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Não nos iluda!

por Corta-fitas, em 20.03.17

O Presidente da República adopta a política dos afectos. É legítimo? É. Não ocultou o facto antes das eleições, bem pelo contrário. Está carregado de legitimidade para isso.

Aparece a toda a hora e em toda a parte! É legítimo? É. Era expectável? Era.

Comenta tudo e mais alguma coisa! É legítimo? Humm, algumas doses de contenção seriam bem-vindas. É prudente? Não, longe disso.

Apoia o Governo de Portugal contrário à sua família política de origem e de onde obteve a maioria dos votos que o elegeu. É legítimo? É, e ainda bem que o faz. Exijo respeito pelo Governo da Portugal que, diga-se, tem tanta legitimidade política quanta fraqueza democrática e incompetência. Acima de tudo não espero, tão pouco quero, que o Presidente faça de oposição. Compete à oposição essa práctica. É o Presidente de todos os Portugueses.

Parece que por vezes se intromete no governo, chegando por vezes a parecer que faz parte dele. Deve fazê-lo? Não. Mas como está em sintonia com o Primeiro-Ministro só espero que haja mais cuidado para não abrir maus precedentes. É que Portugal continua.

Pessoalmente não concordo com este estilo de presidência, mas como democrata aceito, respeito e tolero tudo isto, embora com muito incómodo.

Agora vejo o Presidente da República regozijar-se perante as câmaras da TV que Portugal emitiu dívida a juros negativos. Perdão!?

 Primeiro, e muito objectivamente, exijo que não me tome por parvo. Não existe legitimidade para tomar as pessoas por parvas. Sabe muito bem o significado de emissões de curto prazo e emissões a 10 anos, pelo que valerá a pena recordar que são estas últimas a referência para estados de espírito, que já agora adianto, convêm ser de discrição por parte da Presidência, ainda que a evolução das taxas no mercado secundário fossem favoráveis, o que está muito, muito longe de ser o caso.

Segundo, não existe legitimidade na ilusão com que se pretendeu encharcar o espaço público. Este aspecto, embora subjectivo por natureza, é na minha opinião crucial nesta fase da vida de Portugal. A ilusão, como muitas vezes tenho dito, é a maior doença que grassa em Portugal, e embora sabendo que não é legítimo esperar que venha da Presidência acção directa para a cura, considero ilegítimo que de lá surjam sinais para manter os Portugueses amarrados à maleita, senão mesmo em agravar a mesma.

Porque é este assunto tão importante? Porque este é o indicador que nos conduz, ou não, a pedir outro resgate. Aqui não se brinca, é o ringue dos crescidos. É onde deixou de haver espaço para ilusões, intrigas e outros esquemas (embora antes de 2008 não fosse assim). O escrutínio nos mercados secundários de dívida a 10 anos agora fia demasiado fino. É para peixe graúdo. Champions League.

Quando recentemente emitimos dívida a 10 anos a cerca de 4% vi o Presidente contente com a cotação dos juros a 3,8% no mercado secundário logo após essa emissão! Agora que cotam a 4,3% vejo regozijo sobre emissões de curto prazo! Não nos iluda.

 Nota final: A espuma do dia-a-dia é o terreno da politiquice do político de segunda linha mais fracote. Os bons políticos de primeira linha falam de tendências. Do presidente espera-se que se esforce para que os últimos não sejam tentados a ir para o terreno dos primeiros. Muito menos que monte lá arraiais.

 

Pedro Bazaliza
Convidado Especial

Voltar aonde fui feliz

por João Távora, em 19.03.17

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Foi com imensa emoção que há dias, cerca de 40 anos passados, voltei a entrar na "Casa da Avenida", o 232 da Avenida da Liberdade, ocasião que aproveitei para tirar muitas fotografias de pormenores da sua arquitectura e decoração das áreas comuns que me servirão de apoio à crónica que me encontro a elaborar sobre a sua história centenária. Trata-se sem dúvida de um conceito arquitectónico de transição do “palácio” para o apartamento moderno, como se pode verificar pela organização das casas e pela rica decoração quase aristocrática das generosas áreas comuns – garnde hall de entrada, escadaria e patamares entre os andares. Aqui apresento uma fotografia dos alvores do prédio estreado em 1892, talvez já princípio do século XX, em que apresenta a fachada pintada de forma absolutamente inédita para mim, provavelmente com a pintura original, em que a área rebocada ostenta uma cor escura (Ocre? Azul? Cinza?) que, com o contraste com a cantaria que emoldura as janelas e varandas, proporciona um aspecto muito mais sofisticado ao edifício, mais consentâneo com o requinte do seu interior.

Domingo

por João Távora, em 19.03.17

 

Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo.
O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor. (Mt 1, 16.18-21.24a)

Notas sobre a novela socratina

por João-Afonso Machado, em 19.03.17

Apontamentos soltos.

1. Sócrates tentou ontem citar Platão em Coimbra. O despropósito e o pedantismo são tais que apetece lembrar: historicamente foi o contrário, Platão é que citou Sócrates (o genuíno, o filósofo).

2. Pacheco Pereira, na última Quadratura do Círculo afirmou, alto e bom som, como cidadão não lhe restam dúvidas acerca das trafulhices de Sócrates. Presunção de inocência à parte...

3. O Procurador Rosário Teixeira tem cara de pessoa honesta. É daquelas impressões imediatistas difíceis de contrariar.

4. A comédia desempenhada pelos advogados de Sócrates na passada segunda-feira, quando em conferência (reproduzida pelas televisões) proclamaram "oficialmente" o fim do inquérito sem a acusação do seu patrocinado. Uma interrogação: quando as coisas forem a sério, isto é, quando chegarmos ao julgamento, quem representará na barra o "engenheiro"?

5. Enfim, a questão fundamental - e Santos Silva? Em que se consubstanciará a sua defesa? Confiada a quem? Assumirá ele a propriedade dos 30 e tal milhões que foram parar às suas contas bancárias?

 

A novela é apaixonante. E é muito mais do que isso. O futuro de Portugal tem bastante a ver com o seu desfecho. Já o "caso Freeport" poderia esclarecer o que é realmente a política portuguesa, mas Pinto Monteiro e Noronha Nascimento não deixaram. Oxalá (com Rangel fora da corrida) o nosso sistema judiciário seja finalmente independente e fiável.

A importância da vírgula para a honestidade intelectual

por henrique pereira dos santos, em 19.03.17

Lutz Brückelmann acusa o Corta-fitas (na verdade deveria acusar-me a mim, que as outras pessoas que aqui escrevem não têm a menor responsabilidade no que eu escrevo) de desonestidade intelectual por eu considerar a frase:

"vota em Wilders, pois concorda com a expulsão dos marroquinos, todos eles criminosos para ele"

uma grosseira deturpação da frase

 "pacientemente explico que partilho a sua ideia de deportar os marroquinos que, na Holanda, encabeçam as estatísticas da criminalidade."

O argumento de Lutz Brückelmann é o de que "A precisão "na Holanda" retira qualquer possibilidade de se não ter referido aos marroquinos em geral".

Saltemos por cima de que ainda que essa interpretação fosse inquestionável, nada na frase de Rentes de Carvalho permite dizer que considera todos os marroquinos como criminosos.

Mas essa interpretação está longe de ser inquestionável, porque uma coisa é dizer que se "defende a deportação dos marroquinos, que encabeçam as estatísticas da criminalidade" e outra é dizer-se que se "defende a deportação dos marroquinos que encabeçam as estatísticas da criminalidade".

No primeiro caso, defende-se a deportação de todos os marroquinos, com a justificação de que encabeçam a criminalidade, no segundo caso defende-se a deportação dos marroquinos que encabeçam as estatísticas da criminalidade, e só desses, não dos outros.

O que torna tudo isto profundamente desonesto não é esta confusão de interpretações por causa de uma vírgula, essa confusão é admissível, o problema é que existem várias outras declarações de Rentes de Carvalho em que explicitamente ele defende o segundo ponto de vista, chegando a corrigir jornalistas que exactamente o interpelam com a primeira interpretação, a de que haveria uma defesa da deportação dos marroquinos em geral.

Só que para os seus detractores é muito mais fácil chamar-lhe repugnante porque defende a deportação de todos os marroquinos por culpa de alguns, uma posição moralmente indefensável, que discutir a razoabilidade de deportar criminosos para os seus países de origem, posição que é muito mais complexa porque põe em destaque o conflito entre dois valores moralmente defensáveis: o direito à segurança das pessoas comuns e o direito a um tratamento justo para com criminosos.

Repugnante é deturpar os argumentos dos outros para obter uma posição mais favorável e justificar o sectarismo de transformar um adversário em inimigo.

 

Mais títulos reais ou futuros de Público, DN e Sic

por José Mendonça da Cruz, em 19.03.17

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Quando Passos Coelho se ri do apoio de PS, PCP e BE a despedimentos e eliminação de balcões na Caixa, previstos antes da entrada de Paulo Macedo:

Passos Coelho critica antigo ministro do seu governo

 

Quando o governo de Jerónimo Martins e Costa despede e privatiza na Caixa:

Descoberto medicamento que pode curar o cancro em 2050

 

Quando Trump espirra enquanto o carro de Merkel chega:

Incidente diplomático: Trump mostra alergia a Merkel

 

Quando a esquerda perde eleições na Holanda, a direita as ganha e a extrema direita cresce, mas menos do que diziam as sondagens:

Extrema direita derrotada na Holanda

 

 

Quando os juros da dívida de longo prazo sobem em flecha:

Juros de curto prazo estáveis

 

 Quando as agências de rating mantêm a cotação portuguesa no lixo:

António Costa confiante no futuro

 

Quando há inundações na Lisboa de Costa & Medina:

Canais são alternativa a ciclovias em ruas de Lisboa

 

Quando um ministro de PSD ou CDS volta à sua carreira numa empresa privada:

Ministro de Passos Coelho regressa a empresa que processou Estado por dívidas

 

Quando um ministro do PS regressa à federação de onde veio:

Ex-ministro socialista investe na política de proximidade

 

Quando a dívida pública sobe mais 10 mil milhões em poucos meses:
Marcelo confirma que dívida está melhor do que há um ano

A face oculta do Marquês

por henrique pereira dos santos, em 18.03.17

Há curiosidades na imprensa portuguesa (acredito que não seja nenhuma especificidade nacional) que não deixam de me espantar.

José Sócrates, e a sua defesa, queixam-se permanentemente do tempo da investigação do caso Marquês.

Não faço ideia se têm alguma razão de queixa e não é isso que me interessa, o que me interessa é que uma das razões para esse atraso são as inúmeras contestações, recursos, requerimentos e etc., que são apresentados por José Sócrates e os seus advogados.

Dando de barato que José Sócrates não está a litigar de má-fé, o resultado prático é que Sócrates é um dos responsáveis pela demora da investigação de que se queixa.

Estranhamente, sublinhar este aspecto sempre que o suspeito se queixa da justiça, contribuindo para uma visão equilibrada do processo e da justiça, aparentemente não tem qualquer interesse para a imprensa.

Aqui e ali aparecem referências aos gastos de José Sócrates com o processo.

Recentemente foram os custos judiciais da quantidade enorme de recursos, contestações e etc., que José Sócrates tem perdido (17 mil euros numas contas muito por baixo, entre outras razões por não incluírem os gastos com os advogados). Antes já tinha havido contas especulativas sobre as despesas mensais de Sócrates com advogados, seguranças que por vezes aparecem, coisas desse género, e por baixo, muito por baixo, Sócrates gastaria nisso pelo menos cinco mil euros por mês. Qualquer pessoa que tenha pago um advogado para lhe resolver qualquer pendência sabe perfeitamente que ter dois advogados seniores, a tempo quase inteiro, custa muito mais que isso, mas não vale a pena tentar ser mais rigoroso.

A estas despesas há que acrescentar os gastos pessoais de José Sócrates, que não tem aspecto de quem ande a comer massa com arroz, mas admitamos que pode ser que sim, que Sócrates tenha hoje uma vida espartana, mas ainda assim, com despesas que seguramente são superiores a mil euros por mês (como Sócrates alega que pagou dívidas a Carlos Santos Silva com a venda da casa da Braamcamp, deve viver agora numa casa arrendada ou está a pagar prestações pela sua compra, com certeza).

Que se saiba, e o próprio sempre disse, Sócrates não tem nada de seu tendo, como rendimentos conhecidos, um pouco menos de 4 mil euros brutos que, com a carga fiscal existente em Portugal, representam seguramente menos de três mil euros líquidos. E, de acordo com o próprio, está a pagar os empréstimos do amigo, ao ritmo que pode.

Estranhamente, investigar de onde vem o dinheiro que mensalmente paga despesas que são, seguramente, mais do dobro do rendimento conhecido, contribuindo para uma visão mais equilibrada do que está em jogo e das razões da justiça para não acreditar facilmente na sua inocência, aparentemente não tem qualquer interesse para a imprensa.

A dimensão da estranheza pode ser avaliada imaginando que em vez de Sócrates estaria Cavaco na mesma situação.

Teria a mesma cobertura e protecção mediática?

Saudades dos títulos canalhas

por José Mendonça da Cruz, em 18.03.17

A ministra da Justiça disse ao Observador que «há processos que demoram muito tempo» e deu razão aos «que se queixam da lentidão da justiça. Obviamente as pessoas têm razão».

Seguidamente, uma manchete copiada daquelas que o Público ou uma abertura do noticiário da Sic escolheriam, embora só as apliquem a governos que não são do seu consolo:

Ministra da Justiça ataca

independência judicial 

e solidariza-se com corruptos

Os inimigos de Rentes de Carvalho

por henrique pereira dos santos, em 17.03.17

Não conheço o suficiente de Rentes de Carvalho (li um livro de que não me lembro o nome mas de que me lembro de ter gostado bastante) para ter opinião sobre o que vale e muito menos para ter opinião sobre as suas opiniões políticas, que tenho ouvido aqui e ali.

Também não conheço o suficiente dos inimigos de Rentes de Carvalho, como Patrícia Reis (não sabia quem era mas já estive a ver que tem um curriculum literário que se deve ter em conta) ou como Irene Pimentel (que sei quem é e de quem já li umas coisas).

Patrícia Reis diz que Rentes de Carvalho "vota na extrema direita por ter vizinhos árabes e não se sentir seguro" e isso é suficiente para Patrícia Reis não o querer ler mais, e Irene Pimentel diz que "vota em Wilders, pois concorda com a expulsão dos marroquinos, todos eles criminosos para ele", o que é suficiente para considerar Rentes de Carvalho repugnante.

O meu problema (passando por cima da duplicidade de critérios que lhes permite não se incomodar com todos os apoiantes de forças anti-democráticas de esquerda) é que não consigo confirmar estas afirmações de Rentes de Carvalho: no caso de Patrícia Reis não encontro o menor sinal dessas declarações existirem, mas posso ter procurado mal, claro, (o máximo que encontrei sobre os seus vizinhos são coisas destas "A sociedade multicultural... eu não posso ser nem a favor nem contra. A sociedade multicultural é uma realidade. Eu tenho vizinhos de umas 12 ou 13 nacionalidades e toda a gente se dá muito bem com toda a gente) e no caso de Irene Pimentel são uma deturpação muito grosseira do que disse Rentes de Carvalho.

Daí a minha perplexidade: qual é a credibilidade e utilidade de críticas morais a terceiros, feito a partir de uma posição de superioridade moral do autor da crítica, quando para as fundamentar se usam distorções grosseiras do que os criticados dizem?

Ou será que se considera legítimo atribuir a terceiros argumentos que eles não usaram, sabendo que desde que seja para defender o lado bom da sociedade (nós, evidentemente), a maioria dos que escrevem e falam no espaço público escondem e relevam a profunda desonestidade deste tipo de comportamentos?

O pior cego...

por João Távora, em 16.03.17

(...) Quando se fala de imigrantes, fala-se de pessoas, quando muito de famílias, e das suas dificuldades de “integração”. Mas em grandes números, com os meios de comunicação de hoje, as migrações formam comunidades que, muito humanamente, aspiram a manter as suas identidades e políticas de origem. É o caso da diáspora muçulmana do Médio Oriente e do Norte de África.

Por isso, os imigrantes muçulmanos não estão a integrar-se na Europa, mas a integrar a Europa no mundo de onde vieram, como a Holanda e a Alemanha perceberam quando, a semana passada, se viram transformadas em terreno da campanha eleitoral do ditador turco Erdogan. A maioria dos migrantes procura apenas uma vida melhor, incluindo os muçulmanos. Merecem uma oportunidade. Mas no caso da diáspora do Médio Oriente e do Norte de África, há muita gente, como os islamistas ou o novo sultão da Turquia, determinada em usar as migrações para acelerar o que julgam ser a crise de uma sociedade europeia em regressão populacional e confusão ideológica. Erdogan mantém de reserva dois milhões de “refugiados”, que ameaça largar sobre a Europa sempre que os europeus o incomodam. São as suas armas de destruição demográfica. As migrações, deste ponto de vista, já não são uma simples questão de arranjar empregos, escolas e apartamentos para quem chega. São um problema político, e não basta falar de “islamofobia” para o resolver. (...)

 

Rui Ramos a ler na integra aqui. 

 

Consagração

por João Távora, em 16.03.17

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O prémio de “Melhor Livro de Ficção” da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) foi atribuído ao romance O Meças, de J. Rentes de Carvalho, publicado em 2016 pela Quetzal. 

Saiba mais aqui

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No pasa nada

por João Távora, em 14.03.17

Parece que o voto assumido de Rentes de Carvalho, o nosso holandês em Amesterdão, amanhã em Wilders está a gerar uma onda de indignação nas nossas puritanas redes sociais. Talvez fosse pedir demais que as essas virgens ofendidas do politicamente correcto se informassem sobre a enorme embaraço gerado pelo multiculturalismo e pela vaga de refugiados que por estes dias invade essa Europa a dentro. Bem sei que em certas matérias a Europa parece-nos um bocadinho longe…

Petição

por João Távora, em 14.03.17

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Um grupo de cidadãos promove por estes dias uma petição que visa recuperar o devido lugar aos Duques de Bragança na lei do protocolo do Estado

Qualquer País civilizado e democrático percebe o valor que tem, num mundo globalizado, promover a sua História, a sua Cultura e a sua Identidade. É nesse sentido, que se revindica um lugar digno para o descendente e representante dos reis de Portugal nas suas participações em actos oficiais. Saiba mais assine e divulgue.

50 personalidades que apoiam esta petição (ordem alfabética):

Abel Baptista - Deputado (CDS-PP, até 2016)
Adalberto Neiva de Oliveira - Empresário
António Carmona Rodrigues - Ministro (até 2004), Presidente Câmara Lisboa (até 2007)
António Ferreira dos Santos - Fundador e dirigente Partido PAN
António Lobo Xavier - Deputado (CDS-PP, até 1995)
António Sousa Cardoso - Presidente da Causa Real
Arlindo Cunha - Ministro (até 2004)
Augusto Ferreira do Amaral - Deputado e Ministro (até 1981)
Augusto Oliveira Domingues - Presidente Câmara Monção
Cristiano Van Zeller - Empresário
Diogo Feio - Deputado (CDS-PP, até 2009), deputado europeu (até 2014)
Eduardo Cintra Torres - Professor Universitário, jornalista
Emídio Sousa - Presidente Câmara Feira
Filipe Anacoreta Correia - Deputado (CDS-PP)
Francisco Calheiros - Dirigente Associativo
Francisco Rodrigues dos Santos - Presidente da Juventude Popular
Helder Esménio - Presidente Câmara Salvaterra de Magos
Hélio Loureiro - Chefe de Cozinha
Henrique Raposo - Escritor
Ilda Araújo Novo - Deputada (CDS-PP)
Jaime Nogueira Pinto - Jornalista, escritor
João Rocha Páris - Embaixador
José Adelino Maltez - Professor Universitário
José Alarcão Troni - Secretário de Estado (até 1992), Professor Universitário
José Luís Nogueira de Brito - Deputado (CDS-PP, até 1995)
José Manuel Cardoso da Costa - Presidente do Tribunal Constitucional (até 2003)
José Manuel Carpinteira - Deputado (PS)
José Mendes Bota - Deputado (até 2015), ex-deputado europeu
José Ribau Esteves - Presidente Câmara Aveiro
Katty Xiomara - Estilista de moda
Leonor Ribeiro da Silva - Porta-voz do presidente da Comissão Europeia (até 2014)
Luís Ceia - Dirigente Associativo
Luís Valente de Oliveira - Ministro (até 2013), Presidente da Casa da Música
Manuel Braga da Cruz - Reitor de Universidade (até 2012)
Manuel Serrão - Jornalista, empresário
Miguel Alves - Presidente Câmara Caminha
Miguel Esteves Cardoso - Jornalista, escritor
Nuno Melo - Deputado ao Parlamento Europeu
Paulo Azevedo - Empresário
Paulo Teixeira Pinto - Secretário de Estado (até 1992), empresário
Pedro Ferraz da Costa - Presidente do Forum para a Competitividade
Pedro Mota Soares - Deputado (CDS-PP), Ministro (até 2015)
Pedro Quartin Graça - Deputado (PSD, até 2009), Presidente Partido da Terra (até 2011)
Ricardo Figueiredo - Presidente Câmara São João da Madeira
Rui Medinas Duarte - Presidente Câmara Golegã
Rui Moreira - Presidente Câmara Porto
Rui Zink - Professor Universitário, escritor
Salvador Guedes - Empresário
Salvador Malheiro - Presidente Câmara Ovar
Telmo Correia - Deputado (CDS-PP)

Um canalha é um canalha e uma difamação é uma difamação

por henrique pereira dos santos, em 13.03.17

"nós só falamos do que fez Núncio antes de ser governante porque o cliente de Núncio-advogado escapou com milhares de milhões de euros sem controlo quando ele já era Núncio-secretário de Estado."

Esta citação resume bem a base da perseguição que tem estado a ser feita a Paulo Núncio, perseguição essa em que o jornal Público tem desempenhado um triste papel.

Vale por isso a pena olhar para ela com atenção.

"o cliente ... escapou com milhares de milhões de euros sem controlo". É uma frase extraordinária para caracterizar uma transferência bancária de uma empresa externa, registada de acordo com todas as regras e comunicada pelos bancos ao fisco, e que consiste em retirar de Portugal dinheiro em que determinada altura tinha sido transferido do exterior para Portugal.

Escapou? Mas escapou a quê? Há algum indício de ilegalidade ou ilegitimidade em relação a esse movimento de capitais de uma empresa estrangeira? Sem controlo? Como assim? Não só foi sujeita aos controlos a que estão sujeitos todos esses movimentos de capitais (por isso se sabe que existe a transferência, ela foi registada e comunicada) como, pasme-se, as únicas intervenções de Núncio que se podem relacionar com o assunto serão:

1) uma decisão de não publicação de estatísticas, irrelevante para o caso porque não é a publicação ou não de estatísticas que altera as obrigações em relação ao fisco, e porque as estatísticas existentes no tempo de Núncio nunca poderiam incluir esta transferência cujo reporte e análise pelo fisco ocorreriam sempre já depois de Núncio deixar de ser governante;

2) aumentar o tempo de prescrição de eventuais irregularidades fiscais nestas operações, aumentando a probabilidade de, em qualquer altura, quaisquer irregularidades fiscais relacionadas com esta transferência (repito, de dinheiro de uma empresa estrangeira) serem detectadas pelo fisco.

Ou seja, a associação de Núncio-advogado a Núncio-governante, neste caso, é simplesmente uma insinuação difamatória.

Paulo Núncio pode ser um malandro corrupto que enquanto governante esteja metido em tantas maroscas como, acredita o Ministério Público, Sócrates, pode até ter arranjado maneira de se introduzir uma noite na autoridade tributária para sabotar um programa informático de modo a ocultar declarações ao fisco que iriam ser analisadas já depois de deixar de ser membro do governo, mas a verdade é que, por enquanto, não há o menor dos indícios de que assim seja. Quando, e se, houver, aí sim, acho muito bem que se diga o que houver a dizer sobre a captura do Estado por interesses privados.

Até esse momento, a frase citada é pois uma mera canalhice de Rui Tavares, na sequência da cobertura canalha que o Público (e grande parte da imprensa, embora sem o empenho militante do Público) tem feito do assunto.

Sobre isto há essencialmente duas questões que a imprensa deveria estar a tentar deslindar:

1) por que razão a petróleos da Venezuela tinha todo esse dinheiro em Portugal e no BES?

2) por que razão, sabendo o governo actual, desde o início, de toda a informação que foi saindo às pinguinhas sobre o assunto das offshores, preferiu, desde o início, lançar cortinas de fumo sobre um assunto lateral e pouco relevante - as estatísticas - em vez de se concentrar no assunto que é relevante e deve ser esclarecido - o apagão informático.

Infelizmente, em vez de trabalhar sobre estas duas questões, prefere-se fazer insinuações sobre Núncio.

É muito difícil construir uma democracia forte e sólida com base numa imprensa que leva tão pouco a sério o seu papel de escrutínio de todos os poderes e tão a sério o seu papel de "his master's voice".

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Um dia haverá um problema com a Associação Mutualista do Montepio Geral e não se esqueçam de quem é que supervisiona a associação (o Ministério do Trabalho e Segurança Social, liderado por Vieira da Silva).

Falam do Carlos Costa (Governador do Banco de Portugal) por não ter retirado a idoneidade a Ricardo Salgado no BES, mas o Governo mantém o presidente socialista da Associação Mutualista apesar de estar já arguido num processo crime que remonta ao tempo em que era Presidente do banco Montepio.

Os títulos dos jornais são: "Tomás Correia suspeito de ter recebido 1,5 milhões de euros" e "Terrenos: Tomás Correia constituído arguido"

Não se esqueçam também que foi Carlos Costa que o tirou da liderança do Montepio e obrigou à separação de funções entre o presidente da Associação e do banco CEMG que durante anos foi o mesmo.

 

 

 

Domingo

por João Távora, em 12.03.17

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus


Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».


Palavra da salvação.

Da Primavera

por João Távora, em 11.03.17

(…) Pode ser apenas uma referência aproximativa, mas é bom saber que, às 10hs e 29m do dia 20 de Março, a Primavera se levantará e que ela é imagem de outras primaveras ainda mais decisivas que se erguerão. Que a notícia circule entre os amolgados e feridos que somos todos; chegue aos que tentaram e falharam, aos sobrecarregados, aos que começaram a dizer que já é tarde; corra entre os que viram o fogo tornar-se cinza e não voltar a acender-se, os que semearam e não colheram, os que olham assustados as mãos vazias; visite os desiludidos, os encarcerados no seu desgosto, os enlutados, os perseguidos por aflições maiores do que as que podem suportar; resgate os que se perderam nos corredores longos e todos iguais dos seus invernos, os que sem saber como viram-se a pensar que a vida já não é para eles, os que caminham pelo tempo desolados e sós.

 

Pe. Tolentino Mendonça no Expresso

Da decadência

por João Távora, em 11.03.17

Com a coesão social no ocidente profundamente ameaçada não só pelas ideologias, estes tempos confusos, de perda de valores e de profunda crise económica (sim o paraíso da geringonça é uma espécie de experiência psicadélica que vai passar depressa), somos desafiados a saber ler os sinais mais desconcertantes dos lados mais improváveis. Perigoso é o preconceito que tolda a inteligência e empobrece o pensamento, nesta época conturbada em que mais se exigem respostas sábias. E é um erro tomarem-se por garantidas as "seguranças" que temos hoje.

Tempo Novo, tempo de paz

por henrique pereira dos santos, em 11.03.17

Naquele tempo, o primeiro ministro dizia "do que conhece, o plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos não prevê despedimentos de trabalhadores".

Naquele tempo, o Presidente da CGD dizia: " a "recapitalização é necessária mas não é suficiente".... No Plano Estragégico até 2020 - que é a base do processo de recapitalização - está prevista a redução do número de agências para 470 a 490 e um corte do número de trabalhadores para 6650 (um corte de 25%)".

Naquele tempo, todos ou quase todos os jornais, todos ou quase todos os sindicatos, todos ou quase todos os partidos dos trabalhadores diriam que o Primeiro Ministro estaria a vender gato por lebre ao dizer que faria uma redução de trabalhadores de 25% sem despedimentos, provavelmente redefinindo o conceito de "despedimento" para que acordos de rescisão, reformas antecipadas e outros mecanismos normais de redução de trabalhadores de forma nenhuma se pudessem confundir com despedimentos.

E todos se juntariam em enormes manifestações e greves, indiciadoras da crispação criada pelo Governo daquele tempo.

Mas isso era naquele tempo, neste Novo Tempo tudo é diferente e a paz social resulta do grande esforço de concertação e respeito pelos direitos dos trabalhadores e não da vontade dos agitadores profissionais imporem soluções políticas para as quais não têm os votos necessários.

De regresso às "amplas"

por João-Afonso Machado, em 10.03.17

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Valia a pena esperar pela inevitável discussão parlamentar sobre o boicote à conferência de Jaime Nogueira Pinto (JNP), na FCSH da Universidade Nova, antes de dizer algo. Só para confirmar o remake.

Vão lá mais de 40 anos era assim a discursata comicieira. O 25/A trouxera as «mais amplas liberdades», mas essas amplas liberdades eram cerceadas à «extrema-direita». E quem era a «extrema-direita»? Obviamente, o CDS e o então PPD, ou quem estes partidos acobertavam. Foi necessário o 25 de Novembro, a iminência de uma guerra civil para pôr cobro a estes desmandos. A tanta tolice revolucionária.

Só agora, quatro décadas volvidas, o fenómeno se repete. À descarada... Mas, afinal, qual a mensagem de JNP?

Não sabemos. A Esquerda não deixou. Talvez fosse prudente e humana, não? Pergunta: porque Garcia Pereira e o seu MRPP, invectivarm explicitamente à morte dos... fascistas (creio eu...), em garridos cartazes, sem terem sido distinguidos com idêntica onda de horror?

A Esquerda é o que é. É assim. Basta proporcionar-se a oportunidade. Bastou Costa se lhe vender por 30 moedas.

A terminar: uma palavra de louvor pela tomada de posição da Associação 25 de Abril. Bem vistas as coisas, talvez ressurja nela o espírito do Grupo dos 9. Há males que vêm por bem. Será sempre oportuno as novas gerações tomarem o pulso a esses anos agitados da nossa História.

Ao perigo que sempre representou, e representa, o leninismo-trotskismo.



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