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A praia mais longa

por Jose Miguel Roque Martins, em 01.06.21

Nos ultimos 7 dias, morreram 4 pessoas por Covid. Nos cuidados intensivos temos 50 pessoas do total de 278 Hospitalizadas. 

Hoje, a inestimável Graça Freitas veio lembrar mais uma vez, que não devemos morrer na praia.

As infecções continuam a nortear a estratégia de defesa da vacinação. Aquilo que realmente importa, as consequências negativas da infecção, doença efectiva grave e mortes, são aparentemente menos importantes.

 Uma morte é demasiado. Concordo. Mas as outras 370 mortes, que ocorrem, em média, por dia, parecem nada contar.

Continuamos à espera da libertação por prescrição dos peritos.  Que é sempre a mesma e dificilmente será diferente. Cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Como se o confinamento não representasse uma violência para todos, nem houvesse centenas de milhar de pessoas, que perderam o seu rendimento, ao contrario de outros. Há um senão: para além dos riscos que o normal dos cidadãos têm, os peritos têm um risco acrescido: o de os riscos se materializarem e ficarem mal vistos profissionalmente. Estamos assim reféns  de quem tem interesses ( legítimos) diferentes da população em geral, que por eles fica condicionada. 

O nosso prestigiado, eventualmente hipocondríaco e insuspeito Presidente, inesperadamente ensaiou há algum tempo, uma tentativa de lembrar a nova situação. Timidamente lembrou que com as vacinas, com a nova taxa de internamentos e sobretudo mortes, talvez fosse de rever a matriz de risco e encontrar um novo equilíbrio entre o combate à doença e a pesada factura do confinamento. Foi silenciado e meteu o rabo entre as pernas, antes de ser acusado de negacionismo e insensibilidade. Antonio Costa, contina a assobiar para o lado. 

É evidente que os custos em vidas que se está disposto a suportar, independentemente dos custos, é uma avaliação pessoal. Também é verdade que a sociedade já demonstrou quando não se trata de Coronavirus, estar disponível para suportar muito mais mortes das que ocorrem e que se adivinham, por custos bem inferiores aos deste confinamento.

A ponderação de custos-benefícios das medidas, já pareceram adequados,  razoáveis e exagerados. Neste momento é apenas  ridícula e absurda. 

Depois do Ultimato, a Champions

por João-Afonso Machado, em 01.06.21

Corrida a trovoada, é altura de pensar nos estragos e na ausência de pára-raios. A final da Champions no Porto por alma de quem? E visando exactamente o quê?

Temos, em primeiro lugar, o prestígio do acontecimento. Uma final europeia na capital nortenha!!! Correcto?

Não. A verdade está em uma final da Champions onde mais ninguém a quis suportar. Os britânicos, está à vista, dão muito trabalho, trabalho demais para as grandes cidades que ainda varrem das suas ruas o covid.

Em segundo lugar: um modo de reanimar a economia dos bares e restaurantes tripeiros? Ora, para isso bastaria abri-los à pacatez do burgo. Talvez não corresse essa cerveja toda pelas goelas e pelos bueiros. Mas não haveria tantas montras e equipamentos desgraçados. Sobraria tempo para gastos a preços mais elevados. E deixava-se as polícias descansarem. Contas feitas a final, a cidade perdeu.

Talvez estas ideias andem agora na cabeça dos comerciantes. Quanto às quadrilhas do Erário Público, elas regem-se pelos interesses políticos, que não outros. Por isso, nada mais haverá a acrescentar.

Foi uma vergonha. Em 1891, a Grã-Bretanha lançou um ultimato a Portugal. Em 2021, os britânicos agrediram e mandaram para o hospital agentes de autoridade portugueses. O País - perdão, a República portuguesa - fez vista grossa, conforme antes entrara em histeria. Não houve nem haverá satisfações ou desculpas de quem de direito.

Foi tudo política. Um isco lançado às águas paradas do negócio na Invicta. A recusa de Costa em responder às sequentes perguntas da Imprensa. Dias depois, uma tímida entrevista sua ao i, reconhecendo que nem tudo correra bem. Pôncio Pilatos não faria melhor. Escrevo agora, propositadamente, quando o assunto esquecido está.

Digo o mesmo de sempre: temos o que merecemos. Até porque, estranhamente, Rui Moreira deixou correr o marfim... A política é mesmo cozida!

 

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