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Aqui há uns anos valentes um fulano chamado Manuel de Sousa copiou quase integralmente um livro do meu pai, o “Dicionário das Famílias Portuguesas", que com um nome sugestivo fez publicar aos milhares numa "elegante" edição cartonada para ser vendido com o Correio da Manhã. Por isso foi posteriormente condenado à revelia em tribunal, fruto de um processo que lhe foi imposto pela minha família. O biltre, que provavelmente fez outras intrujices, permanece até hoje a monte, incontactável, fui informado há dias oficialmente. Talvez seja o mínimo dos castigos que o malandro se veja impedido de andar às claras e de cabeça erguida na sua própria terra. Tudo isto só para dizer que considero o plágio, tirar proveito abusivo do labor alheio, um dos mais velhacos crimes que conheço, e que o realizador João Botelho deve muito mais que um pedido de desculpas a Deana Barroqueiro, autora plagiada pelo realizador no filme Peregrinação. E já agora, perceber a posição que assumem as entidades publicas ou privadas que subsidiaram esta indignidade.
Retirei o título de um comentário de Ana Cristina Leonardo, que será uma citação de Rousseau (citado de cor e não verificada por mim porque agora não me interessa nada para post que a citação certa não seja, eventualmente, esta).
Quando li o comentário vi que me tinha caído no colo o título de um post que estava a magicar e que não sei se é uma característica portuguesa (eu tenho sempre muita dificuldade em atribuir à cultura de um país este tipo de características, acho sempre que somos todos basicamente iguais, reagimos é a estímulos diferentes) ou se é da natureza humana.
O post surgiu de uma pequena (e interessante) conversa sobre um bom artigo de Nuno Palma no ECO.
Nessa conversa, despreocupadamente, surge um dos argumentos clássicos da conversa sobre a evolução da educação durante o Estado Novo: "No ensino primário o EN até teve a originalidade de fazer de Portugal o único país da Europa onde a escolaridade obrigatória passou de quatro para três anos, para as meninas.". Noutros pontos da conversa surgem repetem-se os argumentos clássicos sobre o Estado Novo e a educação.
O ponto onde queria chegar é este: todos nós aprendemos na escola que o Marquês de Pombal foi um reformador do ensino e que no Estado Novo havia uma política deliberada para manter o analfabetismo em Portugal.
Há um ror de anos que repetimos exaustivamente estas ideias (no caso do Marquês, há mais de duzentos anos).
E no entanto, o Marquês reduziu a população escolar em 90% (só se retomando a população escolar de meados do século XVIII em 1930, já com Salazar), e Salazar escolarizou em 20 a 30 anos a quase totalidade da população em idade escolar, partindo de valores miseráveis, em torno dos 15 a 20% no fim da primeira república.
Deve ser esta nossa vontade de jamais deixar que os factos influenciam as nossas opiniões que tornam tão fácil ao actual Governo manter, no essencial, a política do Governo anterior (as diferenças, para além da propaganda, são essencialmente na calibração dos impostos, mudando impostos directos para impostos indirectos) ao mesmo tempo que todos os dias o espaço público está cheio de demonstrações de que o Governo anterior, ao contrário do actual, tinha uma política horrorosa, de cortes cegos, que levavam à emigração, à destruição do Serviço Nacional de Saúde, à asfixia da cultura (da cultura, Senhores, há lá coisa mais perversa que cortar na cultura e não haver um ministério da dita), sem que o facto dos valores da emigração serem basicamente os mesmos, dos cortes de investimento serem basicamente os mesmos, das dificuldades do Serviço Nacional de Saúde serem, pelo menos, os mesmos, ou da penúria na cultura ser a mesma, afecte minimamente a narrativa oficial.
No fundo, no fundo, nós gostamos mesmo de ser aldrabados, os factos são uma coisa demasiado chata para se perder tempo com eles.
A acomodação à cepa torta, o gosto pela cepa torta, nem no domínio do futebol descansa. Quando um jogador foi grande, há comentadores que dizem que foi «humilde».
Não há ponta, nem gota, nem vestígio, nem rasto, nem sinal de humildade no golo de Cristiano Ronaldo contra a Juventus, aos 64 minutos do jogo da Champions`. Há, sim, outra coisa: excelência. Tanta que a multidão da Juventus, numa espontaneidade de fair-play, apaude o adversário.
Bom remate de dia para os portugueses? Talvez.
Ou então, talvez isto: vimos Centeno, do governo da maior carga fiscal de sempre, dizer que os impostos baixaram, perante a reverência de supostos jornalistas; vimos a reportagem babada sobre as alarvices dos finalistas (que finalistas? finalistas de quê?) em terras de Espanha; vimos as lágrimas e o rasgar de vestes que por aí vai porque artistas sem público querem mais dinheiro para continuar a dispensar o mesmo público (do mesmo passo que reivindicam a missão de educá-lo); lemos sobre a quantidade de dinheiro extorquido aos contribuintes para pagar as tropelias na Caixa de gente que fica resguardada pelo silêncio; vemos, o elogio do assistencialismo, do remendo, da acomodação, da cepa torta, em resumo.
Depois, vemos Cristiano Ronaldo, vemos o treino, o esforço, a dedicação, o orgulho, o mérito, a ambição, o trabalho, a rentabilidade, o lucro pessoal e da sua empresa... E pensamos: não, não deve ser português.
Não, a afirmação não é minha. Se fosse iria ter a caixa de comentários ao rubro. Quem tal assim considera é a deputada Maria Antónia Almeida Santos (do PS) e co-autora do Projecto que este partido vai apresentar na AR sobre a eutanásia. Segundo a mesma, o documento (agora nas mãos de Carlos César) “será mais garantístico e menos burocrático”. Ou seja, é crime mas vão facilitar o acto. Para o PS um crime será aceitável? Por outras palavras, o PS entende que os médicos e enfermeiros que praticarem a eutanásia estarão a cometer um crime! E vão autorizar? Sem mais comentários…
As histórias pagam-se com a História. Depois de 1910, Portugal só sofreu. O ano de 1917 terminaria num natal de esperanças para todos os portugueses. Recorde-se, a nossa tropa morria aos milhares na I Grande Guerra. Contra a vontade dos seus próprios "aliados", a República decidiu entrar numa beligerância tolíssima, não fora o caso de assim a oficiliadade monárquica deixar de incomodar, e a conflitualidade interna se instalar além fronteiras.
Num golpe sem quase sangue, Sidónio escorraçou o Partido Democrático (ou Republicano), ordenou o regresso dos nossos soldados na Flandres (após a hecatombe de La Lys) e, politicamente, tentou instituir um regime presidencialista, um esgar de desdém ao parlamentarismo sob que viviamos em ditadura de Afonso Costa.
Em duas palavras foi isto. Em um livro, temos Sidónio Pais, Heroi e "Mártir" da República. De José de Carvalho.
É justo dizer, o Autor manifesta sem pejo a sua crença histórico-política.. Nada a opor-lhe, a ela, toda sidonista, perante tantas loucuras e facciosismos escritos pós retorno à nova República Velha.O resto são pormenores. Designadamente sobre a intervenção dos monárquicos.
Mas o livro conjuga três dados fundamentais: o fim da demagogia republicana; o novo regime presidencialista (de que, à socapa, Marcelo é continuador) e as aparições em Fátima. Siga, já agora, a costumeira diatribe sobre a religiosidade dos portugueses.
Na universidade tinha um colega que em todos os projectos que desenhava punha Prunus cerasifera Pissardii (uma pequena árvore, aliás muito bonita) porque são vermelhas e as suas iniciais são PCP (nos planos de plantação eram as iniciais que constavam).
Este meu colega, dono de um agudo senso de humor, estava na sua plena e inteira liberdade de projectista ao ter este critério rígido de projecto, estaria nas mãos dos seus potenciais clientes aceitar ou não projectos com esse critério.
Já se o meu colega resolvesse prever a plantação das árvores com a raiz para cima estaria muito para lá da sua liberdade de projectista, estaria simplesmente a ser parvo, porque as árvores não se podem plantar com a raiz para cima.
Vem esta historieta a propósito de uma chamada de primeira página do Público a propósito de um manifesto que diz respeito à Catalunha.
Chama o Público na sua primeira página "BE, PS, PSD, CDU e PAN unidos num manifesto pela Catalunha", titula a peça não assinada no seu interior da mesma maneira e diz no texto de enquadramento da publicação do manifesto: "Manuel Loff, André Freire e Fernando Rosas conseguiram o que o Bloco de Esquerda e PCP não conseguiram na Assembleia da República: que elementos do PS e do PSD juntassem a sua assinatura, e consequente apoio, a um texto que exige liberdade para os presos políticos catalães".
Publicar um manifesto, qualquer que seja, está dentro da liberdade de escolha da imprensa, não referir as mentiras factuais do manifesto, é feio, mas está dentro da liberdade de escolha da imprensa, mas mentir descaradamente dizendo que porque Pacheco Pereira (o eterno candidato falhado a mártir do passismo) assina um documento isso quer dizer que o PSD se uniu aos outros para dar apoio ao manifesto, ou mentir descaradamente dizendo que na Assembleia da República não houve elementos do PS a apoiar uma coisa do mesmo tipo, está muito para lá da liberdade de escolha da imprensa, é semelhante ao projectista que pretende plantar árvores com a raiz para cima.
O que o Público fez hoje não é má imprensa, é uma fraude, é pretender enganar os seus leitores, é quebrar o vínculo de confiança com os leitores.
Espero que o Público tenha a hombridade de tornar pública a assinatura da peça e que não só assuma que errou (isso é fácil) mas que levante um processo disciplinar a quem for responsável por esta fraude: a imprensa não pode passar o tempo a pedir consequências para o facto de políticos e gestores tomarem decisões erradas, ilegais ou irresponsáveis e, ao mesmo tempo, passar o tempo com panhinhos quentes em relação aos seus jornalistas que fazem isto.
Dizer isto não é atacar jornalistas e a liberdade de imprensa, dizer isto é defender os jornalistas responsáveis que nunca fariam uma coisa destas e que, por causa dos que o fazem, correm um risco muito maior de desemprego por se quebrar impunemente o vínculo de confiança entre os leitores e o jornal.
Fra Angelico (1395-1445) Fresco. Convento de São Marcos em Florença.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos
Depois de passar o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsamar Jesus. E no primeiro dia da semana, partindo muito cedo, chegaram ao sepulcro ao nascer do sol. Diziam umas às outras: «Quem nos irá revolver a pedra da entrada do sepulcro?». Mas, olhando, viram que a pedra já fora revolvida; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado do lado direito, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Mas ele disse-lhes: «Não vos assusteis. Procurais a Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou: não está aqui. Vede o lugar onde O tinham depositado. Agora ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis, como vos disse».
Palavra da salvação.
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