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"A vontade popular é livre quando conscientemente expressa em raízes profundas que a inserem na História e nos condicionalismos geográficos resultantes da humanização do território. (...) As ideologias universalizadas substituíram os laços comunitários pela camaradagem abstracta na edificação de um projeto mundial sem ser necessária a contribuição nacional. O amor pela terra e a construção e transformação laboriosa das paisagens foram substituídos pela integração forçada das pessoas num planeamento exclusivamente quantificado e simplista. Estamos dia a dia a destruir a solidariedade entre os portugueses entre a ideia de pátria. (...) Se o povo português não quer vir a ser «absorvido» pelo vizinho ou pelo capitalismo europeu, em termos culturais, sociais e económicos, e não quer ver diminuir o seu prestígio no mundo, passando apenas a ser considerado como um espaço amorfo da Península Ibérica ou um simples território de parcos recursos físicos, terá de apelar para a sua História, para os seus valores culturais e sociais e para as raízes democráticas das suas instituições.
A Monarquia é, portanto, mais que uma necessidade, um dever patriótico desta geração."
Gonçalo Ribeiro Telles in "Porque sou monáqruico" Razões Reais, 2017
Em poucos sítios, o meu critério de voto seria claramente positivo, isto é, se eu votasse da Covilhã, por exemplo, votaria Adolfo Mesquita Nunes, independentemente de considerações de política geral.
Mas na generalidade dos casos, incluindo onde voto mesmo (Lisboa) o meu critério de voto, como o de muita gente, é o mais banal e desinteressante. Voto por exclusão de partes, tendo como referência as questões de política geral, já que nenhum dos candidatos relevantes me promete a única coisa com que acho que um candidato a uma câmara se deve comprometer seriamente: que todas as sarjetas funcionem decentemente em qualquer momento.
Este gráfico, que traduz a evolução dos impostos per capita, tendo como fonte a Pordata, ajuda a perceber quais são então as minhas razões de carácter geral, visto que demonstra a grande aldrabice que está incluída na meia verdade, muito repetida, de que o actual governo baixou os impostos. O que se verifica é que os impostos aumentaram, sendo verdade que os impostos directos diminuíram qualquer coisa, em especial para as pessoas de maior rendimento, ao mesmo tempo que os impostos indirectos subiram para todos.
Diga-se que sou defensor, há bastante tempo, de uma transferência de impostos sobre factores de produção (trabalho e capital) para impostos sobre o consumo, portanto até estou parcialmente satisfeito com essa opção por parte deste governo.
Mas preferia que isso se fizesse num quadro de baixa geral da carga fiscal, isto é, a proporção de impostos sobre o consumo aumentaria por baixa dos impostos sobre o trabalho e o capital, e não por mera transferência, mantendo ou aumentando a carga fiscal.
E, sobretudo, preferia que um governo sério o fizesse por clara opção política e não para poder dizer meias verdades ("baixámos os impostos") que escondem mentiras de facto ("trocámos impostos directos sobre os maiores rendimentos por impostos indirectos para todos porque sabemos que a percepção dos eleitores é mais sensível aos primeiros que aos segundos").
O que digo para os impostos é verdade para muitas outras situações, como a famosa devolução de rendimentos, que na verdade é uma devolução de rendimentos para os funcionários públicos e pensionistas mais bem pagos, à custa de uma menor eficiência dos serviços públicos e uma menor competitividade da economia.
Ou a ocupação partidária do Estado, em que o governo opta deliberadamente pela excepção das nomeações de substituição em detrimento da regra do concurso público.
Ou a maioria do capital da TAP que não é bem uma maioria na decisão e cuja utilidade social está por demonstrar.
Ou a não concessão de transportes públicos, tendo como resultado maiores custos para os contribuintes, a degradação do serviço prestado mas a paz com os sindicatos e a manietação da CGTP.
Os exemplos, como digo, são muitos, incluindo a pressão sobre empresas privadas (como a PT ou a Porto Editora) por meras razões de gestão partidária de curto prazo ou de controlo da imprensa.
Há vantagens, como a progressiva descredibilização dos sindicatos da CGTP, que se deixaram apanhar numa ratoeira em que, não podendo servir ao mesmo tempo dois senhores (o PC e os trabalhadores) são obrigados a alienar influência junto dos trabalhadores, como está a acontecer no sector da saúde.
Mais grave de tudo é a imprudência face à possibilidade de se alterarem as condições externas e termos, outra vez, problemas sérios de financiamento da nossa enorme dívida, apesar de, e bem, o governo estar firmemente a aplicar a linha mestra de orientação de Vítor Gaspar, isto é, procurar, a qualquer custo, reforçar a credibilidade junto de quem nos financia, assegurando que o caminho da consolidação das contas públicas é sério e sólido.
Tudo visto e revisto, o meu critério de voto é simples: em qualquer circunstância, votarei no que quer que seja que me pareça o voto que mais enfraquece a actual solução de governo.
Por mais defeitos que encontre nas alternativas, e encontro com certeza, não tenho ideia nenhuma de que as alternativas existentes (interessam-me pouco as alternativas ideais que têm o pequeno problema de não serem exequíveis ou não existirem de facto) fariam um pior trabalho que o que está a ser feito pelo actual governo.
Uma das dificuldade de gestão do problema dos fogos por parte de qualquer governo é a discrepância entre o peso social dos fogos no Verão e a sua irrelevância no resto do ano.
No ano passado, depois de arderem perto de trinta mil hectares na zona em que a Montis tem, por enquanto, grande parte da sua actividade, resolvemos promover um passeio, mais ou menos de dois em dois meses, com pessoas que sabem do assunto, pelas áreas queimadas.
A ideia era ir falando do fogo fora da pressão dos fogos de Verão, demonstrar que o fogo não é todo igual, mostrar, no concreto, que há diferenças grandes dentro de áreas ardidas, mostrar que não são um deserto uniforme e, ao mesmo tempo, ir acompanhando a recuperação das áreas ardidas.
A ideia central é aumentar a capacidade de compreensão do fogo, os mecanismos que geram o padrão de fogo que temos e explicar como evolui a vegetação após fogo, no sentido de aumentar a capacidade crítica sobre as políticas de gestão do fogo e do mundo rural.
O programa tem sido executado, já estiveram connosco Manuel Rainha, Paulo Fernandes, António Salgueiro, Hélia e Elisabete Marchante, os três primeiros altamente qualificados no uso do fogo e as duas últimas altamente qualificadas na gestão do problema das espécies invasoras, porventura o mais grave problema ambiental associado aos fogos.
O maior elogio chegou-me um dia destes numa mensagem lateral ao assunto, por parte de um dos participantes, bombeiro e que conheço mal, dizendo-me que quando participou no passeio com Paulo Fernandes e me ouviu falar pensou "este gajo é burro" mas que com o tempo e o que se passou este ano achou que afinal as coisas pareciam fazer mais sentido.
Sabendo que a Montis é uma pequena organização de conservação, que as suas actividades se dirigem essencialmente aos sócios, procurámos, na altura, que se aproveitasse a elevadíssima qualidade das pessoas envolvidas, produzindo conteúdos para orgãos de comunicação social, ou pela presença de um jornalista, ou podendo nós produzir informação que os jornalistas usariam como entendessem.
Ninguém mostrou o mínimo interesse em tirar partido desta produção de informação concreta, com pessoas muito qualificadas, sobre o assunto que aparentemente interessa a todos e, ainda por cima, de forma muito barata.
Continuamos com o programa de visitação e discussão do fogo, fora da época alta dos fogos, e neste dia 14 de Outubro lá teremos o Henk Feith connosco. Seremos os mesmos do costume, entre os cinco do passeio menos concorrido, aos vinte e poucos do passeio mais concorrido.
E seremos o espelho da forma como a sociedade se relaciona com a gestão do fogo: aos milhares quando é para correr atrás das chamas, uma dezena quando é para compreender o que podemos fazer para não ter de correr tanto atrás das chamas.
Declaração de interesses: sou o presidente da Montis
"Não é de bom-tom estar a meter notícias nos jornais com especulações sobre a vida interna do partido".
O extraordinário nesta frase de Rui Rio não é a sua relação com as questões internas do PSD, mas a naturalidade com que se encara a ideia de "meter" notícias nos jornais.
Claro que todos os jornais do mundo publicam coisas que lhes são trazidas pelas mais variadas pessoas ou instituições, isso é razoavelmente normal.
O que se espera é que a escolha de publicar ou não, de investigar ou não, o que chega à secretária do jornalista seja uma opção livre do jornalista, orientada pela sua ideia de interesse jornalístico e pelo escrutínio dos factos.
O exemplo que motivou o comentário de Rui Rio é, desse ponto de vista, muito elucidativo sobre a forma lamentável como os jornais portugueses trabalham (são os que conheço, provavelmente é uma questão geral no mundo), tanto mais que sobre esse assunto vi primeiro uma coisa no Observador, no dia seguinte mais ou menos a mesma coisa no Público e vi um título do Expresso que parecia apontar no mesmo sentido, ou seja, parece ser um assunto de interesse generalizado.
É mais ou menos indiferente se Rui Rio está ou não em campanha para mandar no PSD, se ganha ou perde essa guerra e por aí fora: o que for se verá e especular antes dos factos não tem qualquer interesse de especial (tal como a onda de comentários e afirmações sobre os resultados das autárquicas e seus efeitos futuros, antes de ocorrerem, apenas baseados em sondagens).
O que é relevante é que o tipo de coisas que vi nos jornais eram um conjunto de afirmações feitas por jornalistas, baseados em fontes anónimas com potencial interesse directo no assunto.
Não está em causa se é verdade ou não o que dizem essas peças, isso ver-se-á no futuro e, mais que isso, mesmo sendo verdade no futuro, nem sequer é linear que seja verdade hoje, mas sim o facto dos leitores serem impedidos de verdadeiramente fazer um juízo autónomo sobre o assunto na medida em que não sabem se quem segreda isto, ou quem segreda o contrário, o faz por ser uma fonte realmente independente ou até, dizendo o contrário do que seria o seu interesse, porque está convencida de que é verdade, ou o assessor de um dos interessados na matéria cujo objectivo seja mesmo condicionar o futuro "metendo" notícias nos jornais.
Todos os jornalistas que conheço são unânimes em reconhecer que o anonimato das fontes só é justificável quando a fonte pode correr riscos se for identificada (por um exemplo, um funcionário que relata um caso de abuso de poder do seu superior, um membro de um grupo criminoso que denuncia as actividades, etc.) e nunca, em caso algum, quando a fonte tem interesse pessoal directo na divulgação da informação (ou em moldar a forma como a informação chega ao público), como é o caso dos agentes políticos.
Eu sei qual é a resposta clássica dos jornalistas da área da política, em especial os que se especializaram no diz que disse dos bastidores políticos: se não respeitarmos o anonimato das fontes, não só não temos esta notícia em concreto, como ficamos em desvantagem em relação aos outros jornais para o futuro.
E, de qualquer maneira, dirão, não há grande problema porque os jornalistas não se prestam a fretes e não há razões para não ter confiança no que escrevem.
O problema deste argumento é que as regras existem exactamente para reduzir a possibilidade do jornalista ser enganado peas suas próprias convicções, tornando-o muito mais manipulável do que pensa.
E o meu problema é mesmo o de que não quero delegar no jornalista a confiança que reservo ao meu julgamento: eu tenho o direito a saber quem anda a dizer isto ou aquilo sobre os seus amigos e adversários para ser eu, e não o jornalista, a fazer o julgamento sobre a confiança que devo atribuir ao que é dito.
Como lembra bem esta citação, conhecer quem diz é tão importante como ouvir o que é dito: "“Aonde vos achais sei que dizeis sempre mal de mim; eu, pelo contrário, não perco ocasião de dizer louvores vossos: porém, quem a ambos nos conhecer, a nenhum de nós há-de dar crédito”.
Fomentar e manter uma candidatura ridícula, que lhe trará o pior resultado eleitoral autárquico de sempre, no Porto, parece de um tontinho. Mas será que Passos Coelho prevê um empate entre Moreira e Pizarro e planeja, a posteriori, colocar-se ao lado deste, dar-lhe umas palmadinhas na vereação e na Assembleia Municipal, para combater a Geringonça a partir de tal aliança na segunda cidade do País?
Se assim for, valha-nos depressa a N. S. dos Congressos...
"Foi um erro, nós empobrecemos, vimos os salários cortados, as pensões cortadas, a carga fiscal aumentada" (António Costa, 24 de Setembro, 2017).
Não, o perfeito irresponsável não é quem poderia parecer lendo estes três parágrafos, o perfeito irresponsável é cada um dos jornalistas que acompanham António Costa na campanha sem que, em nenhum momento, lhe pergunte o que se passou entre 2011 e 2017 para que o que António Costa considerava o dever de atacar "o mal prioritário" passasse a ser simplesmente "um erro".
Essa é a responsabilidade dos jornalistas, não é repetir e amplificar o que em cada momento dá jeito ser dito pelos actores políticos.
Um dia destes um amigo do Facebook perguntava-me se pagar por horas de vôo, em vez de pagar por disponibilidade, não era um incentivo aos fogos.
Disse imediatamente que não, não me parecia que o problema se pusesse assim, e que a variabilidade interanual era muito grande, portanto descartei a hipótese em duas penadas, no que diz respeito aos meios aéreos.
Mas depois fiquei a pensar: e se a mesma lógica se aplicasse ao dispositivo das corporações de bombeiros, valeria a pena?
O pagamento às corporações de bombeiros tem, se não me engano, três grandes gavetas: 1) o pagamento estrutural, com base numa fórmula complicada em que entra, por exemplo, o números de saídas (esqueçamos agora o que isso pode significar de empolamento das famosas ignições); 2) o pagamento de infra-estruturas; 3) o pagamento de despesas incorridas (quilómetros percorridos, refeições servidas e coisas assim).
Saltemos por cima das minudências e salto eu por cima do que defendo: a separação do combate aos fogos florestais da protecção civil (os fogos florestais são um problema de gestão de perdas económicas que deve ser feito por quem sabe de gestão florestal e conhece bem o comportamento do fogo naquelas circunstâncias, é por isso uma tarefa muito qualificada e que requer conhecimento de gestão florestal), a profissionalização do combate aos fogos florestais e a criação de um corpo profissionalizado único de bombeiros florestais, o que penso que não será feito por nenhum governo, pelo menos sem ser muito gradualmente e com pezinhos de lã.
Resta por isso ir vendo o que pode ser mudado aos poucos no que existe, o que abre espaço ao uso do financiamento das corporações de bombeiros como incentivo.
Na verdade, se em vez do complicado ressarcimento de despesas, que exige um pesado sistema burocrático de controlo e é, necessariamente, muito permeável a abusos e fraudes, as corporações de bombeiros fossem pagas por disponibilidade, deixava de ser indiferente fazer muitos ou poucos quilómetros, ter muitos ou poucos homens num fogo, etc., pelo contrário, quanto mais eficiente fosse o combate, menores seriam as despesas para uma receita igual.
Talvez valesse a pena estudar esta hipótese a sério.
— mas não vale mesmo a pena. Fico o registo:
Um grupo de cidadãos contestou a nomeação do Embaixador Seixas da Costa para o Conselho Geral Independente da RTP por considerar que a nomeação está ferida de ilegalidades diversas e de inconstitucionalidade. O mesmo sucede com o documento emitido pela ERC. Esta entidade tinha a obrigação legal de emitir um parecer, negativo ou positivo, e eximiu-se a fazê-lo. O jurista Ivo Miguel Barroso enviou para a ERC este requerimento e reclamação, sobre o qual a ERC terá de se pronunciar. Um assunto que merece a nossa atenção.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia-manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: «Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Palavra da salvação.
Ao contrário da maior parte dos comentários que leio por aí, não entendo que o governo de Madrid perante a situação da Catalunha tenha uma saída airosa. Todas as opções possíveis são de perda, e a da negociação política para uma revisão constitucional que autorize um referendo à secessão irá abrir uma caixa de pandora que inevitavelmente a prazo comprometerá a unidade da Espanha. Curioso é verificar como a esquerda simpatiza sempre com o nacionalismo quando este for disruptivo quanto ao status quo (revolucionário). Aliás o nacionalismo moderno (não orgânico) tem as suas raízes na revolução francesa e como sabemos é território dos mais assustadores fanatismos. Não podemos estar tranquilos.
O título do editorial do Público do dia 20 é luminoso: "Teríamos de falar sobre André Ventura. Hoje é o dia".
Li, reli e voltei a ler. Não queria mesmo acreditar que falar ou não falar de um candidato autárquico justificasse um editorial e um editorial a procurar justificar a opção do jornal em falar do candidato.
"O primeiro erro é sempre o mesmo: dar palco a um populista é dar palco a uma polémica".
"O segundo erro é o inverso: fingir que não existem".
"O terceiro erro é ignorar quem está do lado de lá".
"Só não podemos cair [no erro] capital: o da indiferença, o do medo de explicar".
Qual é então o problema com Ventura, que leva o jornal a ter tantas dúvidas?
"Um candidato primário que não mede fronteiras ou consequências ... tudo o que Ventura faz é puxar pelo pior dos homens sem se colocar no lugar do outro, é construir muros, no lugar das pontes que lhe cabia levantar".
Compreendo o problema.
Por exemplo, um agente político que pretenda distinguir acumulação de riqueza de poupança, com o objectivo de aumentar impostos, sem medir fronteiras e consequências, puxando pela pior inveja dos outros, sem nunca se pôr no lugar dos que duramente conseguem poupar parte da riqueza que criaram, será, seguramente, um agente político que o Público e David Dinis tratarão como André Ventura, é isso?
Outro exemplo, um agente político que diga que a austeridade é uma escolha ideológica, com o objectivo de obter o poder, sem medir fronteiras e consequências, puxando pelo ressentimento dos eleitores atingidos pela dureza de um processo de ajustamento absolutamente essencial, sem nunca se pôr na pele dos que sofreriam ainda mais duramente as consequências da recusa de austeridade, como acontece na Grécia, será um agente político que o Público e David Dinis tratarão como André Ventura?
Outro exemplo, um agente político que se sirva das crianças que desmaiam na escola por falta de pequeno almoço, ou dos velhinhos que passam a ter de comer papa Nestum por não ter dinheiro para se alimentar convenientemente, como ilustrações das consequências da austeridade e depois devolva rendimentos aos que mais ganham, compensando em impostos indirectos que são pagos por todos, manipulando as percepções públicas da austeridade, apesar de a tornar mais pesada para o mais pobres, aligeirando-a para os mais ricos, será um agente político que o Publico e David Dinis tratarão como André Ventura?
Outro exemplo, um partido político que envia condolências às vítimas pela morte do seu algoz, como fez o Partido Comunista por ocasião da morte que Kim Jong-il, é um partido incapaz de se colocar na pele do outro e, por isso, ostracizado pelo Público e David Dinis?
Não, David Dinis, André Ventura não tem uma importância por aí além, é apenas mais um populista à procura de votos, e, se tiver muitos, será útil perceber por que razão os eleitores premeiam uma campanha daquelas para que possamos responder mais sensata e racionalmente aos problemas que preocupam os eleitores.
André Ventura é apenas um sintoma da falta de qualidade do debate público e, consequentemente, do debate político.
Muito mais relevante é saber por que razão um jornal como o Público abraça, consistentemente, os discursos mais populistas das pessoas ou do campo político de que os seus jornalistas gostam mais.
Eu guardo religiosamente a manchete do Público, faz agora quatro anos, que garantia em toda a primeira página que Bruxelas estava a trabalhar num novo resgate a Portugal. Ou a outra, faz no próximo mês cinco anos, que garantia que o PIB em 2013 teria uma queda de 5,3% (foi de pouco mais de 1%), com base numas contas absurdas feitas pelos jornalistas do Público, só para reforçar a história da carochinha da espiral recessiva, sem medir consequências e fronteiras, sem se pôr no lugar dos outros a quem as expectativas negativas roubaram o emprego, etc..
Não, caro David Dinis, o problema não é André Ventura, o problema mesmo é a permeabilidade do jornalismo aos discursos populistas do BE, do PC e da ala irresponsável do PS (para usar uma expressão que não é minha) que hoje sustentam o poder de um governo claramente populista, e o efeito que essa permeabilidade tem na confiança dos leitores nos jornalistas.
É porque os jornalistas fazem escolhas como as descritas no seu editorial, totalmente ilegítimas, entre os bons e os maus, escolhas essas que me cabem a mim e ao Zé das Iscas, e não ao David Dinis enquanto director de jornais, que discursos como os de André Ventura, tão rigorosos como os de António Costa ou Catarina Martins, passam a ter o mesmo grau de credibilidade que discursos efectivamente rigorosos como os de Vítor Gaspar ou de Álvaro Santos Pereira, por exemplo.
Distingam o trigo do joio porque reconhecem o trigo e o joio, e não porque confiam mais neste agricultor que naquele, e os agricultores que trazem mais joio, como André Ventura, terão a sua vida bem mais dificultada.
Até lá, para os leitores e os eleitores, é tudo joio e o que distinguirá uns de outros é apenas ser um bom ou mau vendedor da banha da cobra e não a qualidade dos produtos que vendem.
E boa parte da responsabilidade é sua.
Paulo Trigo Pereira, que o Observador acolheu a título de cronista diversificador, veio com outros economistas propor mais outra solução de esquerda em alternativa à solução de esquerda que mantém o país na cepa torta. Consiste, basicamente, em gastar ainda mais com a função pública. Com tal iniciativa, Trigo Pereira prestou à geringonça um serviço inestimável: fez que Centeno parecesse um bom ministro das Finanças. Cruel e cristalinamente esclarecedor é o facto de Trigo Pereira o ter feito inadvertidamente.
Luís Aguiar-Conraria escreve (e bem) hoje:
Esta observação é de uma lucidez gelada, e é muito interessante a forma como todos olhamos para ela com relativa indiferença, como se fosse um facto normal da vida, como a chuva ou o sol.
E, no entanto, o que esta observação diz é que os resultados eleitorais legítimos estão reféns do poder minoritário que pode tornar isto ingovernável: o comando sobre sindicatos cuja representatividade e democraticidade é mais que discutível.
Eu sei que parte desta ingovernabilidade viria directamente dos resultados eleitorais, através da irresponsabilidade dos partidos que entendem que a governabilidade não deve ser assegurada a quem ganha eleições, mas essa irresponsabilidade avalia-se nas eleições seguintes, a questão de fundo é mesmo a ingovernabilidade criada a partir da rua, que é eleitoralmente inimputável.
Na prática isto significa que os 10% de votos do PC são mais que suficientes para bloquear as soluções legitimamente saídas de eleições gerais, enquanto for possível manter activo um poder sindical que não decorre da representatividade desses sindicatos, mas de regras sociais que livremente estabelecemos e que conferem aos sindicatos um poder claramente desproporcionado em relação à sua representatividade (por exemplo, na Autoeuropa, apenas 17% dos trabalhadores são sindicalizados).
Não tenho nada contra o poder das organizações representativas dos trabalhadores, bem pelo contrário, em especial das que têm uma base claramente assente na empresa, como as comissões de trabalhadores. Tenho das empresas uma noção social que reconhece que as relações empregador/ trabalhador são desequilibradas e é bom que os interesses dos trabalhadores, a quem a vida da empresa interessa tanto como aos seus donos, sejam apoiados pelas regras gerais de funcionamento das empresas.
Mas tenho também poucas dúvidas de que uma das grandes reformas sociais de que precisamos é a da alteração das regras da actividade sindical, deslocando o centro do poder das estruturas de cúpula para as estruturas de empresa, e liquidando todas as regras que conferem poder aos sindicatos e sindicalistas, quando esse poder não emana directamente da representatividade dos trabalhadores directamente afectados, incluindo assentar todo o financiamento, directo e indirecto (incluindo o tempo de trabalho dos sindicalistas e benefícios fiscais), nas quotizações dos trabalhadores.
É absurdo que aceitemos a possibilidade de um resultado eleitoral ser ilegitimamente minado pela ingorvernabilidade artificialmente criada por uma central sindical comandada por um partido que representa pouco mais de 10% da população.
Já há muitos anos que tem vindo a ser implementada em Portugal (e também noutros países) uma ideologia que se designa por “ideologia do género”. Esta teoria assenta na ideia radical de que os sexos masculinos e femininos não passam de uma construção mental, cabendo à pessoa escolher a sua própria identidade de género (já existem identificadas mais de 30!). Trata-se de um movimento cultural com impacto na família, na política, na educação, na comunicação social e que reclama a utilização de uma nova linguagem.
A Assembleia da República discute um projeto-lei do Bloco de Esquerda que permite a mudança de sexo aos 16 anos e, no caso de os pais se oporem a esta ideia, possibilita que os menores possam intentar judicialmente contra estes. A agenda política do BE é a seguinte: promover a ambiguidade da identidade sexual e considerar normal aquilo que, na maioria dos casos, é patológico. Convém alertar as pessoas para os perigos desta aberração legislativa, pois os deputados não sabem de medicina, nem tão-pouco de psiquiatria. Os casos de perturbação de identidade sexual (disforia de género) são complexos e levam por vezes os jovens ao suicídio, pelo que este assunto deve ser tratado com uma enorme prudência. Considerar que estes casos se resolvem com um pacote legislativo, é uma visão simplista, redutora e perigosa deste problema.
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Pedro Afonso no Observador
«A minha classificação sobre as agências de rating é que são lixo. Foi por isso que rescindi, aliás, o contrato com todas quando era presidente da Câmara de Lisboa. É uma gente que já demonstrou não ser minimamente credível, fiável.»
António Costa
Jornal de Negócios,4 de Julho de 2015
(Via Pedro Correia no Delito de Opinião)
Joaquim Sarmento é absolutamente claro e o que diz neste artigo pode ser verificado, linha por linha, em fontes independentes, levando-o a escrever:
"Refira-se que não é sério achar que a subida de notação se deve apenas ao que ocorreu nos últimos dois anos. Recorde-se que em 2007 Portugal tinha “AA-” de notação. Depois, a notação foi sendo revista em baixa, e antes das eleições de 2011 era já de BBB (ainda “investment grade”, mas tinha descido seis notações). Logo após as eleições, desceu mais três notações (numa única revisão), passando para lixo. Só muito dificilmente se poderá entender que essa descida, ocorrida em julho de 2011, se deveu a um governo que nem um mês de funções tinha. Pelo contrário, essa descida, que nos colocou como “non investment grade” (“lixo”) foi o corolário do desastre económico, financeiro e orçamental desde 2008.
Assim, entre 2011 e 2016, o défice nominal (sem “one-offs”) desceu de um valor de 11% (em 2010) para um valor de 2.5%. O défice estrutural desceu de um valor em torno de 8% para um valor próximo dos 2%. Entre 2011 e 2015 desceu dos 8% para 2.5%, ou seja, uma descida de 5.5 pontos percentuais (p.p.). Entre 2016 e 2017, desceu menos de 0.5 p.p. Ou seja, quase 90% do esforço orçamental dos últimos anos ocorreu antes deste governo tomar posse".
António Costa é absolutamente confuso e o que neste artigo dizem que diz é completamente desmentido pelos factos reconhecidos por qualquer fonte independente:
"Nós não tivemos só resultados diferentes, nós seguimos um caminho diferente para atingir estes resultados ".
"António Costa lembrou que se dizia que, para poder controlar as finanças públicas, “era necessário encerrar os serviços públicos, desinvestir na educação, desinvestir na saúde e, sobretudo, cortar salários, aumentar impostos e cortar nas pensões”.
“O que nós fizemos foi precisamente o contrário. Repusemos os vencimentos que tinham sido cortados e que as pessoas tinham direito a receber, aumentámos as prestações sociais, devolvemos aos pensionistas as pensões a que tinham direito e não fizemos o corte de mais 600 milhões de euros que a direita se preparava para fazer se hoje estivesse no governo”".
Ora a minha pergunta é esta: como é possível que mentiras evidentes como estas sejam ditas publicamente e repetidas sem qualquer censura social, quer por parte de muitas pessoas comuns (o que ainda entendo, todos nós gostamos mais de acreditar no que nos faz feliz que nos que nos obriga a uma vida mais dura) quer, sobretudo, pelos intermediários cujo trabalho é introduzir factualidade e racionalidade no debate público.
Com tanto jornalista a acompanhar a campanha, não há um único que pergunte, por exemplo, se António Costa pode explicar melhor em que medida é que o aumento de impostos anterior foi errado, por desnecessário ao equilíbrio das contas, mas a carga fiscal global se mantém ao fim de dois anos do seu governo?
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque mo pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
Palavra da salvação.
Passos Coelho, e a direita em geral (há sempre tontos em todo o lado, com certeza, mas estou sobretudo a falar de quem tem maiores responsabailidades), tem reconhecido as boas notícias, como, por exempo, a melhoria da classificação da dívida pública, como aquilo que são, boas notícias.
Depois atribui parte dos méritos ao desempenho do governo anterior, diz que o que permitiu isto foi o facto do actual governo, no essencial, ter mantido as políticas de prudência orçamental que vinham de trás e, pelo meio, acusa a actual situação de demagogia, dizendo uma coisa e fazendo outra.
Estas interpretações são discutíveis, com certeza, mas há uma base comum de discussão: a situação está a melhorar e o governo actual faz bem em continuar neste caminho de prudência orçamental, mesmo que diga que faz o contrário.
António Costa, e a esquerda em geral (a mesma nota que no primeiro parágrafo), pelo contrário, não reconhece (eu não me lembro de alguma vez ter ouvido esse reconhecimento) o contributo do governo anterior para a situação actual, nomeadamente no que diz respeito ao equilíbrio das contas externas (que depende menos do governo) e para o equilíbrio das contas públicas.
Mesmo boas notícias, como por exemplo, o fim do programa de ajustamento sem necessidade de um segundo programa de apoio, não são reconhecidas como tal, mas desvalorizadas com teorias sobre a maquilhagem das contas e etc..
Ainda agora, a propósito da decisão de classificar melhor o risco da dívida pública portuguesa, que, como lembra Luís Aguiar-Conraria, é a demonstração de que todos aqueles que disseram que a dívida pública era impagável sem uma reestruturação estavam errados e, mais que isso, é a demonstração de que não só é pagável, como é possível fazê-lo com crescimento, quer Catarina Martins, quer Pedro Nuno Santos (outros foram menos explícitos, como Costa, mas, mesmo não indo tão longe, foram o suficiente para evitar reconhecer o contributo do governo anterior para a situação actual), vieram dizer que a melhoria do rating a república só tinha sido possível porque o governo tinha feito o contrário do que diziam as agências de rating.
É uma mentira tão infantil que só há uma possibilidade: acreditam mesmo no que estão a dizer.
E isso é muito mais assustador que pensar que se trataria de meros aldrabões porque significa que não fazem a menor ideia do mundo sobre o qual tomam decisões.
Esse realismo que permite classificar como boas as notícias que indiscutivelmente os são, é uma diferença abissal para uma esquerda que se recusa a reconhecer a realidade para não dar trunfos aos adversário.
Não é uma diferença pequena nem dispicienda.
Em Setembro vinha o tempo de férias que sobrava e se arrastava, desenganado e indolente com o sol a baixar e as sombras a crescer, dia após dia, até chegarem as primeiras nuvens e a brisa fresca, como um prenúncio do Outono, o início das aulas, o fim da festa. Eram dias em que fazíamos da rua extensão da casa asfixiante de enfado, a jogar à bola com os outros miúdos desocupados e impacientes, perante a inquietação das mães que espreitavam à janela ansiando pelo novo ano escolar. Aquele tempo era um tempo de gloriosa imprudência em que criançada, sem medos, em pequenos bandos corria pelas ruas de Campo d’Ourique, que lhes conhecia todos os segredos, do recanto que faz de baliza para jogar à bola, aos quintais escondidos entre os prédios, os figos doces que sobejavam nos ramos mais altos da figueira – que valiam tanto ou mais que o gelado que os nossos filhos, numa pausa dum jogo de consola, vão buscar comodamente ao congelador. Aquelas tardes do mês de Setembro lembram-me a minha magnífica bicicleta verde-garrafa, altaneira em cima dos seus pneus 26’ que me obrigavam a esticar todo para chegar aos pedais. Era tempo passeatas pachorrentas ou de corridas contra-relógio entre a malta do bairro a bater recordes ali na Praça Afonso do Paço, onde o rectângulo inclinado convidava a uma pedalada desafiante na subida e estonteante na descida.
O mês de Setembro também valia umas últimas fugidas à praia, com o areal meio abandonado, de águas tépidas e melancólicas num prenúncio da insurreição das marés vivas que nos iriam devolver de volta a casa, aos longos dias de espera pelo início das aulas que tardava. O tédio é um privilégio que as novas gerações não conhecem, entre o estímulo constante dos videojogos e os canais temáticos com aventuras e animação sem cessar – obrigava-nos a inventar, a ousar e às vezes a desatinar.
O fim de Setembro era o tempo das primeiras incursões à escola ou ao liceu, em busca dos horários e das turmas, cuja publicação tardava – tempos houve depois do 25 de Abril em que as férias se arrastaram até ao final de Outubro. Vinham as primeiras chuvas, as listas do material escolar e a ansiada visita à papelaria: lembro-me do gozo que me davam o cheiro do estojo novo, os cadernos imaculados, quem sabe uma mochila para estrear. Eram dias de um estranho júbilo que disfarçavam a melancolia do fim do Verão, a noite que cavalgava pela tarde dentro, as árvores que se despiam das folhas secas a estalar debaixo dos meus pés no caminho para a escola, nos primeiros dias de um novo recomeço, de rever outros amigos. Verdadeiramente o ano terminava gasto e envelhecido, em Setembro.
Dedicado ao meu filhote José Maria que por estes dias começa o segundo ciclo numa escola e vida nova.
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