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O afã

por José Mendonça da Cruz, em 31.10.17

Ontem, a TVi fez uma «grande reportagem» para descobrir que a culpa dos 100 mortos nos incêndios florestais é do negócio de «privados» acerca dos Canadairs, e outras aeronaves a que eles chaman meios áereos, ou metades aéreas ou lá o que é, e que tudo remonta a quando  «estava em pleno governo de Passos Coelho».

Hoje o DN descobre, num título, que um «Pirocumulonimbo» foi «o fenómeno que pode estar na origem dos fogos de 15 de outubro», para, logo na mesma notícia, dizer de passagem que o pirocumulonimbo -- que o jornalista acha uma palavra difícil -- é um fenómeno provocado pelo fogo.

Saem duas confirmações de avença e dois cartões de partido para as mesinhas do fundo.

Resistir

por João Távora, em 31.10.17

cristãos.jpg

Por favor não se esqueçam de elucidar os vossos filhos, netos ou sobrinhos, de que amanhã não é dia das Bruxas, mas sim Dia de Todos os Santos, que evoca todos os heróis cristãos conhecidos ou desconhecidos que vacilando mais ou menos não desistiram do seu caminho de fidelidade a Jesus - uma celebração cheia de significado.

Um deputado do ps à assembleia da república, joão galamba (todas as minúsculas são propositadas), informa José Sócrates sobre o que veio a conhecer na Comissão de Inquérito ao BES, e que José Sócrates iria ter problemas, e discutiram o que iria ou estava a ser tratado. Não obstante isto tudo ser público, João Galamba continua a ser deputado e a ser pago por dinheiros públicos, dos contribuintes portugueses. Bem como José Sócrates é pago com os nossos impostos. Nós só nos podemos queixar de nós próprios.

 

ver a partir do minuto 18:50

Domingo

por João Távora, em 29.10.17

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 


Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas». 


Palavra da salvação. 

Preservação

por João Távora, em 27.10.17

Os ex-votos do Senhor Jesus da Piedade de Elvas estão em sério risco – risco iminente – de se esfumarem pelo passar do tempo. Alguns benfeitores, sem quaisquer intuitos de lucro ou de fama, querem restaurá-los e mostrá-los com a dignidade que merecem. 
Veja como pode ser simples a sua ajuda.

O povo é que paga

por João Távora, em 26.10.17

Este "novo ciclo" da legislatura vai demonstrar os equívocos e incongruências do nosso sistema republicano de semi-presidencialismo. O desgaste das instituições envolvidas na intrigalhada da baixa política, um triste filme que se repete com todos os presidentes da república. O povo, esse é que paga.

O pinhal de Leiria e outros

por henrique pereira dos santos, em 25.10.17

As áreas ardidas são também oportunidades de gestão.

Na Montis, associação de que sou presidente, usamos mesmo o fogo controlado para abrir oportunidades de gestão em terrenos de penetração difícil e em que a desestruturação foi tão longe que é difícil ter uma actuação consistente com recursos escassos.

O pinhal de Leiria é uma boa base para uma discussão interessante sobre o destino a dar aos territórios que arderam, mesmo sabendo que, na maioria, são privados e a vontade dos seus donos conta. Mas muitos desses donos estão perfeitamente disponíveis para integrar opções de gestão que, não tendo custos para os donos, também não tenham grande proveito privado e possam contribuir para proveitos colectivos.

O fogo deste ano nos pinhais litorais do Centro, maioritariamente geridos pelo Estado, embora invulgar, está longe de ter sido o único fogo que afectou estas áreas.

Até hoje, e desde que nos primórdios da silvicultura portuguesa se decidiu gerir estes pinhais no estrito cumprimento das regras clássicas da silvicultura germânica que estão na base da nossa escola de silvicultura, a opção tem sido reconstruir a situação anterior, com muito poucas alterações.

O mesmo, aliás, se passa com o resto das áreas ardidas do país, a ideia geral e imediata é reproduzir o que existia antes do fogo, embora com alguma evolução decorrente de tendências sociais e económicas gerais (por exemplo, o abandono rural ou as variações de preço relativo das diferentes madeiras) ou das características ecológicas das espécies (o pinheiro dá-se mal com o actual padrão de fogo, o eucalipto e os carvalhos dão-se razoavelmente bem).

No caso do pinhal de Leiria, sendo o Estado o dono, são menos prementes as questões de rentabilidade da exploração, e são menos preocupantes as questões ecológicas que fizeram o pinheiro passar de um milhão e duzentos mil hectares para os actuais setecentos mil, mais coisa menos coisa, visto que o banco de sementes nos pinhais litorais deve estar de boa saúde, porque os intervalos dos fogos são bastante grandes.

Vale por isso a pena equacionar a possibilidade de fazer uma opção diferente de gestão, diminuindo o peso da ortodoxia de gestão da escola alemã, e fazendo aumentar o peso de uma gestão mais orientada para a biodiversidade e os valores naturais, procurando valorizar mais a regeneração natural, os habitats dunares, a flora específica e o uso público.

Esta opção não implica transformar os pinhais numa coisa diferente do que eram antes do fogo, do dia para a noite, implica sim uma maior atenção à biodiversidade, e uma menor centralidade da gestão produtiva do pinheiro.

E nas outras áreas ardidas é tempo, também, de trazer a biodiversidade, os valores naturais, a recuperação do fundo dos vales para o centro da discussão, evitando as estéreis discussões das claques de cada espécie, definindo com clareza modelos de gestão do território que adoptem o caminho da suavidade.

Resultado de imagem para homem a abrir a porta do carro à senhora

A propósito do caso do juiz que justificou actos de violência doméstica com a prática de adultério pela vítima, lembrei-me de como Portugal tem um machismo bera. Em vez do "machismo" positivo dos homens que abrem a porta do carro às senhoras, que não deixam pagar a conta, ou que lhes dão flores (uma espécie de marialvismo), o que é cada vez mais raro, o que há é um machismo que despreza as mulheres. Os homens portugueses estão sempre a desvalorizar as mulheres (excepto as deles), no trabalho, na vida social, nas relações profissionais, na política, no jornalismo. 

É cada vez mais comum ver os homens deixarem facilmente para trás os velhos hábitos e tradições de deixar passar as senhoras à frente, de as convidarem sempre que as acompanham à mesa, de as protegerem. Mesmo apesar das educações que herdaram, facilmente aderiram aos tempos de "igualdade" para justificar o fim desses hábitos. Os homens abandonaram o estilo protector que as mulheres adoram, em nome da negação da supremacia masculina. Mas depois mantêm a atitude superior, vertida numa soberba que despreza as mulheres (que não as suas) e não lhes reconhece méritos e qualidades equiparadas às masculinas nas relações profissionais, nas relações políticas, nas relações sociais. 

Quando se sentem em competição ou numa relação de disputa de poder, as mulheres têm sempre mau feitio, são malucas, são desequilibradas, são galdérias, são esquisitas, são histéricas, são suspeitas, não têm capacidade. É isto que resume a panóplia de características que os homens portugueses vêem muitas vezes nas mulheres que não lhes são próximas (ou que deixaram de o ser). Eu por fim preferia a superioridade de darem flores confesso. 

O fogo iluminou Costa (pontualmente)

por José Mendonça da Cruz, em 25.10.17

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 Tiago Martins Oliveira foi nomeado, ontem, presidente da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais. É doutorado em Engenharia Florestal e especializado em Gestão de Risco no Âmbito das Florestas.

 

Logo, as múmias do alegado partido dos alegados trabalhadores acha mal a escolha.

 

Tiago Martins Oliveira foi desde 2016 responsável pela área da Inovação e Desenvolvimento Florestal da The Navigator Company (ex-Portucel), uma dessas empresas de celulose cujas florestas praticamente não ardem devido à competência de quem as gere e defende.

 

Logo, os artistas de variedades do Bloco, cuja imunidade ao menor grau de escrutínio lhes permitiu elevar a demagogia a alturas galácticas de estupidez, consideram-no uma escolha má.

 

Donde se deve concluir que, por uma vez, em vez de amiguinhos e compadres, Costa conseguiu escolher uma pessoa competente para um lugar adequado.

 

Estamos nisto

por henrique pereira dos santos, em 24.10.17

O partido que não vê a menor questão em ter um revolucionário anti-capitalista e adversário da democracia burguesa representativa no Conselho de Estado e o Banco de Portugal, dois pilares do regime capitalista liberal consagrado na nossa constituição e contestado pela pessoa em causa, acha inacreditável que quem desempenhou funções técnicas numa empresa que tem excelentes resultados numa matéria complexa, seja chamado a pôr ao serviço do Estado, numa posição eminentemente técnica, toda essa experiência e know-how, por causa de um suposto conflito de interesses.

Terra queimada

por João Távora, em 23.10.17

Pinhal de leiria.jpg

Alexandra Lucas Coelho na sua crónica na Antena 1 que na passada sexta-feira ouvi acidentalmente, relativizava a importância histórica do Pinhal de Leiria agora destruído pelo fogo, com o facto daqueles pinheiros terem servido para o trafico de escravos, e que o incêndio é afinal uma oportunidade de requalificação daquele espaço. Na segunda-feira anterior, ainda com o País a arder, a arguta ex-namorada de José Sócrates e jornalista do Diário de Notícias, publicava uma crónica de protesto contra a estátua que homenageia o Padre António Vieira no Largo Trindade Coelho em Lisboa, que classifica como uma “celebração racista do imperialismo e colonialismo”. 

Imbecilidades em todas as épocas se disseram, mas acontece que não saiam da taberna ou da viela em que eram proferidas. Mas preocupa-me que a boçalidade tenha adquirido o estatuto que tem por estes dias, oriunda das franjas marginais da esquerda, num discurso que se vai chegando subtilmente ao "centro político" – só assim se entende o protagonismo concedido a estas duas sinistras personagens no espaço público através de dois jornais chamados de referência e pela rádio do Estado. De resto este protagonismo exagerado destas figuras só é possível pela pobreza do nosso País com uma classe média frágil, volúvel e com fraco sentido crítico. A história de Portugal é um assunto sério que não necessita de revisionismos nem de requalificação trendy. Para o bem e para o mal é dessa Históra que somos feitos, e de que resultam também Câncios, Lucas Coelho e outras desgraças. Isso não significa que capitulemos perante a imbecilidade. Porque a História é um campo de batalha ideológico que se deve reger por uns mínimos de moralidade, não é terra queimada.

12 de Agosto de 2010

por henrique pereira dos santos, em 22.10.17

A 12 de Agosto de 2010, a meio caminho entre o desastre de 2003 e o desastre de 2017 escrevi um post que transcrevo integralmente embora tenham de ir ao post original se quiserem ver os links citados, que não têm grande relevância (e, sendo de 2010, escusam de me acusar de ter uma atitude persecutória em relação a este governo em matéria de fogos):

fogos%20pen__nsula.jpg

Este boneco, que aliás está longe de ser bom graficamente, é a terceira vez que o publico (aqui e aqui, vale a pena ver as discussões associadas e respectivas datas). Não o vou actualizar que tenho perdido muito tempo com isto, por isso acaba em 2006, no ano em que ardeu a Galiza.
Por muitos a Galiza era apontada como um exemplo de que era possível acabar com os fogos montando um sistema de combate fortemente profissionalizada, hierarquizado, caro e assente na doutrina da supressão dos fogos nascentes. Bastaram nove dias de vento Leste (fraco, sublinho bem o fraco) para as duas províncias do litoral da Galiza arderem e aparecerem as conversas do costume sobre incendiários e sobre a sua sofisticação cada vez maior, com uma poderosa organização e baboseiras destas (os incendiários e a sua poderosa organizaram, tudo o vento levou quando mudou de direcção e os fogos foram extintos).
Gostaria de explicitar que este mapa mostra as áreas ardidas por ano (durante seis anos). Aquele azul claro é o ano de 2003, que ardeu em Portugal, mas porque Espanha não tem unidade geográfica semelhante só marginalmente foi afectada (na mesma zona que em Portugal), o que serviu que nem uma luva aos demagogos para atribuir toda a responsabilidade ao Governo incumbente (que a tem, como os outros, mas não nos termos usados na altura). Em 2003 Monchique foi afectado também mas não exactamente na mesma altura dos grandes fogos de Agosto na região centro, foi um ano aziago de coincidências. Há um verde com os grandes incêndios do Algarve em 2004, e correspondentes na Andaluzia próxima. Há um cor de laranja, que se não me engano foi 2005, onde foi ardendo ao longo do ano, menos concentrado (como parece que está a acontecer este ano) mas afecta o interior de Portugal e prolonga-se para o reino de Leão. E há uma espécie de violeta (mais fucsia) que é 2006, onde arde a Galiza e um pouco o Minho que lhe está próximo.
O conjunto é impressionante e a concentação geográfica por anos notável.
O que está aqui em causa não são os diferentes sistemas de combate em Portugal e Espanha, o que está aqui em causa é a especificidade geográfica da fachada Atlântica da Península.
Ora é exactamente ao ignorar esta especificidade e imitar os modelos espanhois (e semelhantes) de supressão total dos fogos nascentes, que funciona dentro de determinados níveis de risco sistémico de fogo, mesmo se uma vez por outra sai do controlo, sem ao mesmo tempo atacar o problema da gestão de combustíveis de forma séria (há umas faixas de contenção que nunca funcionaram porque o território são também as pessoas e as economias em que vivem, coisa que os técnicos florestais com frequência ignoram) que vamos sendo conduzidos ao desastre com fogos, sempre que, como é frequente aqui como em mais lado nenhum na Europa, as condições meteorológicas são favoráveis à progressão do fogo.
O erro político não está em não conseguir apagar os fogos. Isso é uma inevitabilidade que resulta da natureza das coisas.
O erro político está em não levar isto a sério na política do mundo rural

José Sócrates...

por João Távora, em 22.10.17

...mesmo assim é mais Engenheiro que Senhor.

 

O homem que ri

por henrique pereira dos santos, em 22.10.17

Depois dos fogos de 2003 e 2005 (sugiro aos sensíveis que se indignam com os aproveitamentos políticos deste ano que leiam os jornais de 2003, e vejam quem dizia o quê, sobre quem, na altura), o Governo saído das eleições de 2005, que tinha o seu então Ministro da Administração Interna como um dos seus homens fortes, fez uma opção política clara: a gestão do problema dos fogos far-se-ia pelo combate e assente na doutrina da supressão do fogo que, já nessa altura, tinha sido abandonada em muitos outros lados do mundo.

Ao verdadeiro pivot dessa opção, que jogou todo o seu peso político nessa opção, não interessaria muito a substância do problema dos fogos, a questão central era que comprar uma guerra com as corporações de bombeiros, em especial com a estrutura patronal que as representa, a Liga dos Bombeiros Portugueses, era um risco político muito alto.

Ao mesmo tempo, isso resolvia um problema de financiamento do sector social, ao encontrar a justificação moral ideal para fundamentar toda a transferência de meios do Estado para estas obscuras entidades privadas, embora vivam de dinheiros públicos, que usam a inquestionável superioridade moral de haver voluntários que se entregam ao serviço dos outros sem esperar nada em troca, para bloquear qualquer escrutínio sério da sua gestão.

Durante os últimos dez anos, algumas pessoas, nas quais me incluo, questionaram esta opção e chamaram a atenção para o desastre que se estava a formar.

Posso citar um post meu de 2010, mas mais relevante é um relatório entregue na Assembleia da República, de 2009, que refere explicitamente a elevada probabilidade de haver um ano próximo em que arderiam meio milhão de hectares em Portugal.

Esse ano chegou em 2017 e, tal como depois dos anos de 2003 e 2005, isso criou as condições para que o Governo, qualquer que fosse, pudesse fazer opções mais arriscadas porque a sociedade exige de facto que o assunto seja tratado seriamente.

Infelizmente, ao leme do barco está de novo o homem que ri.

E infelizmente mantém as mesmas opções: a gestão do fogo político é mais importante que a gestão do fogo rural.

Só isso explica que em tudo o que ontem foi decidido pelo governo do homem que ri haja tão pouco que seja claro, com excepção de uma opção absolutamente clara: a chocante omissão de referências às opções de economia para o mundo rural e o mais completo silêncio sobre a inversão das prioridades do Estado em matéria de gestão do mundo rural.

"Uma coisa oca, produzida pelo vazio", é talvez a frase, de Paulo Tunhas, que melhor traduz o que penso sobre o assunto.

Domingo

por João Távora, em 22.10.17

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus 


Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-Lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». 


Palavra da salvação. 

Vamos lá ver:

por Vasco Lobo Xavier, em 22.10.17

Este governo socialista, com apoio dos bloquistas e dos comunistas, esteve desde a tragédia de Pedrógão Grande sem mexer uma palha. Nem da generosidade gratuita dos portugueses para as vítimas conseguiu tratar (descontando o que meteu no próprio bolso).

 Sabe-se agora que o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) avisou as autoridades, com 72 horas de antecedência, de que o dia 15 de Outubro seria o mais perigoso do ano e, na posse dessa informação, ninguém no governo ligou peva: o governo não avisou as pessoas, não se preparou, não antecipou as reacções às ameaças, fechou-se em copas e foi à bola ou ao diabo que o carregue.

Na sequência de tudo isto, dão-se incêndios devastadores de milhares de hectares de matas e florestas, quarenta e quatro pessoas mortas (para já), centenas (milhares?) de empresas e casas ardidas, bem como animais, centenas de postos de trabalho destruídos, centenas de milhões de euros de prejuízos. Tantos milhões que o governo socialista veio hoje (prometer) deitar mais de trezentos milhões de euros sobre o assunto, a ver se o apaga com comunicados aos amigos da comunicação social. Tudo, ou quase tudo, por incompetência do governo socialista, com apoio dos bloquistas e comunistas. E isto não é motivo suficiente para censurar o governo? Não justifica a apresentação de uma moção de censura?

 Como é que essa malta do Bloco e do PCP consegue defender o contrário? Apoiam toda esta incompetência do governo socialista que sustentam? Será por estarem ali fechadinhos em Lisboa e não terem percebido a imensa devastação que ocorreu no país? Ou só por aproveitamento político? Tenham vergonha!

By appointment to Marcelo

por henrique pereira dos santos, em 21.10.17

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, gostaria de lhe fazer uma sugestão.

Em Covas do Monte andou um rebanho, conhecido, aliás, por sofrer bastantes ataques de lobo.

Nos últimos tempos até andavam dois, um rapaz novo, depois de acabar a escola profissional (penso que em gestão do desporto, ou coisa semelhante), tinha retomado o pastoreio, mas estava apenas a aproveitar o tempo em que não tinha trabalho e não tinha a certeza se ia continuar com o gado porque, dizia ele, não dava para o ganho (na verdade o que o preocupava era depois ter de descontar para a Segurança Social quando acabasse o tempo em que tinha isenção, porque com esses descontos dizia que já não pagava o trabalho).

Nos grandes fogos de Arouca/ São Pedro do Sul, no ano passado, foi exactamente nas pastagens de Inverno dos rebanhos desta aldeia que o fogo foi travado, sendo das poucas áreas, logo a seguir ao fogo, em que havia pasto.

Com certeza recebe muita gente ao almoço e em jantares, mais ou menos formais.

A minha sugestão é a de que se lembre destes rebanhos e diga aos seus serviços para arranjarem maneira de servir cabrito, não digo sempre, claro, mas de vez em quando, nestas ocasiões, mas que garantam que o cabrito vem destes rebanhos e que é pago a um preço que incorpore o serviço de gestão de combustíveis e de conservação do lobo que é prestado por estes pastores.

E que não só sirva este excelente cabrito aos seus convidados, como que lhes explique de onde vem o cabrito e porquê.

E depois veja com os seus serviços que mais fornecedores conseguem mobilizar para garantir uma contribuição, por pequena que possa parecer, para a gestão dos matos e dos fogos noutras zonas do país.

Com sorte um dos seus convidados é um empresário que decide que na cantina da fábrica 5% dos produtos, ou uma vez por mês, se faz uma refeição que contribua para a gestão do fogo. Ou é a selecção nacional e os atletas das modalidades mais ricas e com maior exposição pública resolvem fazer algum gesto no mesmo sentido. Ou é um responsável político que usa as compras públicas que dele dependem, no mesmo sentido.

Enfim, é só uma sugestão e nem sequer sugiro que seja fácil de executar, vão falar-lhe do preço mais elevado, das dificuldades de logística, do risco de fraudes, etc., etc., etc..

Nessa altura diga-lhes para se deixarem de desculpas e que os contribuintes lhes pagam para resolver esses problemas, alguns deles inegavelmente complicados, mas a memória dos que morreram nos fogos não lhes permite desistir sem tentar.

Certidão de carácter

por José Mendonça da Cruz, em 20.10.17

Para se apreciar plenamente os contorcionismos a que os aliados da geringonça são capazes de entregar-se, não perder esta pequena confissão involuntária 

Ainda ignições e afins

por henrique pereira dos santos, em 20.10.17

Todos os dias há milhares e milhares de ignições no mundo rural, das mais variadas origens, desde o tipo que vai queimar o pinhal do vizinho porque acha que ele dorme com a sua mulher, até às faíscas da lâmina do corta-matos que bate numa pedra, passando pelo escape de motores de combustão (que não são só de motas e carros, são de motoroçadoras, motosserras e etc.), queima de sobrantes, queimadas de pastores, operações de manutenção de parques eólicos (refiro explicitamente esta por esta ter sido a origem de um fogo de milhares de hectares há uns anos), limpeza de bermas de estradas, mais o habitual cortejo relacionado com o recreio, pic-nics, cigarros, brincadeiras idiotas, etc., etc., etc..

Mas não são estas as ignições de que se fala quando nos referimos às mais de 500 ignições de Domingo, mas apenas da pequeníssima percentagem delas que dão origem a focos de incêndio suficientemente visíveis para serem registadas no sistema.

O que faz variar a quantidade de fogos que se tornam visíveis em cada dia não é a quantidade de ignições originais, que se admite que seja mais ou menos estável num nível muito elevado, mas sim as condições de propagação do fogo, isto é a meteorologia e os combustíveis disponíveis.

Com as condições meteorológicas de Domingo, 500 ignições é valor que se pode esperar sem surpresa.

Provavelmente uma boa parte foram reacendimentos dos fogos dos dias anteriores com rescaldos mal feitos, já que com o vento forte e seco que se fez sentir no Domingo muito facilmente geram novos focos de incêndio. Estes reacendimentos são cerca de 10% das causas de fogos, mas naquelas circunstâncias é bem possível que tenham sido mais.

Tal como as queimadas de pastores e as queimas de sobrantes agrícolas terão tido um peso maior que o habitual dada a altura do ano e a previsão das primeiras chuvas.

E até pode ter havido uns fogos postos por meia dúzia (ou uma dúzia, é irrelevante o número) de doidos, bêbados, pessoas de maus fígados e outros que tais.

O que se passou nesse Domingo é absolutamente fora do normal, não pelas ignições, mas pelas circunstâncias meteorológicas (vento forte e muito forte, seco e numa direcção que não é a mais habitual nos dias que ardem, criando um potencial para arderem áreas que habitualmente não ardem tanto e têm combustível acumulado) e pela continuada secura dos combustíveis, fazendo com que em dois ou três dias tenha ardido o dobro do que é a média anual.

Existindo, como existe, continuidade de combustíveis, nenhum dispositivo de combate a fogos florestais, por melhor que fosse, teria deixado de colapsar.

Questão diferente é a dos fogos de Agosto (Alvaiázere, Mação, Nisa e etc..) onde a dimensão das áreas afectadas parece ter sido influenciada por um dispositivo com um desempenho muito abaixo do que seria necessário para um combate florestal eficaz.

Que a propósito disto, da absoluta excepcionalidade do fim de semana passado e respectivas consequências, haja quem cave trincheiras partidárias a partir das quais procura explicações mirabolantes para obter ganho de curto prazo, ou limitar estragos, é um mistério para mim.

Lamiré para os canalhas

por José Mendonça da Cruz, em 19.10.17

Por uma vez, a incompetência ululante do governo e a sua negligência criminosa deixou coibidos os canalhas das redacções. Queriam apoiar os seus perigosos amigos, mas faltavam-lhes argumentos, não sabiam que dizer, tiveram muito medo ou um resquício de vergonha. Mas agora PS+PC+BE deram o mote: criticar a incompetência e a negligência criminosas é «aproveitamento político». E eis que já vislumbramos os canalhas a porem a cabeça de fora nas notícias e no comentário: é «aproveitamento político» criticar os responsáveis por 100 mortes, dizem eles; e «habilidade» política, dizem eles, dizer que as mortes vão repetir-se. São como os seus donos, os canalhas: fazem a cama falida em que hão de deitar-se.

(E sobre os 500 mil euros doados por cidadãos para as vítimas de Pedrógão e desviados abusivamente pela Caixa para hospitais públicos, sobre isso nem um sobressalto, nem uma palavra).

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