Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]




Dormindo

por henrique pereira dos santos, em 30.09.18

Ia a passar na sala e está Daniel Oliveira a dizer que Marcelo sabe mais a dormir que Cavaco acordado.

1) Não me lembro, em nenhum momento, de Daniel Oliveira ter tido razão política em algum momento da sua vida, mas o problema deve ser meu, que o ouço pouco;

2) Cavaco ganhou tudo em que se meteu, com excepção de uma eleição presidencial, e ganhou com larga margem (durante todo esse tempo, esta elite cultural e moralmente arrogante foi sempre dizendo que era porque o povo se tinha enganado mas da vez seguinte Cavaco iria perder sem apelo nem agravo, e foram dizendo isto sempre, de eleição em eleição, ao mesmo tempo que Cavaco ganhava maiorias absolutas);

3) Marcelo perdeu tudo em que se meteu, rigorosamente tudo, com excepção de uma eleição presidencial.

Ou seja, Daniel Oliveira é capaz de ter razão, por uma vez na vida, e Marcelo saber mais a dormir que Cavaco acordado: no fundo, no fundo, Marcelo perdeu sempre de propósito para poder ganhar quando queria, isto é, depois de Cavaco se retirar e lhe deixar o campo livre.

É o reconhecimento desta lucidez de análise política que faz de Daniel Oliveira um comentador encartado do regime, há anos e anos, ocupando espaços nobres de jornais e televisões.

E ainda há quem ache que a crise da imprensa e do jornalismo resulta do desenvolvimento das redes sociais e não das brilhantes opções de quem paga a Daniel Oliveira para fazer comentários com este grau de adesão à realidade.

Domingo

por João Távora, em 30.09.18

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos 


Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco». Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim. Quem não é contra nós é por nós. Quem vos der a beber um copo de água, por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa. Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga. E se o teu pé é para ti ocasião de escândalo, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de escândalo, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga». 


Palavra da salvação. 

Chefe de Estado?

por João Távora, em 28.09.18

marcelo_dduarte.png

 

Justiça e o resto

por henrique pereira dos santos, em 28.09.18

Há muitos anos que defendo que a verdadeira prioridade dos governos deveria ser a justiça, e não a educação, não porque desvalorize a educação, mas porque não há sociedades decentes sem uma justiça decente, ou seja, tão rápida quanto possível (um problema muito sério da justiça portuguesa) e generalizadamente respeitada pelas pessoas comuns.

Há mais anos ainda (acho eu), que Sócrates e eu estamos em pontos muito distantes no que entendemos por bem comum e por decência.

Dito isto, não alinho no coro de indignações (também é verdade que me indigno pouco com o frisson do dia) sobre o facto do caso Marquês correr agora com outro juiz (o que aliás aconteceria sempre, desde que chegasse a julgamento) e numa altura em que está indicada uma nova Procuradora Geral.

Sócrates sempre argumentou (com a bovina complacência de grande parte da imprensa a quem nunca ouvi perguntar-lhe como era possível sustentar a sua tese tendo havido, até hoje, dezenas de juízes a tomar decisões sobre o processo e Sócrates só tenha ganho num caso, por sinal com um juiz indiciado por corrupção) que o problema eram umas pessoas concretas que o perseguiam (outras pessoas, envolvidas ou não no processo, responsabilizadas judicialmente ou não, preferem concentrar-se nas fugas ao segredo justiça e eventuais violações de direitos individuais, como se todo o enredo que hoje conhecemos fosse uma questão menor).

Agora, daqui para a frente, a banda segue com outros maestros.

Para quem, como eu, tem uma razoável confiança no nosso sistema de justiça (o que é bem diferente de dizer que é perfeito, ou mesmo que é muito bom), estas circunstâncias são muito favoráveis para fortalecer a confiança da sociedade no sistema de justiça, até porque estou convencido de que não será fácil desmontar o conjunto impressionante de factos conhecidos (mesmo na versão do próprio Sócrates) e é bom que isso seja feito com outras pessoas.

Se há coisa que me impressiona no processo de Lula é o facto do juiz de instrução ser o mesmo que o julga, coisa que em Portugal, felizmente, não é possível.

Veremos como  tudo evolui, mas não me parece que no caso Marquês o fundamental seja o juiz ou a procuradora geral, o fundamental mesmo é o que os acusados fizeram.

Serralves é maior do que os lobbies das minorias

por Maria Teixeira Alves, em 28.09.18

1291651.jpeg

Ana Pinho merece ser defendida de um ataque orquestrado por alguns que falam em “censura”, usam uma suposta defesa da liberdade quando no fundo o que estão mesmo a defender neste episódio são as causas minoritárias, que defendem ao ponto de subjugar o bom senso e a sanidade mental a campanhas dessas minorias, que só a eles interessa.

Obviamente que dentro da rica obra do Robert Mapplethorpe, há uma parte da obra que invoca a homossexualidade e o sado-masoquismo, e essa deve ser reservada apenas a quem a quiser ver. Interdito a menores de 18 anos é o mínimo.

Eu mesma, maior de 18 anos, não quero ver essas fotografias e não quero ir a Serralves e tropeçar inadvertidamente nessas fotografias. Lamento.

O que me parece que aconteceu, na realidade e por detrás do pano, é que João Ribas ofendeu-se com essa interdição em nome de uma causa minoritária que é a sua, mas de que nós não queremos saber para nada.

Serralves é muito maior do que este senhor Ribas.

Shame on you João Ribas.

Civilização

por henrique pereira dos santos, em 27.09.18

""O principal objectivo da pena é a reeducação e a reinserção social, e não a punição", defende o juiz Ivo Rosa, salientando que essa é a tendência da política criminal das sociedades actuais e dos sistemas "democráticos e civilizados""

É uma citação de um artigo já velho.

"Quem é condenado a uma pena suspensa de prisão ganha um crédito para uma nova vida mas também fica com a "espada" da justiça sobre a cabeça. Se forem condenados por algum crime durante o período em que têm a pena suspensa, terão de recolher à cadeia e cumprir tempo de prisão efetiva (pelo crime anterior e pelo novo)."

É uma citação de um artigo também velho, mas menos.

"Um terço das tentativas de homicídio são condenadas com pena suspensa."

É outra citação de um artigo, neste caso, sem ser velho.

"Eu costumo dizer que se fossem as penas de prisão efectivas que demovessem a prática de crimes, não haveria criminalidade".

Outra citação do mesmo artigo.

Lembrei-me disto a propósito da quantidade inacreditável de pessoas que, de repente, resolveram alinhar numa das mais reaccionárias reivindicações dos populistas: o aumento de penas e do cumprimento de penas efectivas como instrumento de prevenção da criminalidade.

Na verdade demorou milhares de anos a mudar da lógica do código de Hamurabi ("olho por olho, dente por dente", centrada na justa sede de reparação da vítima), em que a pena é vista essencialmente como punição, o que justifica a pena de morte, os trabalhos forçados, a violência sobre os reclusos, as condições de reclusão sub-humanas, etc., características habituais nos sistemas prisionais até meados do século XX, para aquilo que hoje caracteriza os sistemas penais e prisionais civilizados e modernos: a pena é um instrumento de reeducação e ressocialização de um criminoso de que a sociedade se recusa a prescindir e que acredita que ainda pode voltar a transformar num membro útil da sociedade.

A recusa do populismo, da irracionalidade, da exclusão do outro também passa por, de vez em quando, lembrar que, por mais difícil de aceitar que seja face aos crimes cometidos, a preocupação com o tratamento decente dos condenados é uma marca distintiva da civilização.

Regras simples para arranjar má imprensa

por José Mendonça da Cruz, em 25.09.18

A economia dos EUA está a crescer 5%; a reforma fiscal aprovada deu a uma família de classe média com um filho um corte de impostos que se traduz num aumento de rendimento anual de mais de 2200 dólares, mais de 180 dólares por mês (não é 1 dólar, como nos aumentos de pensões cá, é 180); a taxa de emprego dos afro-americanos bateu todos os recordes; o Estado Islâmico, que Obama fez nascer, deixou de existir. O pária Coreia do Norte senta-se à mesa das negociações. Eis por que razão as notícias sobre Trump nos media portugueses têm a ver com o penteado e se dá ou não a mão a Ivanka.

Já no Brasil, e segundo os media portugueses, Bolsonaro é fascista (claro!) e racista (evidentemente!) e homofóbico (com certeza!). No entanto, havendo realmente jornalistas e imprensa realmente livre no Brasil, podemos ter uma ideia mais clara de quem é Bolsonaro, aqui, e podemos ter a certeza de que nunca ouviremos falar do seu braço direito e talvez ministro da economia, Paulo Guedes, porque pensa e fala assim .

Brown noses

por José Mendonça da Cruz, em 25.09.18

Há hoje nas redacções dos media portugueses, e também muito nas respectivas chefias e direcções, abundância de criaturas que adoptam surpreendentemente a denominação de jornalistas. O dever do jornalista, o cerne da sua profissão, consiste em informar. Não é o objetivo das criaturas. As criaturas querem dar a «informação» que convém às suas convicções -- calando o resto -- e aos seus ídolos, na medida em que as criaturas julguem que essa «informação» lhes convém.

Ontem, a Tvi entrevistou uma senhora qualquer com sotaque e um ar arremelgado ao tipo de Raquel Varela (e apresentada como «especialista em assuntos internacionais», daqueles), que disse, sem contestação, que dos portugueses presos na Venezuela não se pode falar, porque isso é da justiça; que há muitos países a ajudar o regime venezuelano, por exemplo Cuba; e que a oposição venezuelana é torpe.

Hoje, a Sic fez no seu jornal um elogio ao ministro Azeredo Lopes, por ter dito que «em última análise nem tinha havido roubo» em Tancos. Lopes, inculcava a Sic, é fantástico porque já via tudo.

Há, nos Estados Unidos, uma expressão brutal (e brutalmente certeira) para designar essa gente que sai do caminho e se dá a todos os esforços para louvar e apoiar os mandantes que ama: brown noses.

Abstenho-me de explicar o significado da expressão, mas deixo-vo-la para que lhe admirem a justeza,

Pensamento do dia

por João Távora, em 25.09.18

É pena que as tão afamadas alterações climáticas a acontecer não sejam para melhor (um sol menos inclemente durante o dia e umas salubres chuvas de madrugada, por exemplo). Ao invés prometem ser catastróficas, dizem os especialistas (nuca vi gente com tão boa imprensa). Se o São Pedro me encarregasse do assunto iam ver os melhoramentos que eu promovia.

A Pátria ficava agradecida

por João Távora, em 24.09.18

Dr. Augusto Santos Silva, desculpe-me a intromissão; mas não daria para pedir aos vossos parceiros do BE e do PCP para se servirem os créditos acumulados do seu amigo Nicolas Maduro e intercederem pela libertação dos 34 portugueses detidos em Caracas

Domingo

por João Távora, em 23.09.18

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

 

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse, porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l’O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará». Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar. Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?». Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos». E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes: «Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».

 

Palavra da salvação.

DO LIVRO DA SABEDORIA

por Vasco Lobo Xavier, em 22.09.18

 

«Disseram os ímpios: “armemos ciladas ao justo, porque nos incomoda e se opõe às nossas obras; censura-nos as transgressões à lei e repreende-nos as faltas de educação. Vejamos se as suas palavras são verdadeiras, observemos como é a sua morte. Porque se o justo é filho de Deus, Deus o protegerá e o livrará das mãos dos seus adversários. Provemo-lo com ultrajes e torturas para conhecermos a sua mansidão e apreciarmos a sua paciência. Condenemo-lo à morte infame, porque, segundo diz, Alguém virá socorre-lo.”»

 

Extraordinariamente apropriada ao que se passou esta semana, a Leitura do Livro da Sabedoria deste Domingo.

Mesmo para quem lê ou escuta com mínima atenção, é impossível não ver de um lado António Costa e o seu bando (onde se incluiu Marcelo Rebelo de Sousa), e do outro Joana Marques Vidal.

 

https://observador.pt/2018/09/21/joana-marques-vidal-aplaudida-de-pe-dois-a-tres-minutos-na-conferencia-combate-a-corrupcao/

 

A Dona Hermingarda nunca perde a face

por João Távora, em 22.09.18

Marcelo.jpg

Sou daqueles que se surpreenderam com a posição assumida por Marcelo quanto à não recondução de Joana Marques Vidal, que me espantou de tal forma que me cheirou a traição. Agora, depois de uma rápida pesquisa na Internet temos que convir que a sua opinião nunca foi declarada, a desilusão foi culpa minha: fui eu que imaginei um braço de ferro nos bastidores da arena política entre um resoluto Presidente da República em defesa de um Ministério Público independente e António Costa refém da ressentida oligarquia socialista determinada ao despedimento da Procuradora – quem se mete com o PS leva. Fantasias, certamente.
A coisa faz-me lembrar uma história que se conta na minha família sobre um nosso parente adolescente muito malcriado, chamemos-lhe menino Zequinha e da sua mãe, uma empertigada senhora de sociedade, chamemos-lhe Dona Hermengarda, que um dia num distinto almoço que oferecia em casa foi confrontada pelo infante que para abandonar a mesa a meio da refeição e ir ter com os amigos pegou na faca para cortar uma fatia dum imponente bolo da sobremesa, gesto que a Dona Hermengarda peremptória o interditou: “se o menino quer comer o bolo, fica para a sobremesa”. O jovem dirigia-se lentamente para o bolo e a senhora sua mãe de novo o interpelou: “não corte o bolo!!”. O menino Zequinha indiferente ia aproximando a faca do bolo e a Dona Hermengarda, perante os comensais atónitos, atrapalhada exclamou mais alto, “menino Zequinha, obedeça à sua mãe, ou fica para a sobremesa ou não come o bolo!”. Ao mesmo tempo, desafiando a autoridade da sua mãe, o menino Zequinha, arrogante, ia chegando a faca ao bolo, o que fez que a Dona Hermengarda, aumentasse o tom da sua voz para ordenar quase em desespero “não corte o bolo!!!”, até que, ao mesmo tempo que o marmanjo insolente espetou a faca no bolo a Dona Hermengarda para não perder a face gritou para que todos os convidados ouvissem, “corte lá uma fatia de bolo, é uma ordem da sua mãe!!!” 

É mais ou menos nestes moldes que eu imagino que nos últimos meses tenham decorrido as “negociações” até à passada quinta-feira em que o magnânimo Marcelo deu a bênção à nomeação de Lucília Gago. Fantasia minha, certamente.

 

Foto Lusa

30%

por henrique pereira dos santos, em 21.09.18

Raramente me entretenho com cenários do futuro, mesmo sendo eu uma pessoa do planeamento e do ordenamento do território, que entendo como disciplinas que visam manter abertas, o mais possível, as possibilidades do futuro, ao contrário da esmagadora maioria dos meus colegas, que querem, em cada plano, reduzir as possibilidades do futuro.

Dei por mim a ler este artigo de Passos Coelho, e a pensar que as notícias sobre a sua morte política me parecem manifestamente exageradas.

A coisa parece-me clara: Passos Coelho deu o tiro de partida das próximas presidenciais, em que tenciona afrontar Marcelo, sabendo que 30% é um resultado que lhe abre as portas para a eleição seguinte.

Passos sabe que são muito poucos os políticos que uma boa parte do eleitorado (no seu caso, entre 40 e 50%) caracteriza espontaneamente como "uma pessoa decente" e sabe que isso o distingue, manifestamente, de Costa e Marcelo.

30% contra a expectativa de um resultado esmagador de Marcelo é uma boa rampa de lançamento para a eleição seguinte.

Mas sabe também que, com um bocado de audácia, de sorte e de desgaste de Marcelo (e a história de Marques Vidal em cima da história de Pedrógão tem um efeito corrosivo que não vale a pena tentar esconder), pode chegar aos 35%, que somam aos 15% das carinhas larocas do BE e PC, mais 2% de candidatos desalinhados, o que faria Marcelo sofrer a humilhação de ir a uma segunda volta, mesmo que a ganhasse, como é de esperar, folgadamente.

Como de costume as elites desvalorizam esta gente sem pedigree, como fizeram com Cavaco.

Mas os resultados dessa cegueira, no caso de Cavaco, falam por si.

E Passos sabe disso.

 

Da Joana

por João Távora, em 21.09.18

img_920x518$2018_09_12_12_09_16_1447062.jpg

O propósito da geringonça protegida e até liderada por Marcelo Rebelo de Sousa, amigo de longa data de Ricardo Salgado, é esconder e impedir. O propósito é esconder o verdadeiro estado do país e impedir um verdadeiro recontro jurídico com o passado. O propósito é evitar que se reforme o SNS ou o Metro, entre outras coisas, e impedir que se investigue a fundo a CGD, a TAP, o socratismo, o BES, esse caso que o “Marcelo comentador” comentava através da lente do amigo.

A geringonça que expulsou Passos, porque tinha (e tem) medo do seu reformismo, é a mesma geringonça que agora expulsa Joana Marques Vidal, porque tem medo das investigações em curso
Se o propósito é impedir e esconder, Joana Marques Vidal era uma adversária tão ou mais poderosa do que Passos Coelho. Estava escrito: a geringonça que expulsou Passos, porque tinha (e tem) medo do seu reformismo, é a mesma geringonça que agora expulsa Joana Marques Vidal, porque tem medo das investigações em curso. É só isto. Nem por acaso, Joana Marques Vidal foi logo atacada pelo ministro-sombra de Costa, Rui Rio, que se juntou desde o início ao coro liderado pelo PS e por Costa.
António Costa, político do PS e ministro do socratismo, não podia gostar de Joana Marques Vidal. Quem se mete com o PS leva! Há dias, aqui no Expresso, Luís Marques mencionou as pressões de que Souto Moura foi alvo devido ao processo Casa Pia, que acabou por envolver figuras do PS. Um dia saberemos. O certo é que, depois de Souto Moura, o PS colocou na Procuradoria uma comédia. É este mesmo PS que agora recusa reconduzir a única procuradora que nos deu a sensação de vivermos numa democracia a sério, onde os poderosos não estão acima da lei. Guardião dos interesses das clientelas eleitorais que não querem as reformas, o PS julga-se acima da lei, julga-se acima do bem e do mal. Marcelo, amigo de Salgado, é conivente.
De repente, o fedor dos anos socráticos voltou.

 

Henrique Raposo no Expresso Diário

 

Assuntos candentes

por João Távora, em 20.09.18

egas e becas.jpg

Agora a Rua Sésamo veio negar esse disparate do Egas e o Becas serem um casal, esclarecendo que são apenas dois bonecos consequentemente sem vida sexual. Em 2018 andamos nisto. Ao menos na Idade Média a bizantina discussão do sexo dos anjos era um pouco mais elevada. 

Entretanto na Assembleia da República os deputados preparam-se para discutir a proibição da caça ao Saca Rabos.

Ora digam lá se isto não anda tudo ligado?

 
 
 
 

Trapos (2)

por João Távora, em 18.09.18

Ainda a propósito desse assunto sério que são os trapos: só daqui a umas décadas é que teremos a verdadeira noção do ridículo destas fatiotas "slim", com calças curtas coladinhas à perna que agora vestem alguns executivos mais "in". Digo eu que morro de vergonha alheia quando revejo as séries da moda dos anos 80. Onde é que andávamos com a cabeça?

Trapos (1)

por João Távora, em 18.09.18

Então já percebi: os mesmos que por aí andam a proclamar que a roupa que se usa é simplesmente só roupa, que o protocolo é coisa fútil, vêm depois afirmar que António Costa fez muito bem levar calças de ganga porque Estado Português vem sendo miseravelmente tratado pelo governo de Angola e porque o 1º ministro à chegada ao aeroporto de Luanda foi recebido por um mero Ministro dos Negócios Estrangeiros. Afinal a escolha do traje usado tem significado ou não?

 

PS.: E vá lá, vá lá, o botão do blazer apertar já foi uma sorte.

Domingo

por João Távora, em 16.09.18

Leitura da Epístola de São Tiago

 

Irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhes disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.

 

Palavra do Senhor.

Não cabem todos do mesmo lado...

por João Távora, em 14.09.18

É irónico como apesar do esforço de Rui Rio se colar ao "socialismo", hoje o Bloco de Esquerda e o PCP vieram perorar alto e bom som contra a "intenção do PSD privatizar o SNS" (é mentira, claro). Mas é bem feito: não serve de nada ao Rui Rio a tentativa de agradar a Gregos e Troianos. O centro esquerda está definitivamente sobrepovoado de vendedores de banha da cobra.

Pág. 1/2



Corta-fitas

Inaugurações, implosões, panegíricos e vitupérios.

Contacte-nos: bloguecortafitas(arroba)gmail.com



Notícias

A Batalha
D. Notícias
D. Económico
Expresso
iOnline
J. Negócios
TVI24
JornalEconómico
Global
Público
SIC-Notícias
TSF
Observador

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • O apartidário

    Continuação Para esta manipulação do parlamento co...

  • O apartidário

    A 29 de Julho de 1976 o comunista José Rodrigues V...

  • Carlos

    Vou fazer uma lista com as asneiras, só as grossas...

  • balio

    Será necessária uma nova, delicada, definição de c...

  • anónimo

    As divisões territoriais históricas são diferentes...


Links

Muito nossos

  •  
  • Outros blogs

  •  
  •  
  • Links úteis


    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D
    222. 2007
    223. J
    224. F
    225. M
    226. A
    227. M
    228. J
    229. J
    230. A
    231. S
    232. O
    233. N
    234. D
    235. 2006
    236. J
    237. F
    238. M
    239. A
    240. M
    241. J
    242. J
    243. A
    244. S
    245. O
    246. N
    247. D

    subscrever feeds