dizer, e é isto que os fantoches que têm o descaramento de chamar-se «jornalistas» transmitem desenvolvidamente.

O despudor, o lamber de botas, o deitar e rolar à voz do dono descem ao nojo, à sabujice mais reles, ao ignóbil, à cloaca mais nauseabunda.

 

P.S. A Sic, por seu idêntico lado, anuncia longamente que os cuidados de saúde melhoraram em 2021.

A cinematografia dos telemóveis

por João-Afonso Machado, em 01.09.22

Um dado incontestável é o aumento da criminalidade violenta - os homicídios e as ofensas corporais graves, havendo quem adiante o fenómeno se deve essencialmente às disputas entre gangs de traficantes de droga e aos disturbios verificados na diversão nocturna do quotidiano - na chamada "noite".

Outrossim, uma notícia de hoje escalava em cinco a média diária de agentes de autoridade feridos no exercício das suas funções.

Por outro lado, sabe-se que a influência da Esquerda nos media pôs termo - verdadeiramente proibiu! - a existência de conflitos étnicos que todos sabemos serem frequentes nos bairros mais pobres. Não, nada se passa além de meras questiúnculas entre familias, com consequências mais ou menos graves. Assim mesmo, estalinianamente definido e imposto.

E imagens de tudo isto são o pão nosso de cada dia nas televisões. Normalmente ocupando uma tarja a meio do ecrã, produções cinematográficas feitas a partir dos telemóveis. De notar, é sempre muito mais patente o gosto de filmar do que a tentativa de ajudar.

Depois essas imagens são levadas à CMTV e similares. E, constando do cardápio a pancadaria dos agentes da autoridade, temos garantida a prelecção do Prof. Rui Pereira sobre eventuais usos excessivos de força.

O tema poderá ser considerado empolado, "populista", apocalíptico. Mas é só enquanto cada um que assim o considera não for vítima de uma embrulhada destas - na rua, ao sair de casa, ao chegar a casa, dentro da própria casa. Então, aqui d'El-Rei, anda o contribuinte a pagar para não ser protegido, a Policia não presta.

Mas de um modo quase total a Policia presta. Abnegadamente presta. Exceptuando casos pontuais de corrupção que têm vindo a ser descobertos com relativa facilidade e devidamente punidos. Somente a Polícia tem medo: dos telemóveis e das redes sociais. E dos inquéritos e das comissões do Governo. A Polícia acima de tudo teme a opinião pública ou, como dizia o nosso D. Carlos, a opinião que se publica.

Estamos, por isso, quase entregues a nós próprios.

 

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