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Na Rússia, os planos apontam para a vacinação da quase totalidade da população no Outono. A falta de vacinas disponíveis impedem que aconteça mais cedo e os seus já quase 100,000 mortos pela doença e a situação actual não é melhor do que a enfrentada pela generalidade dos Países.
As autoridades Russas, continuam a proclamar que apenas exportarão vacinas depois de vacinada toda a sua população. Não existe qualquer discurso oficial, ou vaga de fundo de solidariedade com o resto do mundo.
Esses factos, não impedem que Putin se multiplique em acções de promoção das vacinas russas, dando a entender estar pronto a fornece-las, desde já, ao Ocidente ou Israel . Já assinou, no entretanto, contratos de entregas, este ano, de mais de 170 milhões de doses e tem, realmente, exportado vacinas.
As motivações que levam a Rússia a abdicar de vacinas quando tem a sua própria casa a arder, é um assunto fascinante, mas não é o tema deste Post.
A segurança e tranquilidade com que o Estado, liderado pelo cada vez mais Czar Putin, impõe uma política que seria tão impopular/impossível, em qualquer democracia do tipo Ocidental, é uma das questões.
Torna-se cada vez mais difícil sustentar a tese de que existe democracia na Rússia. E que só esse aspecto torna possível exportar um bem, neste momento tão precioso.
Já a China, incontestavelmente não democrática, prometeu mais de 500.000 vacinas a 45 países, de acordo com a AP. Em 25 desses países, já começou a vacinação e já foram recebidas vacinas em mais 11.
O corolário lógico e errado desta historia é ridículo: os regimes totalitários são mais solidários do que as democracias.
Mas quando estamos a falar de questões importantes, é clara a falta de solidariedade internacional das democracias. A real politics, é para todos!
Esta fotografia foi tirada por mim na fase inicial da manifestação de Sábado contra as medidas de gestão da epidemia.
Não sei o que se passou na manifestação depois desta fase inicial porque só estive nesta altura, tendo voltado para casa quando começaram a descer para o Rossio.
Esperava encontrar 50 a 100 pessoas mas, para minha surpresa, eram bastantes mais, com gente muito variada, desde os radicais que aparecem nas fotografias mais publicadas, até famílias pacíficas como estas do primeiro plano da fotografia, cumprindo todas as regras em vigor (o uso de máscara não é obrigatório na rua, só quando não é possível manter o distanciamento, convém lembrar).
Não tencionava escrever sobre esta manifestação, apesar de me surpreender quer a quantidade de comentários de pessoas verdadeiramente zangadas que falam em três mil atrasados mentais e a quantidade de notícias sobre o facto de uma das pessoas ter testado positivo nos dias seguintes. Infelizmente, já não me surpreende, de todo, a opção do jornalismo alinhar com o poder contra o direito de expressão e manifestação das pessoas comuns.
O que me fez mudar de ideias foram as notícias de que a mesma polícia que acompanhou a manifestação, não fazendo qualquer intervenção para garantir a legalidade do que se passava, vir agora anunciar que vai fazer uma queixa crime contra os organizadores por causa de comportamentos individuais de manifestantes.
Alguém se lembra da polícia alguma vez ter perseguido os organizadores de uma manifestação por causa de comportamentos ilegais e violentos de alguns dos manifestantes?
Eu não me lembro, e não fico nada tranquilo quando a polícia decide não intervir no momento para garantir que alguém cumpre a lei para, depois, responsabilizar os organizadores da manifestação por não fazer o trabalho que competia à polícia no momento da manifestação: garantir o cumprimento da lei.
No entanto, a quantidade de gente que acha normal este comportamento do Estado, que defende este comportamento do Estado, que acha adequado estar do lado do poder contra as pessoas comuns, com base na ideia não demonstrada de que a manifestação de Sábado tem um potencial impacto na saúde pública maior que a actuação do Estado na gestão de lares, por exemplo, é que é verdadeiramente inquietante.
Eu não tenho nenhuma proximidade com grande parte das ideias que aparecem retratadas em imensas fotografias de cartazes desta manifestação, mas procuro não confundir o essencial com o acessório: muitas das medidas de política de gestão da epidemia são excessivas, desproporcionais e causam mais sofrimento do que aquele que evitam.
Para além de serem pura irracionalidade sem qualquer base factual, como acontece com o fecho das escolas.
Eu conheço, e até reconheço, o argumento de outros moderados radicais sobre máscaras: se for preciso usar máscaras em todo o lado para nos aproximarmos de uma vida de relação social normal e sossegar os medos que são inevitáveis durante surtos epidémicos, então mais vale não contestar as máscaras.
É o único bom argumento para aceitarmos a imposição do uso de máscaras na rua, medida sem qualquer demonstração de utilidade prática.
Só que as máscaras deixaram há muito de ser uma medida de gestão da epidemia e passaram a ser, essencialmente, um símbolo de virtuosidade, para os que defendem o seu uso na via pública, e um símbolo de liberdade, para os que contestam a necessidade da obrigatoriedade no uso de máscaras na via pública.
E enquanto se manteve este status quo simbólico eu fui-me mantendo agnóstico nesta discussão, não discuto o uso de máscaras, não uso quando acho que não devo usar, uso quando é obrigatório ou quando as pessoas com quem estou se sentem mais tranquilas se eu a usar, evitando fazer do seu uso ou não uso a questão simbólica e fracturante que se tornou dominante.
O que a intenção da PSP vem tornar claro é que se está a dar um passo diferente e muito mais perigoso: o uso de máscara é a gazua que o Estado está a usar para controlar o direito de manifestação por portas travessas, incluindo o direito a manifestar-se contra o uso de máscaras.
O resultado futuro parece-me claro: a radicalização e tribalização tenderão a substituir a discussão racional e a política aberta que permite a discussão civilizada de posições inconciliáveis.
E isso não é nada, nada bom.
O episódio das vacinas da Astra-Zeneca, é um exemplo claro da fragilidade da UE, entre outros domínios, na sua política externa.
Parece razoável que os poderes públicos Europeus, perante um incumprimento de fornecimento grave de um fornecedor, o iniba, quando pode, de aumentar os seus atrasos, permitindo o envio dos produtos que não fornece, produzidos na UE, para outro pais.
As vacinas são um assunto sensível. Mas o facto de o Reino Unido apresentar um nível de vacinação muito superior ao do Europeu, faz cair por terra argumentos de equidade ou proporcionalidade das medidas. Mesmo que assim não fosse, não constituindo um episódio de generosidade e solidariedade, impedir a exportação de vacinas produzidas no solo da UE, como aliás os EUA e muitos outros fizeram, não foge ao que costuma acontecer. A falta de solidariedade internacional, neste e noutros domínios, é um facto estabelecido, como os países menos desenvolvidos sabem de forma muito clara.
Mesmo quando as criticas ao mau desempenho na vacinação do espaço Europeu é geral e se multiplicam, o óbvio, uma suspensão de exportações para um País mais avançado na vacinação, não é assumida. Já se fala de uma partilha do fornecimento entre a UE e o Reino Unido.
Esta discussão, um pouco sórdida, é um excelente exemplo das dificuldades que os meios caminhos e escolhas representam. Entre a plena soberania nacional e um Estado federal, a unanimidade necessária, vai sempre, mas mesmo sempre, obrigar a respostas de menor denominador comum. Quase fatalmente, nem carne nem peixe.
A união europeia é como o maluco no meio a ponte, que não sabe para que margem ir. Sabendo, apenas, que ficar onde está, não vai resultar.
Henrique Oliveira (também Silveira, depende dos contextos) é um dos mais espalhafatosos membros dos quatro matemáticos do apocalipse.
O Observador acha-lhe graça e cita-o na qualidade de especialista (que é, sobretudo em música, acessoriamente em matemática).
Comentário: estes grupo de matemáticos sempre subscreveram a tese de que menos de dez a quinze dias, preferencialmente três semanas, era pouco para avaliar o efeito de quaisquer medidas não farmacêuticas tomadas na evolução da epidemia, excepto quando os casos começaram a cair estrondosamente no fim de Janeiro, altura em que desenvolveram a tese de que só o fecho de escolas, uma semana antes, poderia explicar uma queda que consideravam inexplicável. Agora parece que voltaram à tese de que uma semana é pouco. Até aqui, nada de novo, trata-se da permanente alteração da base teórica para explicar o desajuste entre as suas previsões e a realidade em que são exímios, o que lhes evita a maçada de explicar os erros de previsão.
"Henrique Oliveira avisa que os óbitos continuam em valores mais altos do que era expectável face à incidência registada agora, o que significa que as mortes por Covid-19 que se estão a verificar são ainda de pessoas infetadas há cerca três semanas.
Por outro lado, isso também pode indiciar uma maior disponibilidade do próprio SNS no tratamento aos doentes. Quando Portugal atingiu médias de 10 mil casos diários (com picos de 16 mil) e chegou às 303 mortes registadas em 24 horas (em dois dias, 28 e 31 de janeiro), esse intervalo era inferior — cerca de duas semanas. Mas isso denunciava os problemas que se verificavam nos hospitais: sem espaço nas unidades de cuidados intensivos, muitos doentes acabavam por morrer no internamento geral, sem usufruir de tratamentos que lhes teriam prolongado a vida".
Comentário: Aqui o caso é muito mais sério. Um professor universitário faz umas correlações matemáticas entre número de casos e mortalidade e, ao verificar que o tempo que medeia entre o pico de um e o pico de outros não bate certo, em vez de concluir o que parece evidente - que não está a perceber nada do que se passa e tem de ir procurar explicações para a inconsistência - inventa, o termo é mesmo inventa, uma explicação completamente idiota: a de que os cuidados de saúde prestados aos doentes covid são necessários para que as pessoas demorem mais uma semana a morrer.
Que a explicação seja idiota em si mesma e que não tenha qualquer base nos factos é absolutamente irrelevante para Henrique Oliveira (Silveira), desde que lhe permita manter a tese de que temos de estar todos fechados em casa porque as epidemias têm um crescimento exponencial e, consequentemente, quando se entra na exponencial, é preciso atacar o mais cedo possível (o facto de o eminente investigador ter identificado um efeito supersónico no fecho de escolas que consistiu em aumentar a velocidade de descida dos casos que já ocorria antes, não demove o cientista de defender a tese de que só atacando a exponencial na base se podem esperar resultados robustos).
Francamente, o que citei acima ultrapassa qualquer limite normal para se ser aceite como opinião racional e sólida, não passa de conversa de café para justificar erros e asneiras na leitura da evolução da epidemia e manter o estatuto de especialista num assunto de que se percebe raspas.
Pura indecência, portanto.
Ou muito me engano ou a pesada factura da pandemia que teimámos em querer domesticar não tardará a ser-nos cobrada com pesados juros, na forma das insurreições e abalos políticos que normalmente acompanham os períodos de penúria e desemprego. De resto, curioso é verificar como a radicalização da conflitualidade e a inflação dos extremos políticos aponta para essa tempestade perfeita. De facto, de há uns anos para cá vêm-se acentuando sinais de que as pessoas se cansaram da enfadonha prosperidade esforçadamente conquistada pelos nossos avós depois da II Guerra. Suspeito que o buraco existencial que é inerente ao ser humano não se preencha com entretenimento, viagens, gadgets e outras mundanidades que no ocidente foram democratizadas e substituíram a espiritualidade. As tribos guerreiras que nas últimas decadas emergem como cogumelos à volta de toda a sorte de fracturas sociais são indicadoras de uma acesa predisposição para um conflito que aguarda ocasião propícia para eclodir com estrondo. Enquanto isso assistimos ao acelerado enfraquecimento das instituições que foram garante da nossa liberdade e dos equilíbrios precários que suportam um regime de soberania popular, expostas à corrosão das dinâmicas fragmentárias híper-individualistas da era digital.
A história da humanidade demonstra-nos à saciedade um periódico surgimento dum instinto autodestrutivo, que em tempos foi justificado como uma forma de controlo do subconsciente colectivo da demografia, mas que eu cada vez mais me convenço ser o fenómeno decorrente da veia trágica que a nossa existência comporta. Quando as comunidades saciadas não têm mais cidades para reconstruir e restaurar, pontes para reerguer e irmãos martirizados para sarar, cuidar e acolher, dedica-se ensimesmadamente a escarafunchar as suas cicatrizes... até fazer sangue.
Isto tudo é apenas uma intuição minha mas, pelo sim e pelo não, tenhamos cuidado com aquilo que desejamos e as guerras que compramos.
Fotografia: Dresden desperta depois do grande bombardeamento.
Habituamo-nos a tudo. A uma economia medíocre. Ao nosso crónico atraso. À falta de justiça. A uma liberdade truncada e a uma democracia poucochinha. A incompetência e a nepotismo. A tudo de bom e de mau.
Até a intolerância ( como por exemplo ao Covid) pode ser um ato de habituação que traz resignação.
Falo com amigos e desconhecidos. A maior parte, não celebra a vacinação e uma justa esperança. Novas estirpes, mesmo que não produzam impactos sérios, vão sempre existir e por isso, vivermos em emergência, veio para ficar.
Temo que nos resignámos a que nunca haverá um limite de infecções e mortes por Covid que seja aceitável, sem fortes restrições á vida e liberdade. Haverá vida depois do Covid?
Número de testes em Portugal, por milhão de habitantes
Percentagem de testes positivos em Portugal
Número de testes por caso positivo
Número de casos por milhão de habitantes em Portugal
A estratégia de testar, testar, testar é uma estratégia assente na epidemiologia clássica: identificar os infecciosos o mais rapidamente possível para os isolar e, consequentemente, limitar a capacidade de contágio. O que parece uma opção inatacável.
Só que nesta epidemia se introduziu uma novidade relevante: os meios complementares de diagnóstico substituíram o diagnóstico clínico em vez de o apoiarem, como seria normal.
Com medo do papel dos assintomáticos na disseminação da infecção, achou-se boa ideia testar sem indicação clínica, com o objectivo de identificar os infecciosos mais cedo e, consequentemente, quebrar as cadeias de contágio.
O que os dados destes gráficos mostram, quando lidos em conjunto (eu preferia fundir os gráficos num só para ser mais evidente), é que a curva do número de testes por caso positivo é uma espécie de inverso do número de casos e da positividade dos testes.
Em concreto, não foi por termos muitos testes por cada caso positivo em Agosto que quebrámos as cadeias de contágio de modo a ter poucos casos em Setembro e Outubro (repare-se que no primeiro gráfico conseguimos ver que vamos sempre aumentando o número de testes, embora com oscilações que se relacionam directamente com o número de casos, isto é, com a incidência da epidemia).
Aparentemente, não é por termos mais testes por cada caso que ganhamos mais controlo sobre a epidemia, a verdade é que aparentemente a epidemia evolui como entende, em função de condições ambientais que ainda não sabemos caracterizar bem, e nós vamos atrás a fazer testes, sem perceber que quanto menor a prevalência, mais probabilidade existe de um teste positivo, sem diagnóstico clínico, estar errado (é incompreensível como se resiste ao princípio básico do segundo teste de confirmação para cada positivo sem diagnóstico clínico associado).
Tudo isto me faz lembrar uma história antiga passada com um de nós lá em casa. Mais ou menos todos os dias um de nós tinha uma febrícula qualquer e um dos meus irmãos, que é médico, começou a despistar as hipóteses de problemas que pudessem estar na base dessa febre baixa persistente. Depois de não sei quantas coisas, ao fim de uns meses em que a situação se mantinha, o meu irmão fez a única prescrição que lhe pareceu sensata: deitem fora o termómetro.
Isto foi há muitos anos, acho que posso dizer que o tempo se encarregou de demonstrar que ele tinha razão e não é sensato assentar decisões de saúde em máquinas e meios complementares de diagnóstico, esquecendo a intermediação do médico.
Talvez seja tempo de voltar a partir do mesmo princípio na gestão da epidemia.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Palavra da salvação.
Comentário: Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.
Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.
Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal».
Vou escrever na primeira pessoa do singular, que se trata de uma opinião minha e só minha. Mas, primeiramente, os factos:
Em 2006, uma transsexual brasileira, de nome Gisberta Salce Júnior, foi barbaramente agredida, até à morte, por um grupo de jovens de idade inferior a 16 anos - portanto, inimputáveis - algures no Porto.
Descobertos os autores desse crime sem dúvida com requintes de malvadez, foram os mesmos castigados de acordo com a legislação vigente.
Isto dito:
Até aqui cabem todas as críticas à lei. Se deve ser mais severa? Pois decerto. A prevenção geral (e a especial) é sempre da maior valia para a dissuasão da criminalidade, seja ela de que que natureza for.
Entretanto, li hoje a notícia, corre aí uma petição para que à infeliz Gisberta seja, no Porto, atribuído o seu nome a uma rua. Inacreditavelmente!
Inacreditavelmente, porque crimes de essência assim violenta ocorrem todos os dias (o filho drogado que mata a mãe para a roubar, o marido traído que limpa os "arredores" a tiros de caçadeira...), e as famílias atingidas, o vulgar cidadão, pugnam apenas por justiça, e justiça severa.
In casu, não é de justiça que se trata. Se as pessoas, em geral, avaliam e pedem a condenação adequada aos crimes cometidos, se, amplamente, já ninguém despreza quem quer que seja, as forças LGTB prescindem do julgamento e almejam o ídolo. Um símbolo. Um leit-motiv para a sua luta.
Vale dizer, é a comunidade quem respeita a desgraçada Gisberta. Por ela e pela sua infelicidade. Pelo drama vivido. Pela justiça que seja feita, a si e aos seus putativos familiares.
Ao invés, os LGTB's, desconsiderando a educação que ensina a respeitar o próximo, querem uma placa na esquina de uma rua. E assim instrumentalizam - desprezam - a pessoa que sofreu e de quem agora sugam apenas o nome.
(A fazer lembrar o velho MRPP e os camaradas Ribeiro dos Santos e Saldanha Sanches, pintados por quantas paredes havia. Mas isso era política. Ou o "caso Gisberta" não o será também? É! Numa lógica diversa de baralhar o nosso mundo.)
Como comentário a este mapa, o Laboratório de Fogos Florestais da UTAD escreve: "Entrada de ar frio mas seco e vento bastante forte no dia 20 de Março com valores muito elevados do índice de propagação do fogo do sistema FWI".
O Laboratório de Fogos Florestais da UTAD é unanimemente reconhecido (por quem estuda o assunto, não forçosamente pela generalidade das pessoas que falam sobre o assunto), em Portugal, como produzindo informação de altíssima qualidade sobre o processo ecológico a que chamamos fogo.
Paulo Fernandes, um dos seus, ou o seu principal animador (não sei como se organiza este laboratório) é unanimemente reconhecido (por quem estuda o assunto, não forçosamente pela generalidade das pessoas que escrevem e falam sobre o assunto) como estando nos três melhores investigadores nacionais em ecologia do fogo e seguramente no topo da investigação mundial sobre o assunto.
Apesar disso, quando produzem um simples comentário como este, sobre um mapa que é de acesso público, há uma quantidade enorme de gente que não percebe que se nestes dias, com especial destaque para amanhã, há montes a arder pelo país fora, não é porque esteja a ocorrer uma grande convenção de incendiários com visitas de campo nestes dias, mas simplesmente porque as condições são muito favoráveis ao desenvolvimento do tal processo ecológico a que chamamos fogo.
Condições essas que estão perfeitamente definidas: acumulação de combustível no campo, por falta de gestão, e condições meteorológicas de vento e secura.
Muito menos são capazes de entender que arder agora ou arder no Verão tem efeitos completamente diferentes, podendo ser uma boa ideia deixar arder agora para diminuir os problemas dos fogos de Verão.
É verdade que é preciso acompanhar os fogos que ocorrem nesta altura do ano, em especial em dias de vento forte, porque podem atingir intensidades muito elevadas, indesejáveis, e tomar caminhos que não nos interessem, com destruição de valor, só que convém ter em atenção que suprimir fogos nesta altura é aumentar as probabilidades de ter de lidar com fogos muito mais perigosos no Verão.
Eu tenderia a dizer que o impulso de ir a correr apagar tudo o que arde nesta altura é uma espécie de impulso infantil, como a incapacidade de adiar o benefício imediato a favor de um benefício maior no futuro.
A ideia de que se fizermos tudo bem conseguimos controlar o processo ecológico a que chamamos fogo é uma ideia corrosiva e destruidora de valor, mas socialmente muito mais vendável que a ideia, mais modesta e mais humilde, e por isso bem menos mobilizadora de emoções, de compreender o processo ecológico em curso para o influenciar a nosso favor, com os recursos que podemos dispor para isso.
Sim, nestes dias tem ardido bastante, e ainda bem, e é bem possível que amanhã arda ainda mais, espero que cada vez mais responsáveis pela gestão do fogo saibam concentrar-se em proteger o que é vulnerável, em vez de desperdiçar recursos a tentar manter a pressão na mola dos fogos.
O João Távora teve a amabilidade de me convidar para ir escrevinhando por aqui. Aceitei logo, sem reflectir, sendo coerente com a minha veia um pouco inconsciente.
As razões que me levaram ao entusiástico, e irreflectido, sim, foram duas. Por um lado, o Corta-Fitas é um dos poucos blogues que visito regulamente, sentindo, globalmente, afinidade pelo que aqui se prosa.
A segunda razão, naturalmente relacionada com a primeira, é que, no ecossistema actual o Corta-Fitas é um “bicho raro”, é um espaço de moderação onde as pessoas escrevem sem ódios e sem gosto em acicatar a plebe.
O mundo actual é um mundo estranho, e potencialmente perigoso. Embora em Portugal ainda não estejamos numa situação extrema, há muitos países onde o grau de clivagem da sociedade atingiu dimensões insuportáveis. Do outro lado do Atlântico, no Brasil ou nos Estados Unidos, ou mesmo aqui ao lado em Espanha, vive-se uma situação em que metade da sociedade está profundamente zangada com outra metade. O ódio sente-se no ar e há famílias em que uma metade não fala com a outra, se essa outra estiver no lado oposto do espectro político. Não se tratam de ecossistemas agradáveis e sãos.
Nesse cenário tão extremado e bipolarizado, os moderados, aqueles que eventualmente até poderiam fazer pontes, não têm lugar. Os de esquerda tendem-nos a ver como lobos de direita com pele de cordeiro de esquerda. Os de direita vêem-nos como idiotas úteis que aceitam conversar à sua esquerda. O lugar, que já foi cómodo, da moderação é hoje um espaço desconfortável. As pessoas vêm normalmente a moderação como falta de crença nos princípios. Não compreendem que acreditar no diálogo, na tolerância, na diversidade, na possibilidade de discordância, é acreditar em princípios forte. Não intuem que a sociedade é feita de debate e discordância, mas também é feita de uma crença colectiva em valores comuns (passe o pleonasmo).
É nesse sentido que gosto do Corta-Fitas e calculo que me irei sentir bem por cá. É por isso que acredito que no panorama actual é o tal “bicho raro”, um oásis. Aqui há lugar a diversidade de ideias, mas também há a partilha de valores comuns de civilidade, cavalheirismo e tolerância. Não pensem que, ao dizer isto, estou a defender a existências de debates mornos. Não, de todo, eu gosto de debates vivos, entusiasmados e sem assuntos tabu. Mas também gosto que, após nos digladiarmos vigorosamente em debate, possamos ir beber juntos uma valente caneca de cerveja, nos possamos rir a falar de outros assuntos, ou a lembrar retrospectivamente o nosso excesso de entusiasmo na discussão. Enfim, saber que o que nos separa em muitos pontos de vista, faz parte do que nos une no essencial.
E pronto, o que me proponho é, sem regularidade assumida, ir por aqui deixando uma bolas para que todos possamos dar os nossos pontapés. No final dos debates beberemos a nossa cervejola virtual com a esperança que as cervejolas sejam cada vez menos virtuais, e cada vez mais reais.
Muito obrigado por me acolherem por aqui.
A propósito de um comentário recente neste blog, lembrei-me da frase frequente de Ana Cristina Leonardo que usei para título deste post que se limita a citar Camus:
“Pode parecer uma ideia ridícula, mas a única maneira de combater a peste é com decência. Não se trata de uma questão de heroísmo, trata-se de uma questão de decência comum. Não sei o que isto significa para outras pessoas mas, no meu caso, sei que consiste em fazer o meu trabalho”
Juntemos este raciocínio à discussão que por aí vai sobre vacinas.
A companhia aérea Free Airways e a companhia aérea Great Airways são gigantes da aviação civil. Cada uma delas tem 800 aviões, e cada uma delas faz por dia cerca de 6000 voos para mais de 30 destinos, para um total de mais de 2 milhões de voos por ano para cada companhia. Ao fim de 7 anos a Free e a Great somam cada uma 14 milhões de voos. A Free não teve qualquer acidente. A Great teve 40 acidentes graves ou mortais, sensivelmente um a cada dois meses.
Pergunta: tem à escolha para viajar até ao seu destino um voo da Free e um voo da Great. O da Great é mais barato. Que voo escolhe?
Miguel Alçada Baptista é a nova aquisição para a equipa Corta-fitas. Senhor de um requintado bom-senso, o Miguel é covilhanense, embora esteja em Lisboa desde os seus 18 anos. Psicólogo, tem um MBA em marketing, o que produz uma mistura explosiva, que o habilitou a trabalhar essencialmente em consultoria e publicidade. Porque nunca desistiu de se meter em novas alhadas, está agora a frequentar o mestrado de Ciência Política e Relações Internacionais. Tem dois filhos fantásticos e um cão, e como se não bastasse, agora meteu-se a que escrever no Corta-fitas.
Sê bem vindo Miguel, esta é a tua nova casa.
Já tinha pensado fazer um post com este título a propósito da confusão com a vacinha da Astra/ Zeneca, eu que praticamente nunca escrevi sobre os programas de vacinação (embora me faça a maior das confusões haver tanta gente acima de setenta anos não vacinada, e tanta gente abaixo de setenta vacinada, consigo perceber que o assunto pode ser bem mais complicado do que me parece a mim, que me limito a pensar (e reconheço a limitação deste ponto de vista) que deveria haver uma opção base muito clara: vacinamos para controlar a doença, ou vacinamos para diminuir a mortalidade?).
Entretanto Eduardo Rêgo disse o essencial do que eu gostaria de dizer, e com bastante mais propriedade do que eu o iria fazer, pelo que é preferível citá-lo, encurtando o texto, e depois escrever o meu comentário.
"...Finalmente, um ano depois, vemos nos noticiários alguma pedagogia estatística e de avaliação de riscos.
Que os casos verificados de trombos não têm relevância estatística relativamente ao número de vacinados com a AZ; comparação do risco com o de outras incidências relacionadas mais que conhecidas - como as associadas à pílula contraceptiva - e com que toda a gente vive, com cuidados e consciência (os riscos da pílula existem!) mas sem alarmes e com decisões racionais de escolha entre o risco menor e consequências maiores (ter filhos), etc.
Estranho é ver algumas pessoas a fazer agora esta "pedagogia estatística e do risco" em favor da vacina (e bem hajam) mas que durante um ano inteiro nunca hesitaram em publicitar mais um "estudo" fresquinho a especular sobre os malefícios terríveis da doença, como as possíveis sequelas neurológicas, até em crianças e assimptomáticos! Estudos sem qualquer estatística robusta (até por falta de tempo para ter sido feita), sem comparação com as sequelas análogas de doenças próximas como as pneumonias e gripes (e sem referência às estatísticas desses casos, que certamente existirão, sendo estudos com anos de existência ) e, ainda por cima, contra-intuitivos no caso das crianças e jovens em que a gravidade da doença é... Estatisticamente irrelevante!
...Mas bem vindos, agora!".
A mim parece-me que, finalmente, os que durante um ano consideraram o medo um aliado para salvar vidas, na medida em que condiciona comportamentos e aumenta a aceitabilidade de medidas coercivas para limitar contactos, tiveram um vislumbre dos riscos associados a uma imprensa histérica com factos fora de contexto, desde que alinhados com a ideia que se quer inculcar nas pessoas.
De repente apareceu a primeira fractura entre o interesse político, o interesse da imprensa e o interesse das autoridades de saúde, que têm estado alinhados ao longo de toda a epidemia.
O interesse a imprensa é seguir as emoções - e como o medo é poderoso na sua manipulação -, o interesse dos políticos é gerir a percepção das pessoas e o interesse das autoridades de saúde é gerir os efeitos da epidemia, seja em mortalidade, seja na pressão dos serviços de saúde.
Os gritos de "vem lobo, vem lobo", de que a imprensa se tornou caixa de ressonância, deixaram de dizer respeito à evolução da doença, para se virar para os potenciais efeitos secundários da vacina.
E governos fracos, assentes na ideia de que se o governo for perfeito é capaz de nos defender de tudo e nos tornar imortais, não têm margem para deixar de responder emocionalmente às consequências do "vem lobo, vem lobo", mesmo sabendo que não há lobo nenhum.
E por isso montam esta coreografia, uma batida ao lobo inexistente, mesmo que o efeito real nos programas de vacinação seja bem pior que os riscos eventuais da existência do lobo, não apenas pelos atrasos imediatos de vacinação, como sobretudo pela criação de uma desconfiança na vacinação que potencia o valor emocional de cada morte de uma pessoa vacinada, seja qual for a razão para essa morte.
E, de repente, as autoridades de saúde foram deixadas no mato sem cão, a ter de lidar com as dificuldades acrescidas nos programas de vacinação.
Não é que se possam queixar muito, andaram um ano a cavalgar o medo e usar as emoções para obter poder de condicionamento das pessoas, mas como as vítimas somos nós, não me serve de consolação a flagelação dos aprendizes de feiticeiro que, de repente, se vêem na necessidade de fazer o que, desde o princípio, deveriam ter feito: dizer, alto e bom som, que o medo é o principal inimigo a combater numa epidemia.
Faz agora anos que no Norte de Angola, a UPA matou à catanada brancos e pretos, homens e mulheres, crianças e bebés. «UPA», ou «União dos Povos de Angola», era uma piada e um exagero inventado por Holden Roberto para designar a vontade de ficar com um bocado do Congo. Mas, no telejornal da Tvi, J.A. Carvalho lê, de olhos fixos no ponto, que o envio de tropas portuguesas «não parou a marcha da história».
No estado actual da produção «jornalística« das televisões já não se pedia um pouco de respeito pela história, nem um mínimo de patriotismo, nem alguma noção das coisas que impedisse de ofender muitos vivos, nem um pouco de inteligência. Pedia-se apenas um módico de decência. Temos, em vez disso, textos escritos por dois neurónios lidos por neurónio nenhum.
A fórmula da Astrazeneca provocou algumas mortes, episódios de saúde graves, e extremo mau estar em algumas das pessoas vacinadas com ela. Uma dezena de países civilizados, e uma agência europeia, suspenderam a vacinação com esta patente com base em vários casos alarmantes.
O governo português, que comprou vacinas da Astrazeneca por as achar mais em conta, e a DGS, na qual o governo manda, começaram por dizer, sem base alguma, que não havia problema nenhum. Depois, especialistas de coisa nenhuma vieram dizer também, do alto da sua inexperiência total, que a vacina era boa -- era só o mundo civilizado que estava doido.
Por fim Costa, que gosta sempre de ter cada pé em seu lado, veio dizer que a vacina é boa, que ele próprio a tomou (o que é provavelmente mentira) ... e depois mandou suspender. Mandou suspender, não por temer que a vacina seja nociva; não por confiar nos especialistas de pouca coisa; não por confiar na lenta e confundida burocracia do Infarmed. Mandou suspender por recear que ela provoque algum ou alguns casos preocupantes em Portugal, e a consequente má imprensa (uma raridade, mas ainda assim).
Donde, por uma vez, viva o medo. Porque sabemos bem que se tivessemos que confiar mais uma vez na DGS, nos «especialistas», e no Infarmed, estávamos tramados. De maneira que viva o medo que Costa tem.
Encontrei por aí este gráfico em que se junta a evolução do R(t) a (linha encarnada pálida, escala da direita) e a média a 14 dias de novos caso (linha branca, escala da esquerda).
Sobre este gráfico (penso que o autor seja José Maertens, que não conheço e a quem agradeço o gráfico base) eu colei umas linhas verticais encarnadas (fecho de escolas) e verdes (abertura de escolas).
Se em relação ao primeiro fecho, a meio de Março de 2020, ainda se pode admitir que tenha tido qualquer influência no andamento do R(t), é evidente que nos outros casos isso não se verifica.
Nem o meio de Setembro mostra qualquer subida relevante do R(t) com a abertura do ano lectivo (há uma descida e depois, mais à frente uma subida, subida essa que é generalizada na Europa e corresponde à entrada do Outono e ao início da época das doenças respiratórias infecciosas), nem o fecho das escolas para as férias do Natal mostram qualquer efeito no R(t) (continua tudo igual, com a maior e mais brusca das subidas do R(t) em toda a epidemia a ocorrer depois, com as escolas fechadas), nem o fim das férias do Natal se traduz em qualquer reforço da subida que ocorreu durante as férias (por acaso ocorreu em cima do pico do R(t), que começou a descer por volta de 6 de Janeiro, com as escolas abertas) e o fecho das escolas a 22 de Janeiro não marca nenhuma alteração substancial numa trajectória de descida que vinha a ocorrer (sim, eu conheço o argumento da segunda derivada mostrar o acentuar da descida, mas quem precisa de explicar coisas destas com a segunda derivada é porque não sabe nem de epidemias, nem da utilidade da segunda derivada para este efeito).
E com as escolas fechadas, o R(t) retoma a subida, ali por 12 ou 13 de Fevereiro.
Mas isto é passado, todos sabemos que o importante é o futuro e o futuro é negro: a partir de hoje é possível beber um café ao postigo e isso vai ser determinante para nos levar a um novo confinamento brutal, questão gravíssima a que o governo se tem mostrado indiferente.
Não se compreende como o governo não compreende que a única forma de evitarmos um novo confinamento brutal é estarmos sempre em confinamento brutal.
Mesmo as grandes roturas são difíceis de reconhecer. Mudanças e crises parecem apenas respostas pontuais a eventos específicos, mas não a alterações profundas.
Em todo o mundo, vemos, nas ultimas décadas, o que parecia pertencer ao passado. Guerras regionais sangrentas. Incapacidades de dar resposta a anseios das populações. Fracturas violentas a propósito de racismo, género e nacionalidades. A intolerância religiosa. Radicalismos que pareciam estar datados.
Começa a tornar-se evidente que o modelo de crescimento do bem estar do passado está a esgotar-se, que o modelo da idade de ouro não está a funcionar. E que a insatisfação é profunda e cada vez mais generalizada. Que não bastam panaceias para corrigir os muitos desafios actuais. O agudizar da desigualdade promovida ( e não corrigida) pela globalização. Um período de baixo crescimento da produtividade. A acomodação de novas potências globais. O problema do aquecimento global. A dificuldade de disfarçar necessidades com o recurso à divida. Uma dependência global de juros baixos. A dificuldade de aumentar cargas fiscais. A revolução tecnológica que ameaça (mais uma vez) postos de trabalho essenciais do nosso passado recente.
Até que seja encontrado, de novo, um modelo geral que funcione, os problemas não vão desaparecer, vão aumentar. Tentar resolver manifestações do problema e não as suas causas, é tão eficaz como combater um cancro com analgésicos.
A ultima grande crise, redundou no comunismo, no fascismo e num sofrimento global sem precedentes.
Como vai ser agora?
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